domingo, 26 de abril de 2015

O BOM PASTOR


O capítulo 10 do 4º Evangelho é dedicado à catequese do “Bom Pastor”. O autor utiliza esta imagem para propor uma catequese sobre a missão de Jesus: a obra do “Messias” consiste em conduzir o homem às pastagens verdejantes e às fontes cristalinas de onde brota a vida em plenitude.

A imagem do “Bom Pastor” – não foi inventada pelo autor do 4º Evangelho. Literariamente falando, este discurso simbólico está construído com materiais provenientes do Antigo Testamento. Em especial, este discurso tem presente Ez 34 (onde se encontra a chave para compreender a metáfora do “pastor” e do “rebanho”). Falando aos exilados da Babilónia, Ezequiel constata que os líderes de Israel foram, ao longo da história, maus “pastores”, que conduziram o Povo por caminhos de morte e de desgraça; mas – diz Ezequiel – o próprio Deus vai agora assumir a condução do seu Povo; Ele porá à frente do seu Povo um “Bom Pastor” (o “Messias”), que o livrará da escravidão e o conduzirá à vida. A catequese que o 4º Evangelho nos oferece sobre o “Bom Pastor” sugere que a promessa de Deus – veiculada por Ezequiel – se cumpre em Jesus.

Denúncia – O contexto em que João coloca o “discurso do Bom Pastor” é um contexto de polêmica entre Jesus e alguns líderes judaicos, principalmente fariseus (Jo 9,40; 10,19-21.24.31-39). Depois de ver a pressão que os líderes judaicos colocaram sobre o cego de nascença para que ele não abraçasse a luz (Jo 9,1-41), Jesus denuncia a forma como esses líderes tratam o povo: eles estão apenas interessados em proteger os seus interesses pessoais e usam o Povo em benefício próprios; são, pois, “ladrões e salteadores” (Jo 10,1.8.10), que se apossam de algo que não lhes pertence e roubam ao seu povo qualquer possibilidade de vida e de libertação.

Pastor modelo – O nosso texto começa com uma afirmação precisa, posta na boca de Jesus: “Eu sou o Bom Pastor”. O adjetivo “bom” deve, neste contexto, entender-se no sentido de “modelo”, de “ideal”: “Eu sou o modelo de pastor, o pastor ideal”. E Jesus explica, logo em seguida, que o “pastor modelo” é aquele que é capaz de se entregar a si mesmo para dar a vida às suas ovelhas. Depois da afirmação geral, Jesus põe em paralelo duas figuras de pastor: o “pastor mercenário” e o “verdadeiro pastor”.

Dois tipos – Aquilo que distingue o “verdadeiro pastor” do “pastor mercenário” é a diferente atitude diante do “lobo”. O “lobo” representa, nesta “parábola”, tudo aquilo que põe em perigo a vida das ovelhas: os interesses dos poderosos, a opressão, a injustiça, a violência, o ódio do mundo.

O “pastor mercenário” – é o pastor contratado por dinheiro. O rebanho não é dele e ele não ama as ovelhas que lhe foram confiadas. Limita-se a cumprir o seu contrato, fugindo de tudo aquilo que o pode pôr em perigo a ele próprio e aos seus interesses pessoais. Limita-se a cumprir determinadas obrigações, sem que o seu coração esteja com o rebanho. Ele tem uma função de enquadrar o rebanho e de o dirigir, mas a sua ação é sempre ditada por uma lógica de egoísmo e de interesse. Por isso, quando sente que há perigo, abandona o rebanho à sua sorte, a fim de salvaguardar os seus interesses egoístas e a sua posição.

O verdadeiro pastor – é aquele que presta o seu serviço por amor e não por dinheiro. Ele não está apenas interessado em cumprir o contrato, mas em fazer com que as ovelhas tenham vida e se sintam felizes. A sua prioridade é o bem das ovelhas que lhe foram confiadas. Por isso, ele arrisca tudo em benefício do rebanho e está, até, disposto a dar a própria vida por essas ovelhas que ama. Nele as ovelhas podem confiar, pois sabem que ele não defende interesses pessoais mas os interesses do seu rebanho.

