Ao iniciarmos a preparação para o Natal (advento), inúmeras vezes
ouviremos falar de Maria Santíssima, nossa Mãe e Mãe da Igreja. Como os Evangelhos
Canônicos trazem poucas informações sobre Maria e José, fomos buscar mais
detalhes (histórias, nomes, datas, etc.) em outras fontes, como a tradição
judaica, fontes históricas e textos apócrifos (Proto-evangelho de Tiago, a
História de José o Carpinteiro). A Igreja Católica aceita alguns destes fatos
na sua liturgia (os nomes dos pais de Maria, a cerimônia de apresentação de
Maria no Templo, Imaculada Conceição, José idoso, o bastão de José) mesmo não
constando nos Evangelhos.
O pai de Maria – Joaquim era um homem muito
rico que vivia atormentado por não ter filhos. Para o povo hebreu era muito
importante gerar descendentes. Estava tão angustiado que se retirou para o
deserto e jejuou quarenta dias e quarenta noites para que suas preces fossem
atendidas.
A mãe de Maria – Ana era uma mulher que lamentava a sua esterilidade.
Apresentou-se a ela um anjo de Deus dizendo que o Senhor ouviu seus pedidos e
que ela daria à luz uma criança. A concepção imaculada de Maria é aceita pela
Igreja Católica como dogma de fé (instituído pelo Papa Pio IX em 1854) e
comemorada como a festa da Imaculada Conceição de Maria.
Apresentação no Templo – Ana prometeu que entregaria seu filho (ou filha) como oferenda ao
Senhor, para que ele servisse seu Deus todos os dias de sua vida. Nove meses
depois, Ana deu à luz uma menina, dando-lhe o nome de Maria. Era,
aproximadamente, o ano 20 a.C.
Quando completou três anos, Maria foi conduzida ao templo e entregue ao
sacerdote. Permaneceu lá até os doze anos, se ocupando com os afazeres diários
do templo.
Aos doze anos – Quando Maria completou doze anos (aprox. 9 a.C.), os sacerdotes se
reuniram e deliberaram que o Sumo Sacerdote deveria decidir o destino de Maria.
Este, orando no aposento chamado ‘santo dos santos’, indicou que fossem reunidos
12 viúvos (um de cada tribo de Israel). Cada viúvo deveria vir ao templo com um
bastão e aquele que recebesse um sinal singular do Senhor seria o esposo de
Maria.
Os viúvos – José, atendendo o chamado do Sumo Sacerdote, se dirigiu de Belém
ao templo, entregando o seu bastão. O Sumo Sacerdote, após orar, devolveu os
bastões aos viúvos. Ao entregar o bastão a José, uma pomba passou a voar sobre
sua cabeça, indicando que José deveria ser o esposo de Maria.
Contestação – José replicou que já era velho e tinha filhos (Judas, Josetos,
Tiago, Simão Lígia e Lídia), enquanto que Maria era uma menina; argumentando
ainda que seria objeto de zombarias por parte do povo. O sacerdote convenceu-o,
dizendo que deveria aceitar o casamento como desejo divino.
A tradição da época – Na palestina não havia diferença entre noivado e casamento. Por
isso que em Mt 1,18 nós encontramos que Maria estava desposada de José.
Desposada quer dizer noiva. O noivado já tinha o valor de casamento; por isto,
em Mt 1,19, José é chamado de esposo. A tradição mandava que após a festa de
noivado, a noiva (ou esposa) continuava na casa de seus pais, e o noivo
(esposo) ia construir a casa. Pronta a casa, o noivo ia buscar a noiva,
geralmente em procissão luminosa, da qual participavam também outras moças do
lugar (veja a parábola das dez virgens em Mt 25, 1-13).
José e Maria – Como Maria vivia no templo
(e não na casa dos seus pais), José levou-a para sua casa e saiu em viagem de
trabalho com os dois filhos maiores. José era carpinteiro e trabalhava na
construção de casas. Maria cuidou do pequeno Tiago (filho de José) com carinho
e dedicação. Maria viveu como noiva de José perto de dois anos.
Um certo anjo ... – Um certo dia, no início do
ano 7 a.C.,
Maria pegou um cântaro e foi enchê-lo de água. Mas eis que ouviu uma voz que
lhe dizia: "Deus te salve, cheia de graça, o Senhor está contigo ..."
Bem, mas este é assunto para a próxima semana.
GOSTOU DO
ASSUNTO? –
Se você quer ler mais sobre o assunto, podemos lhe oferecer os Evangelhos apócrifos
citados (Protoevangelho de Tiago, a História de José) e a Cronologia da vida de
Jesus. Solicite por E-mail.
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