A Semana Santa precede a Páscoa e é
também chamada de "grande semana". Tem início no Domingo de Ramos e
termina no Sábado Santo.
Semana Dolorosa – Na Idade Média essa semana era
chamada de "Semana Dolorosa", porque a Paixão de Cristo era dramatizada
pelo povo, pondo em destaque os aspectos do sofrimento e da compaixão emotiva,
talvez com prejuízo do aspecto salvífico e da vitória da ressurreição sobre a
morte. Mesmo atualmente, muitas igrejas locais gostam dessa tradição
dramática, que se desenrola com ricas procissões itinerantes, representativas
das pessoas e dos eventos que acompanharam a Paixão de Jesus.
Domingo de Ramos – celebra a entrada triunfal de Jesus
em Jerusalém, poucos dias antes de sua paixão: "a numerosa multidão
que viera para a festa (páscoa hebraica) ouviu dizer que Jesus estava chegando
a Jerusalém. Saíram-lhe ao encontro com ramos de palmeiras, exclamando: Hosana!
Bendito quem vem em nome do Senhor, o rei de Israel!" (Jo
12,12-13). Na cerimônia, nós reproduzimos os gestos daquelas pessoas; nós
também levantamos nossos ramos e dizemos: "Hosana! Bendito o que vem em
nome do Senhor! Bendito seja o reino que vem, o reino de nosso pai Davi! Hosana
no mais alto dos céus!"
Tríduo Pascal – são os três dias dedicados a
celebrações e orações especiais: a quinta-feira, sexta-feira e sábado que
antecedem imediatamente a celebração da Páscoa da Ressurreição.
Quinta-feira – é o início do Tríduo Pascal com a
celebração da missa na qual se comemora a Última Ceia da páscoa hebraica que
Jesus fez com os doze apóstolos antes de ser preso e levado à morte na cruz.
Durante essa ceia "Ele instituiu a eucaristia e o sacerdócio
cristão", prefigurando o evento novo da Páscoa cristã que haveria de se
realizar dois dias depois. O cordeiro pascal é Ele próprio, que se oferece num
voluntário sacrifício de louvor e de agradecimento ao Pai.
Ainda na Quinta-feira – Duas celebrações marcam a
quinta-feira santa: a Missa Crismal e a Missa da Ceia do Senhor. A Missa
Crismal reúne o clero da diocese (padres e diáconos) e todo o povo de Deus, em
torno do Bispo. Nesta missa são abençoados os óleos dos catecúmenos (os que se
preparam para o batismo) e dos enfermos, e consagrado o Santo Óleo do Crisma.
Por motivos pastorais, esta celebração pode ser antecipada para Quarta-feira
Santa. Na Quinta-feira Santa também acontece a cerimônia do lava-pés, realizada
por quem preside a liturgia, para significar que o serviço é fundamento do
amor.
Sexta-feira – é o segundo dia do Tríduo Pascal:
nele se recorda a morte de Jesus na cruz, após um hipócrita processo noturno em
que Ele virou um joguete entre o poder religioso judeu do Sinédrio e o poder
jurídico romano. A liturgia celebra esse evento, não como dia de luto e de
choro, mas na contemplação do sacrifício de Jesus. Por antiqüíssima tradição, a
Igreja não celebra a Eucaristia nesse dia; toda a liturgia do dia gira em torno
da proclamação da Palavra.
A Celebração – A celebração da sexta-feira compõe-se
de três partes: a liturgia da Palavra, a adoração da cruz, a comunhão.
Na liturgia da Palavra são lidos trechos do Antigo Testamento e o relato da
morte de Jesus segundo o Evangelho de João. Às quinze horas tem início a
liturgia da cruz, com leituras do profeta Isaías, Lamentações e do Evangelho de
Lucas. Segue-se a leitura da Paixão segundo João, que mostra Jesus como rei que
percorre livremente o caminho da paixão e da cruz. Depois vem o descobrimento da cruz para a
contemplação pessoal e silenciosa de cada fiel até as vésperas do dia seguinte.
Em seguida, proclama-se a grande oração universal: pela Igreja, por todos os
ministros do povo de Deus, pelos catecúmenos, pela unidade das Igrejas, pelo
povo de Israel, pelos que acreditam em Deus, pelos que não acreditam em Deus,
pelos governantes, pelos que sofrem, por todos os mortos. Não há consagração e
oferendas nesta cerimônia. A comunhão acontece com partículas consagradas
anteriormente.
Sábado – é o último dia do Tríduo Pascal, em
que acontece a Vigília da Páscoa da Ressurreição. A liturgia do dia continua
sendo a parada junto ao sepulcro do Senhor, com a meditação de sua paixão e
morte, sem celebrar nenhum rito litúrgico por todo o dia. No final das Vésperas
ou à noite, segundo as tradições locais, celebram-se os ritos da ressurreição
com a Solene Vigília Pascal. O Tríduo Pascal termina com as Vésperas do Domingo
da Ressurreição.