sábado, 13 de fevereiro de 2021

A casa de Jesus

 


Reconstrução da casa de Pedro. Ao centro o pátio, com todas as construções voltadas para ele e com saída para o exterior. Na parte superior, a provável habitação de Jesus.

  

Na última semana, descrevemos a cidade onde Jesus morou, durante a sua pregação. Por ter morado na cidade de Cafarnaum, entre o final do ano 27 e abril do ano 30 d.C., esta cidade ficou conhecida como “A cidade de Jesus”. Lembramos que Jesus nasceu na cidade de Belém, na Judéia (no ano 7 a.C.), foi criado em Nazaré (por isso foi chamado de Jesus de Nazaré ou Nazareno e, no ano 27 d.C., com 33 anos de idade, foi morar em Cafarnaum, que se tornou a sede de sua pregação. Jesus morreu crucificado na sexta-feira, 7 de abril do ano 30 (com 36 anos), e ressuscitou no domingo, 9 de abril.

 Pesquisas – Na década de 1970, foram feitas escavações nas ruínas da cidade de Cafarnaum. A primeira constatação foi que a cidade era muito pobre, as paredes das casas eram construídas com grossas pedras de basalto negro, sem polir, postas umas sobre as outras, sem argamassa. Os pisos das casas eram de terra ou estavam cobertos com pequenas pedras lisas. Entre todos aqueles ambientes escavados, apareceu uma estranha habitação. As paredes tinham revestimento interno de argamassa e os pedaços de reboco, que estavam caídos no piso, tinham desenhos geométricos e pinturas florais. O que mais chamou a atenção foram 175 fragmentos das paredes com inscrições (em grego, sírio e aramaico) com as palavras “Senhor”, “Cristo”, “Deus”, “Amém” e “Pedro”.

 Pergunta – O que havia de particular naquela casa de Cafarnaum? Era a única com piso pavimentado e paredes decoradas. Os arqueólogos concluíram que se tratava da casa humilde de um pescador (Pedro), que a havia emprestado para Jesus viver, enquanto se encontrava na cidade. As inscrições nas paredes eram de visitantes cristãos que visitaram Cafarnaum nos primeiros séculos do cristianismo, fazendo da casa local de veneração.

 Pedro – A casa de Simão Pedro estava situada em um dos quarteirões, nas imediações do lago. Em Cafarnaum não existiam casas individuais, mas habitações de famílias ou coletivas: as habitações, construídas em pedra, agrupavam-se ao redor de um único pátio, para várias famílias. As diversas habitações não tinham porta, permanecendo sempre abertas para o pátio. Uma única porta comunicava a rua ao pátio. Ali se amassava e assava o pão, em fornos coletivos; as mulheres moíam o trigo e os artesãos faziam seus trabalhos manuais.

 A casa – O pátio da casa de Pedro tinha aproximadamente 84 m2, totalizando sete habitações. Conforme Marcos (1, 29), na casa moravam Simão (Pedro) e seu irmão André. Devemos considerar que todos tinham mulheres e filhos, além da sogra de Pedro, que podia ter marido e outros membros da família. A primeira vez que Jesus entrou na casa foi para curar a sogra de Pedro, que estava enferma, e os apóstolos “falaram-lhe a respeito dela”. Isso mostra que Jesus não teve a possibilidade de vê-la, pois se encontrava em outra habitação.

 Impostos – Nesta casa, aconteceu o episódio contado em Mateus 17, 24-27: os cobradores de impostos, ao verem Pedro entrar com Jesus na casa, chamaram o apóstolo, dizendo: “O seu Mestre não paga os impostos ao Templo”. Pedro contestou: “Claro que sim”. E entrou silencioso na casa para buscar o dinheiro. Jesus adiantou-se dizendo: “Simão, vai até o lago, lança o anzol e abre a boca do primeiro peixe que pescares. Ali encontrarás uma moeda valendo duas vezes o imposto; pega-a e entrega a eles por mim e por ti”. Por que os cobradores se dirigiram a Pedro para cobrar o imposto? Certamente porque Jesus, como hóspede permanente de Pedro, já era considerado membro da família.

