Maria era realmente mãe de Deus? Deus tem mãe? Ou Maria era apenas
mãe de Jesus? Mas, Jesus não era Deus? Ou Jesus era metade Deus e metade homem?
Então Maria era mãe apenas da metade homem de Jesus?
Nestório – Estas perguntas foram
formuladas no século V pelo monge Nestório, bispo de Constantinopla. “Então
Deus tem uma mãe?” perguntava o bispo. Ele rejeitava a utilização do termo Theotokos,
uma palavra muito usada para referir-se a Maria e que significa literalmente Mãe
de Deus. Nestório destacava que se tratava de uma discussão sobre a
natureza de Cristo (e não de Maria). Para solucionar o problema sugeriu um novo
termo – Maria era Cristotokos (Mãe de Cristo) afirmando com isso que Maria não
foi progenitora da divindade mas apenas da humanidade de Cristo.
Éfeso – A discussão promoveu
intrigas e manobras políticas que terminaram na convocação do terceiro concílio
ecumênico, que ocorreu em Éfeso (a cidade onde a Santíssima Virgem passou seus
últimos anos) no dia 7 de junho de 431 e durou 2 anos. Reuniram-se os 200
bispos do mundo para decidir a natureza de Cristo e a posição de Maria na
Igreja.
Theotokos – O Concílio de Éfeso
terminou em 433 e a proposta de Nestório foi rejeitada. Os bispos declararam: “A
Virgem Maria sim é Mãe de Deus porque seu Filho, Cristo, é Deus”. E
acompanhados por toda a multidão da cidade que os rodeava levando tochas
acesas, fizeram uma grande procissão cantando: "Santa Maria, Mãe de Deus,
roga por nós pecadores agora e na hora de nossa morte. Amém".
Ave Maria – Este cântico dos bispos em
Éfeso passou a ser recitado pelos cristãos, se transformando na segunda parte da
Oração da Ave Maria. Esta segunda parte
só foi oficializada pela Igreja em 1508. A primeira parte da Ave Maria é tirada do
Evangelho de Lucas, com os dizeres do Anjo Gabriel e da saudação de Elizabete.
Declaração
Oficial – O Concílio de
Éfeso (431), sob o Papa São Clementino I (422-432), definiu solenemente que:
"Se alguém afirmar que o Emanuel (Cristo) não é verdadeiramente Deus, e
que, portanto, a Santíssima Virgem não é Mãe de Deus, porque deu à luz segundo
a carne ao Verbo de Deus feito carne, seja excomungado." Os Concílios de
Calcedônia, Constantinopla I e Constantinopla II repetiram e confirmaram esta
doutrina.
E o bispo
Nestório? –
Nestório foi considerado herege pela Igreja, sendo exilado e posteriormente
transferido para um oásis, no deserto do Líbano, onde ficou até o fim de sua
vida.
Dogma – O Theotokos foi proclamado como dogma
pela Igreja com base nos seguintes textos bíblicos: "Eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será
o seu nome Emanuel." (Is 7,14); "Eis
que conceberás e darás à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus."
(Lc 1,31); "O que nascerá de Ti será
chamado santo, Filho de Deus.” (Lc 1,35); "Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido debaixo de lei”
(Gl 4,4); "e de quem descende o
Cristo segundo a carne, o qual é sobre todas as coisas, Deus bendito
eternamente.” (Rm 9, 5).
1º de Janeiro
– Neste primeiro
dia do ano, a Igreja Católica comemora a Solenidade da Santa Maria Mãe de Deus;
é a primeira Festa Mariana. Em 1931, o
Papa Pio XI, por ocasião do XV centenário do Concílio de Éfeso (431), instituiu
esta Festa Mariana em 11 de outubro, em lembrança deste Concílio, no qual se
proclamou solenemente Santa Maria como verdadeira Mãe de Cristo, que é
verdadeiro Filho de Deus. Mas, na última reforma do calendário (após o Concílio
Vaticano II), a festa foi transferida para primeiro de janeiro, com a máxima
categoria litúrgica de solenidade, e com título de Santa Maria, Mãe de Deus. Desta
maneira, esta festa mariana encontra um marco litúrgico mais adequado no tempo
do Natal do Senhor; e, ao mesmo tempo, todos os católicos começam o ano pedindo
o amparo da Santíssima Virgem Maria.
QUER SABER
MAIS – Se
você quer saber mais sobre a festa de Santa Maria Mãe de Deus acesse o site http://www.acidigital.com/Maria/santamaria/
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