sexta-feira, 5 de junho de 2020

Santíssima Trindade



A Solenidade que celebramos neste domingo não é um convite a decifrar o mistério que se esconde por detrás de “um Deus em três pessoas”; mas é um convite a contemplar o Deus que é amor, que é família, que é comunidade e que criou os homens para fazê-los comungar nesse mistério de amor.

Aos Coríntios – Na segunda leitura das missas (2Cor 13,11-13) Paulo expressa - através da fórmula litúrgica "a graça do Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco" – a realidade de um Deus que é comunhão, que é família e que pretende atrair os homens para essa dinâmica de amor.

Tito – Paulo escreveu a 2ª Carta aos Coríntios após receber notícias animadoras trazidas por Tito: em resumo, as diferenças (descritas na 1ª Carta) foram ultrapassadas e os coríntios estavam, outra vez, em comunhão com Paulo. Reconfortado, Paulo escreveu uma tranquila apologia do seu apostolado, à qual juntou um apelo em favor de uma coleta para os pobres da Igreja de Jerusalém. Estamos nos anos 56/57.

A Carta – Paulo começa por deixar algumas recomendações de carácter geral aos membros da comunidade. Pede-lhes que sejam alegres; que procurem, sem desistir, chegar à perfeição; e que, nas relações fraternas, se animem mutuamente, tenham os mesmos sentimentos e vivam em paz. São conselhos que devem ser entendidos no contexto das dificuldades e tensões vividas recentemente pela comunidade.

Santíssima Trindade – O mais notável desta carta é, contudo, a fórmula final de saudação: "a graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco". Esta fórmula - a mais claramente trinitária de todo o Novo Testamento - é, certamente de origem litúrgica. Provavelmente, era a fórmula que os cristãos utilizavam quando, no contexto da celebração eucarística, trocavam a saudação da paz.

Família de Deus – Esta fórmula constitui uma impressionante confissão de fé no Deus trino. Ela manifesta a fé dos crentes nesse Deus é amor e, portanto, que é "família", que é comunidade. Ao utilizarem esta fórmula, os crentes reconhecem-se como membros dessa "família de Deus"; e reconhecem também que ser "família de Deus" é fazerem todos parte de uma única família de irmãos. São, portanto, convocados para viverem em unidade: em comunhão com Deus e em união com todos os irmãos.

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