Inúmeras vezes nós encontramos nos textos do Novo testamento referências aos irmãos de Jesus – Tiago, José, Judas e Simão (Mt 13,55 e Mc 6,3), que freqüentemente acompanham a Mãe do Senhor (Mt 12, 46; Mc 3,31; 7, 19; Jo 2, 12).
Vamos analisar este assunto:
O que significava "Irmão"? O termo "irmão" (ah em aramaico, língua falada por Jesus) designava não apenas irmão de mesmos pais, mas também um familiar consangüíneo próximo. Podia significar sobrinho (veja Gen, 13, 8; 14, 16 ou em Gen 29, 12), ou primo (Lev 10, 4 ou em 1Cron 23, 21s).
A irmã de Maria – Maria Santíssima tinha uma irmã também de nome Maria, casada com Cleofas ou Alfeu (leia Jo 19, 25: "Estavam junto à cruz de Jesus sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria (esposa) de Cleofas...").
As três possibilidades – portanto, existem 3 possíveis soluções para os "irmãos de Jesus": serem filhos de Maria e Cleofas (primos de Jesus), serem filhos de Maria e José (verdadeiros irmãos de Jesus) ou serem filhos do primeiro casamento de José (viúvo ao casar-se com Maria).
Textos históricos – Hegesipo, o mais antigo historiador da Igreja (início do século II) confirma que Tiago, José, Judas e Simão (não confundir com o apóstolo) eram filhos de Maria e Cleofas.
A Mãe de Jesus – Ao ler os Evangelhos nós devemos perceber que Maria Santíssima nunca é chamada de "mãe dos irmãos de Jesus", mas apenas mãe de Jesus". Em Mc 6,3 Jesus é precisamente dito "o filho de Maria" (com o artigo), separando-o de seus ‘irmãos’: "Não é ele o carpinteiro, o filho de Maria e irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão?"
A tradição judaica – os judeus nunca colocam em seus filhos o mesmo nome dos pais (José).
As palavras na cruz – Se Maria tivesse tido algum outro filho além de Jesus, o Senhor na cruz não a teria confiado a João, filho de Zebedeu; os filhos propriamente ditos seriam os primeiros indicados como arrimo materno (na época da crucificação, José já havia morrido).
Portanto, com base nas análises acima, a Igreja Católica aceita Jesus como único filho de Maria Santíssima, não devendo ocorrer qualquer dificuldade aos fiéis católicos quanto à expressão "irmãos de Jesus".
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