Jesus – é o modelo do verdadeiro pastor. Ele conhece cada uma das suas ovelhas, tem com cada uma relação pessoal e única, ama cada uma, conhece os seus sofrimentos, dramas, sonhos e esperanças. Esta relação que Jesus, o verdadeiro pastor, tem com as suas ovelhas é tão especial, que Ele até a compara à relação de amor e de intimidade que tem com o próprio Deus, seu Pai. É este amor, pessoal e íntimo, que leva Jesus a pôr a própria vida ao serviço das suas ovelhas, e até a oferecer a própria vida para que todas elas tenham vida e vida em abundância. Quando as ovelhas estão em perigo, Ele não as abandona, mas é capaz de dar a vida por elas.


Projeto – Finalmente, Jesus explica que a sua missão se insere no projeto do Pai para dar vida aos homens. Jesus assume esse projeto do Pai e dedica toda a sua vida terrena a cumprir essa missão que o Pai lhe confiou. O que O move não é o seu interesse pessoal, mas o cumprimento da vontade do Pai. Ao dar a sua vida, Jesus está consciente de que não perde nada. Quem gasta a vida ao serviço do projeto de Deus, não perde a vida, mas está construindo para si e para o mundo a vida eterna e verdadeira.

sábado, 18 de abril de 2015

A PROPOSTA DE VIDA DE JESUS


A primeira leitura das missas deste domingo (At 3,13-15.17-19) apresenta-nos o testemunho dos discípulos sobre Jesus. Depois de terem mostrado concretamente que Jesus está vivo e continua a oferecer aos homens a salvação, Pedro e João convidam os seus interlocutores a acolherem a proposta de vida de Jesus.

No Templo – A leitura situa-nos em Jerusalém, à entrada do Templo. Pedro e João (esta "dupla" de apóstolos aparece em quase todos os episódios da primeira parte do Livro dos Atos dos Apóstolos) tinham subido ao Templo para a oração da "hora nona" (três da tarde). Um homem, coxo de nascença, que estava pedindo esmolas à entrada do Templo (junto da porta "chamada Formosa"), dirigiu-se aos dois apóstolos e pediu-lhes esmola. Pedro avisou-o de que não tinha "ouro nem prata" para lhe oferecer; mas, "em nome de Jesus Cristo Nazareno", curou-o.

Multidão – "Cheia de assombro e estupefata", a multidão reuniu-se "sob o chamado pórtico de Salomão" para ouvir da boca de Pedro a explicação para o estranho fato (At 3,1-11). O "assombro" e a "estupefação" traduzem o estado daqueles que testemunham a ação de Deus manifestada através dos apóstolos; é a mesma reação com que as multidões acolheram os gestos libertadores realizados por Jesus. A ação dos apóstolos aparece, assim, na continuidade da ação de Jesus. O nosso texto é parte do discurso que, segundo Lucas, Pedro teria feito à multidão (At 3,12-26).

Pedro e João – Nas figuras de Pedro e João, Lucas apresenta-nos o testemunho da primitiva comunidade de Jerusalém, disposta a continuar a missão de Jesus e em apresentar aos homens o projeto salvador de Deus. Lucas está convencido de que esse testemunho se concretiza, não só através da pregação, mas também da ação dos discípulos. As palavras e os gestos das "testemunhas" de Jesus mostram como o mundo muda quando a salvação chega e como o homem escravo passa a ser um homem livre. O "testemunho" dos discípulos irá provocar, naturalmente, a oposição daqueles que, instalados nos velhos esquemas, recusam os desafios de Deus. Por isso os discípulos de Jesus, anunciadores desse mundo novo, irão conhecer a perseguição (At 4,1-22).

