Evangelho
– O Evangelho de Mateus
(Mt 1,1) cita que Jesus foi visitado por “alguns magos”. Descreve que eles foram guiados por uma
estrela e que entregaram três presentes para o menino Jesus: ouro, incenso e
mirra. Estas são as únicas informações
que temos sobre os magos; tudo o que aparece, além disso, são histórias, tradições,
lendas, fábulas. Vamos ver algumas:
Os
três reis magos – No
segundo século da era cristã, as comunidades cristãs já diziam que os magos
eram reis e eram em número de três. Isto em razão
dos presentes recebidos por Jesus: apenas os reis presenteavam com ouro e os
três presentes davam a entender que eram três pessoas. Apareceram também os nomes dos magos:
Baltazar (que significa ‘rei da luz’), Melchior (‘protetor de reis’) e Gaspar
(‘vencedor de tudo’). A única evidência
histórica que existe nestes nomes é que, na Pérsia (lugar onde havia muitos
magos), entre
os anos 19 e 65 da era cristã, viveu um príncipe de nome Gundofarr (que
apresenta alguma semelhança a Gaspar).
Mais
lendas – Passaram-se mais
alguns séculos e criaram a descrição física dos magos. Melquior era velho,
ponderado, prudente, sisudo, de barba e cabelos longos e grisalhos; Gaspar era
jovem, sem barba e louro; Baltazar era negro e totalmente barbado. A ideia da
procedência persa dos magos influenciou até as roupas com que aparecem representados:
chapéu redondo na cabeça, camisa curta presa por um cinturão, calças estreitas
e uma capa por cima. Exatamente como os reis persas se vestiam.
Restos mortais – De acordo com uma tradição medieval, os
magos teriam se reencontrado quase 50 anos depois do primeiro Natal, em Sewa,
uma cidade da Turquia, aonde viriam a falecer. No ano de 474, os restos mortais
dos três magos foram sepultados em Constantinopla e depois transferidos para
Milão, na Itália. Em 1164 foram transferidos para a cidade de Colônia, na
Alemanha, onde foi erguida a belíssima Catedral dos Reis Magos, que os guarda
até hoje.
A Lenda do Quarto
Rei Mago – Uma antiga história conta que existia um quarto rei
mago, que se chamava Artabam. Os quatro venderam tudo o que tinham e compraram
os presentes. Artabam escolheu, como presentes, pedras preciosas: um rubi, uma
esmeralda e diamantes. Quando estava a caminho de Belém, escutou gemidos de um
homem – assaltado e largado à beira do caminho. Comovido, colocou-o no seu
camelo, o levou a uma pousada próxima, cuidando dele até que se recuperasse.
Como pagamento entregou o rubi ao dono da pousada.
Sozinho – Procurou a
trilha dos outros reis magos, mas a estrela já tinha desaparecido do céu.
Continuou sozinho seu caminho, pois no fundo do coração, sabia que algum dia
iria encontrar seu Rei. A certa altura da caminhada, avistou uma caravana vindo
em sua direção e viu que se tratava de um comboio de escravos, que eram levados
para a morte. Sentindo compaixão e amor, pegou a esmeralda e os diamantes e
comprou os escravos, libertando-os em seguida.
Quando todos já haviam partido, Artabam ficou sozinho.
Encontro – O Sol se
pôs e a escuridão tomou conta do deserto. Não tinha mais presentes para oferecer,
não havia mais a estrela-guia, tinha perdido o contato com seus três amigos.
Nunca desistiu de encontrar o seu Rei.
Um dia, passando próximo à Jerusalém, encontrou três homens
crucificados. Um deles lhe perguntou o
que procurava. Artabam respondeu que há
mais de 30 anos buscava o Rei dos Judeus.
O homem lhe disse: “Pois acaba de encontrar!”.
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