 Teto – Nas casas da cidade não havia cobertura, como nas casas atuais. Devido à raridade de chuvas na região da Galileia, os telhados das casas consistiam em travessões de madeira com um entrelaçado de ramos com folhas e se colocava em cima uma massa de terra e palha. Este sistema de telhado durava um ano e deveria ser reparado antes da estação das chuvas. Para esta manutenção, existia na parte externa da casa uma escada fixa de pedra, que dava acesso ao telhado. Esta descrição permite entender melhor o relato da cura do paralítico, em Mc 2,1-22: os quatro amigos que carregavam o paralítico, ante a impossibilidade de passar pela porta da casa, subiram pela escada externa, removeram a massa de terra e os ramos e abaixaram a maca com o paralítico até Jesus, que estava dentro da casa.

 Recompensa – No final da pregação de Jesus, Pedro pôde ouvir a sua recompensa: “... por ter deixado casa ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou filhos, ou terras por causa de mim, dentro de pouco tempo receberás cem vezes mais casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e terras”. E concluiu: “E, no futuro, a vida eterna” (Mc 10, 28-31).

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sábado, 6 de fevereiro de 2021

A casa de Pedro

 


 No Evangelho das missas deste domingo (Mc 1, 29-39) Jesus está na cidade de Cafarnaum e cura a sogra de Pedro. Lembramos que Jesus deixou a sua cidade natal, Nazaré (situada a 34 km a sudoeste), e instalou-se em Cafarnaum (Mt 4,13). Simão, o pescador, lhe emprestou a sua casa e, desde então, a vila se tornou o centro de suas atividades. Ao receber Jesus, Cafarnaum passou a ser a capital do anúncio evangélico, passando a ser conhecida como “Cidade de Jesus” (Mt 9,1). Jesus viveu ali durante o tempo de sua pregação, entre os anos 27 e 30.

 

Jesus – Lembramos que Jesus nasceu na cidade de Belém, na Judéia (no ano 7 a.C.), foi criado em Nazaré (por isso foi chamado de Jesus de Nazaré ou Nazareno) e, no ano 27 d.C., com 33 anos de idade, foi morar em Cafarnaum, que se tornou a sede de sua pregação. Jesus morreu crucificado na sexta-feira, 7 de abril do ano 30 (com 36 anos), e ressuscitou no domingo, 9 de abril.

 

Ruas – Cafarnaum situava-se na margem do lago de Genesaré (ou Mar da Galiléia). Tinha uns 300 metros de leste a oeste e uns 200 metros de norte a sul, com uma população estimada entre 800 e 900 pessoas. Tinha uma planta harmoniosa e ordenada, com ruas formando quarteirões e conjuntos de casas. No desenho acima podemos ver as ruínas da cidade de Cafarnaum, com as ruas, a casa de Pedro e a sinagoga (lembrem-se do Evangelho da semana passada, quando Jesus estava na sinagoga).

 

Pedro – A casa de Simão Pedro estava situada em um dos quarteirões, nas imediações do lago. Em Cafarnaum não existiam casas individuais, mas habitações de famílias ou coletivas: as habitações, construídas em pedra, agrupavam-se ao redor de um único pátio, para várias famílias. As diversas habitações não tinham porta para a rua, permanecendo sempre abertas para o pátio. Uma única porta comunicava a rua ao pátio. No pátio se amassava e assava o pão, em fornos coletivos; as mulheres moíam o trigo e os artesãos faziam seus trabalhos manuais.

 

A casa – O pátio da casa de Pedro tinha aproximadamente 84 m2, totalizando sete habitações. Conforme Marcos (1, 29), na casa moravam Simão (Pedro) e seu irmão André. Devemos considerar que todos tinham mulheres e filhos, além da sogra de Pedro, que podia ter marido e outros membros da família. No Evangelho deste domingo, Jesus saiu da sinagoga e, ao chegar na “casa coletiva”, lhe informaram que a sogra de Pedro estava com febre. Jesus entrou no pátio e se encaminhou para a casa onde estava a sogra de Pedro. Levantou-a pela mão, curando-a. Mais tarde, curou doentes na porta da casa.

 

Sinagoga – Perto da casa de Pedro havia uma sinagoga, tantas vezes visitada por Jesus. Tinha 22 m de largura por 16 m de comprimento. Sabemos, pelo Evangelho de São Lucas, que foi construída por um centurião romano, cujo criado foi curado por Jesus. O Evangelho diz que, quando o militar enviou um grupo de judeus para implorar seu milagre, estes lhe disseram: “Ele merece este favor, porque ama o nosso povo. Ele até construiu uma sinagoga para nós.” (Lc 7,5).

 

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