Agentes – Pedro, dirigindo-se aos israelitas, dá-lhes a entender que o gesto libertador que beneficiou o homem coxo foi realizado em nome de Jesus. Ele mostra que o projeto de Jesus continua a realizar-se e demonstra que Jesus está vivo. Enquanto percorreu os caminhos da Palestina, Jesus manifestou, em gestos concretos, a presença da salvação de Deus entre os homens; e se essa salvação continua a derramar-se sobre os homens doentes e privados de vida e de liberdade, é porque Jesus continua presente, oferecendo aos homens a vida nova e definitiva. Os discípulos são os agentes através dos quais Jesus continua a sua obra libertadora e salvadora no mundo.

Testemunho – No seu testemunho, Pedro começa por se referir aos dramáticos acontecimentos que culminaram na morte de Jesus, explicando-os como o resultado da rejeição da proposta salvadora de Deus por parte dos israelitas. Deus ofereceu-lhes a vida e eles escolheram a morte; preferiram preservar a vida de alguém que trouxe morte e condenar à morte alguém que oferecia a vida ("negastes o Santo e o Justo e pedistes a libertação de um assassino. Destes a morte ao Príncipe da vida At 3,14-15a). Deus, no entanto, ressuscitou Jesus, demonstrando como a proposta que Jesus veio apresentar é uma proposta geradora de vida.

Proposta de vida – A ressurreição de Jesus é a prova de que o projeto de Deus - apresentado por Jesus e que os israelitas rejeitaram - é uma proposta geradora de vida e de vida que a morte não pode vencer. Estará tudo terminado para Israel? O Povo não terá mais oportunidade de corrigir a sua má escolha e de fazer uma nova opção, uma opção pela vida? A oferta de Deus terá caducado, face à intransigência dos chefes de Israel em acolher os dons de Deus?

Israel – Não. Pedro "sabe" (e se Pedro "sabe" é porque Deus também o sabe) que o Povo agiu por ignorância. O comportamento do Povo em geral e dos líderes judaicos em particular, face a Jesus, tem atenuantes. Na legislação religiosa de Israel, as faltas "involuntárias" tinham um tratamento especial e mereciam um tratamento diferente das faltas "voluntárias". Assim, Deus, na sua imensa bondade, continua a oferecer ao seu Povo a possibilidade de corrigir as suas opções erradas e de escolher a vida, aderindo a Jesus e ao projeto por Ele apresentado. A prova disso é que o homem coxo recebeu de Deus o dom da vida.


Salvação – O que é preciso fazer para que essa oferta de salvação que Deus continua a fazer se torne efetiva? É necessário "arrepender-se" e "converter-se". Estes dois verbos definem o movimento de reorientar a vida para Deus, de forma a que Deus passe a estar no centro da vida do homem e o homem passe a "dar ouvidos" às propostas de Deus e a viver de acordo com os projetos de Deus. Ora, uma vez que Cristo é a manifestação de Deus, "arrepender-se" e "converter-se" significa aderir à pessoa de Cristo, crer n'Ele, acolher o projeto que Ele traz, entrar no Reino que Ele anuncia e propõe. Os israelitas podem, portanto, "apanhar a carruagem" da salvação, se deixarem a sua autossuficiência, os seus preconceitos, o seu comodismo (que os levaram a rejeitar as propostas de Deus) e se aderirem a Jesus e à vida que Ele continua a propor (através do testemunho dos discípulos).

sexta-feira, 10 de abril de 2015

TOMÉ, SÍMBOLO DA INCREDULIDADE


Quem era Tomé – Homem de personalidade marcante, obstinado, teimoso e até certo ponto, incrédulo. O Evangelho de João nos dá a maior parte das informações que temos desse que é conhecido como o discípulo da incredulidade. O termo hebraico Tomé significa Gêmeo, assim como a palavra grega Dídimo, pela qual o apóstolo também era chamado (Jo 11,16; 20,24; 21,2). Tudo faz crer (Jo 21,1-4) que ele era pescador, como tantos outros apóstolos de Jesus. Eusébio, notável historiador cristão do 4º século, afirma que o nome do apóstolo era Judas Tomé.

