Apresentamos
hoje, em preparação à semana que antecede a Páscoa, os acontecimentos que
marcaram a última semana e a Paixão de Jesus.
Março
do ano 30 – No final de
março do ano 30, Jesus fez a sua última viagem para Jerusalém. Ele e seus
discípulos viajaram da Galiléia, passando pela Peréia (além Jordão), evitando a
região da Samaria. Durante essa viagem, curou dez leprosos (Lc 17,11), discutiu
com os fariseus sobre o casamento (Mt 19,3) e ensinou os companheiros com as
parábolas da viúva e do juiz, do fariseu e do publicano (Lc 18,9) e dos
operários da vinha. Falou sobre o juízo final, recebeu as crianças e conversou
com o jovem rico (Lc 18, 15-30).
Em
Betânia – Jesus chegou
a Betânia na sexta-feira (Jo 12,1), dia 31 de março do ano 30, e foi jantar na
casa de seu amigo Lázaro (que havia revivido) e das irmãs Marta e Maria. Betânia
era uma aldeia a Leste do monte das Oliveiras, a cerca de três quilômetros de
Jerusalém. Nesta noite, Maria lavou os pés de Jesus com um perfume caro e os enxugou
com os cabelos; foi repreendida por Judas Iscariotes. Nesta mesma noite, Jesus
fez (pela terceira vez) a predição de sua Paixão, recebeu o pedido dos filhos
de Zebedeu e contou a parábola das minas e dos talentos.
Sábado
– 1º de abril – No
sábado, Jesus e seus discípulos seguiram de Betânia para Jerusalém. Quando
passavam por Betfagé, perto do Monte das Oliveiras, Jesus pediu que dois
discípulos fossem ao povoado e trouxessem um jumentinho que estava amarrado.
Montado no jumentinho, Jesus fez a entrada triunfal em Jerusalém, aclamado pelo
povo, que o saudava com ramos. Neste mesmo sábado, Jesus visitou o Templo,
expulsando os vendedores, derrubando as mesas e cadeiras dos cambistas. Voltou
para Betânia, onde passou a noite (Mt, 21,17). No domingo (2 de abril), Jesus
descansou. Em uma de suas caminhadas, encontrou uma figueira estéril e proclamou
o ensinamento sobre a fé (Mt 21,18).
3
e 4 de abril – Na
segunda e terça-feira, Jesus voltou a Jerusalém. No Templo, foi interrogado
pelos fariseus sobre a sua missão, sobre a sua autoridade (Mt 21,23) e sobre o
tributo a César (Mt 22,15). Conversando com os discípulos, Jesus contou as
parábolas dos dois filhos (Mt 21,28) e dos vinhateiros (Mt 21,33) e apresentou
a oferta da viúva pobre (Mc 12,41). Ao sair, mostrou a grandiosa obra do
Templo, fazendo um discurso (conhecido como Apocalipse sinótico) sobre a sua destruição,
a grande tribulação e a vigília (Mt 24). A quarta-feira (5 de abril) foi
marcada pela traição de Judas (Mt 26,14; Lc 22,1).
Quinta-feira
– O dia 6 de abril
começou com a preparação para a Páscoa (Mt 26,17). Os discípulos foram até a
cidade e prepararam a Páscoa na casa de um conhecido deles. Ao cair da tarde,
Jesus se reuniu com os doze apóstolos e, enquanto comiam, anunciou que seria
traído. Judas deixou o cenáculo (Mt 26,20). Em seguida, Jesus lavou os pés dos
apóstolos (Jo 13,1), instituiu a Eucaristia e o Sacerdócio (Mt 26,28), entregou
o novo mandamento (Jo 13,33), predisse as negações de Pedro (Mt 26,31) e fez o
sermão da despedida (Jo 14,16). Em seguida, Jesus e os apóstolos saíram do
Cenáculo, deixando a cidade, em direção a Betânia, até um horto chamado Getsêmani.
Ali Jesus agonizou, enquanto os apóstolos dormiam (Mt 26,36).
Sexta-feira,
7 de abril – De
madrugada, no Getsêmani, Jesus foi preso e conduzido ao palácio de Caifás (Sumo
Sacerdote). Em seguida, Jesus foi conduzido ao Sinédrio (tribunal religioso judaico,
composto de 71 membros), onde os escribas e anciãos estavam reunidos. Pedro negou
conhecer Jesus (Mt 26,47). Na manhã, como o Sinédrio não tinha o poder de
condenar as pessoas, levaram Jesus para Pilatos (governador da Judéia,
representante do Império Romano), pedindo a sua condenação à morte.
Indecisão
– Pilatos interrogou
Jesus e não encontrou nenhuma causa de condenação. Sabendo que Jesus era galileu,
Pilatos encaminhou-o para Herodes Antipas, que se encontrava na cidade. Herodes
também, não encontrou nenhuma causa para condenação de Jesus (Lc 23,6).
Novamente foi levado para Pilatos que, lavou as mãos, condenando Jesus e soltando
Barrabás. Jesus recebeu uma coroa de espinhos e foi condenado à crucificação,
caminhando até um lugar chamado Gólgota.
Crucificação
– Ao meio-dia do dia 7
de abril do ano 30, Jesus foi crucificado ao lado de dois ladrões: Dimas e Gestas
(Lc 23,23). Em sua cruz foi escrita a causa da condenação (INRI): “Yehoshuah
Nazoreus, Rex Youdeus” (Jesus Nazareno, rei dos Judeus). Jesus morreu às 3
horas da tarde (Mt 27,45) e, antes do pôr do sol, foi sepultado por José de
Arimatéia (Mt 27,57). No sábado (8 de abril) nada acontece, pois era o dia de
Páscoa dos Judeus.
Domingo
– No domingo, 9 de
abril do ano 30, Maria Madalena (e outras pessoas) foram ao túmulo de Jesus e
encontraram a pedra rolada. Voltaram e contaram para os apóstolos. Pedro e João
foram ao túmulo e encontraram apenas faixas e panos (Jo 20). No mesmo dia Jesus
apareceu para os apóstolos (sem Tomé) e para os discípulos de Emaús (Lc 24,13).