Muitas pessoas que visitam a Basílica de
São Pedro, no Vaticano, ficam impressionadas com a escultura de Moisés, de
Michelangelo, uma obra de grande maestria e rara perfeição. Vamos detalhar a
história desta obra-prima do Renascimento.
A
tumba de Júlio II – Em
março de 1505, Michelangelo estava em Florença e foi convocado a encontrar-se
em Roma com o Papa Júlio II. O pontífice
desejava construir uma tumba que fosse digna de um chefe do cristianismo, para
ser colocada na Basílica de São Pedro. Em razão de muitos problemas, os
trabalhos só se iniciaram em 1545, quando Michelangelo tinha setenta
anos. A tumba incluía a presença da escultura de Moisés no centro do complexo e
também as estátuas de Raquel e Lia.
Moisés – Moisés foi o homem encarregado por Deus
para libertar o povo de Israel da escravidão do Egito e conduzi-lo à Terra Prometida.
O episódio imortalizado pela estátua de Michelangelo corresponde a um momento
muito específico da história do Êxodo: Moisés desce do Monte Sinai com as
tábuas de pedra contendo os Dez Mandamentos e encontra o seu povo, em
idolatria, ao redor do bezerro de ouro. Com raiva, jogou as tábuas da lei ao
chão (Ex, 32,19).
Drama – A estátua do Moisés de Michelangelo
representa, com rara perfeição, o momento dramático em que o profeta foi
invadido por uma terrível cólera e parece que está prestes a se levantar e
destruir tudo. As tábuas ainda estão inteiras debaixo do braço, mas já numa
situação muito instável, caso o “gigante” se levante.
Chifres – O elemento que mais chama a atenção na
escultura são os dois chifres na cabeça de Moisés. A explicação está
relacionada a uma interpretação literal da versão do episódio, narrado na
Vulgata (tradução latina da Bíblia das versões grega e hebraica feita pelo
padre São Jerônimo).
Keren ou Karan? – Em Hebreu não
se escrevem as vogais. A palavra
“KNR”, pode ser interpretada como “keren” – radiante, luminoso, com raios de
luz – ou como “karan” – chifres. Quando o tradutor se deparou com ela em Êxodo 34,
29-30 (“E os filhos de Israel viram então os raios de luz que emanavam da face
de Moisés”, tradução encontrada na maioria das Bíblias), optou por traduzir o
texto assim: “E os filhos de Israel viram então os chifres que emanavam da face
de Moisés”. Michelangelo, usando o texto da Vulgata de São Jerônimo, colocou os
chifres na estátua de Moisés.
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