Tomé, homem de coragem – A coragem e altruísmo (amor ao próximo) de Tomé podem ser vistos em Jo 11,1-16. Lázaro, o grande amigo de Jesus, estava enfermo. Jesus declara que essa enfermidade era para a glória de Deus, como de fato o foi. Depois de dois dias, Jesus mostrou seu desejo de ir à Judéia. Os discípulos reagiram. “Rabi, ainda agora os judeus procuraram apedrejar-te e tornas para lá?”. “Disse então Tomé, chamado Dídimo: Vamos nós também, para morrermos com Ele”. Foi um rasgo de bravura, coragem, altruísmo, lealdade. Nem sempre lembramos esse episódio lindo, na vida marcante do apóstolo Tomé.

Tomé e suas dúvidas – Em Jo 14,5 Tomé questiona: “Senhor, não saberemos para onde vais, como saber o caminho?”. Não só Tomé, como os discípulos, de um modo geral, não sabiam o destino do Mestre. A franqueza de Tomé permitiu um dos pronunciamentos mais fortes e contundentes de Jesus. “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, senão por mim”.

Apóstolos incrédulos – O demérito da incredulidade na ressurreição não foi exclusivo de Tomé, embora os séculos assim o tenham consolidado. Vejam-se como os discípulos reagiram à notícia de Maria Madalena: “Estes, ouvindo que Ele vivia e que fora visto por ela, não acreditaram.” (Mc. 16,11); “Tais palavras lhes pareciam delírio, e não acreditaram nelas” (Lc 24,11); “Finalmente, apareceu Jesus aos onze, quando estavam à mesa e censurou-lhes a incredulidade e dureza de coração, porque não deram crédito aos que o tinham visto já ressuscitado” (Mc 16,14).

Incredulidade e Medo – Realmente, não era fácil aceitar, de pronto, a ressurreição de Jesus. Veja-se o caso dos discípulos de Emaús (Lc 24,13). Tudo faz crer que os discípulos, de um modo geral, não creram na ressurreição do Mestre. A descrença de Tomé não era diferente dos outros discípulos. Todos estavam mergulhados na incerteza, no medo e no desamparo.  O pavor era tal que os apóstolos estavam em uma casa fechada, confusos (Jo 20,19), tomados pelo pavor de uma potencial perseguição dos líderes religiosos judaicos (Jo 18,19).

A aparição sem Tomé – João deixa claro que a aparição do Senhor foi miraculosa, sem qualquer explicação lógica. “As portas estavam cerradas” e Jesus se lhes apresentou, de surpresa. Tomé estava ausente do grupo, quando Jesus apareceu. Foi incisivo nas suas declarações: “Se eu não vir os sinais dos cravos em suas mãos e não meter o dedo no lugar dos cravos e não meter a minha mão no seu lado, de maneira nenhuma o crerei.” (Jo 20,25). Mais forte do que isso, impossível.
Aparição com Tomé – É curioso notar que a incredulidade de Tomé permitiu se registrassem duas notáveis declarações, uma de Jesus e outra do próprio Tomé: “Não sejas incrédulo, mas crente” (Jo 20,27); “Meu Senhor e meu Deus” (Jo 20,28). Ela se assemelha às de Pedro: “Tu és o Cristo, Filho do Deus vivo” (Mt 16,16) e “Senhor, para quem iremos nós? ... bem sabemos que tu és o Santo de Deus” (Jo 6, 67-69).


Profissão de fé – As palavras com que Tomé expressa seu júbilo e sua confiança no Cristo ressurreto estão impregnadas de um profundo conteúdo teológico.

sábado, 4 de abril de 2015

Verônica e o véu com o rosto de Cristo


Se você costuma participar das cerimônias da Semana Santa, especialmente nas procissões da Sexta-Feira, já terá visto o momento em que uma “Verônica” desenrola um véu com o rosto de Cristo. De acordo com a Tradição, Verônica foi uma mulher piedosa de Jerusalém que, comovida com o sofrimento de Jesus ao carregar a cruz até o Calvário, deu-lhe seu véu para que ele pudesse limpar o rosto. Jesus aceitou a oferta e, após utilizá-lo, devolveu-o à piedosa mulher. E então, a imagem de seu rosto estava milagrosamente impresso nele. Este véu é conhecido como "Véu de Verônica". Desde os primórdios do cristianismo a Igreja acolheu a Tradição sobre Santa Verônica, e o enxugamento da Sagrada Face de Jesus, realizado por ela, passou a ser a Sexta Estação da Via Sacra, que é rezada pelos cristãos há séculos.

Vera+icon – O nome "Verônica" em si é uma forma latinizada de Berenice, um nome macedônio que significa "portador da vitória". A etimologia popular atribui sua origem às palavras "verdade" (em latim: vera) e "imagem" (em grego: eikon). Assim, o nome Verônica vem da combinação das palavras vera+icon (verdadeira imagem).

História – Não há referência à história de Santa Verônica e seu véu nos Evangelhos canônicos. Ao que parece, a história começou com o milagre de Jesus curando a mulher com sangramento, no qual ela é curada ao tocar a barra do manto de Jesus (Mt 9,20-22 e Lc 8,43-48). Em seguida, o livro apócrifo “Atos de Pilatos” identificou esta mulher como Berenice ou Verônica. A história foi mais elaborada depois (em outro livro apócrifo chamado “Cura de Tibério” ou “A Vingança do Salvador”), com a adição da história de Cristo dando a ela um autorretrato, num tecido com o qual ela posteriormente viajou para Roma e curou o imperador romano Tibério. Apenas no ano de 1380 surgiu a história da aparição milagrosa da imagem durante a crucificação.

Via Sacra – A oração da Via Sacra nasceu com o franciscanismo (São Francisco de Assis, 1182-1226), na Idade Média. O objetivo era reconstruir a via dolorosa de Cristo, do pretório até o Calvário. Nesta reconstrução, muitas histórias da Tradição (não existentes nos Evangelhos) foram incorporadas à Via Crucis, como as três quedas de Jesus e o encontro com Verônica. Em Jerusalém existe inclusive uma capela que recorda este acontecimento.

O véu – Existem muitas histórias sobre o véu de Verônica. O pano esteve em Constantinopla, no ano de 574, sendo enviado secretamente à Roma. Documentos atestam que o Véu estava em Roma no século XII, quando o Papa Inocêncio III (1198-1216) incentivou muito seu culto e instituiu uma procissão anual da Via Crucis. O Véu permaneceu exposto durante muitos séculos na Basílica de São Pedro e existem desenhos do altar onde ele ficava.

As cópias – Durante muitos anos, o Vaticano fez cópias do Véu da Verônica, as quais foram enviadas a igrejas ou a príncipes católicos. É por isso que em igrejas e museus de diversas cidades europeias é possível encontrar algumas reproduções tidas como autênticas do “Véu da Verônica”. Há pelo menos seis imagens, que além da semelhança entre si, alega-se ser ou o véu de Verônica original ou uma cópia primária dele.

Autêntica? – Na cidade italiana de Manoppello (190 km de Roma) existe um quadro medindo 17,5 x 24 cm, que abriga uma imagem da face de Cristo desde 1638. Alguns estudiosos acreditam que esta relíquia pode ser, sim, o véu de Santa Verônica, porque ele contém vários mistérios. O primeiro deles é que o tecido é feito de bisso marítimo, um fio finíssimo, como o de seda, gerado por um molusco abundante no mar mediterrâneo. O tecido formado pela trama deste fio é muito resistente, transparente e não pode ser pintado, isto é, nenhuma tinta adere a ele. Além disso, a Face de Cristo de Manoppello pode ser sobreposta à Face do Santo Sudário de Turim, pois tem proporções idênticas, refletem a mesma face, inclusive com os mesmos hematomas e manchas de sangue.

Santa Verônica – Na Igreja Católica, Verônica é considerada uma santa, a patrona da França e a protetora das lavadeiras. É comemorada na terça-feira antes da quarta-feira de Cinzas, o mesmo dia da comemoração da Santa Face de Cristo.


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