O Evangelho das missas deste domingo acontece na fase final da etapa da Galiléia, em julho do ano 29 (lembrar que Jesus foi crucificado no dia 7 de abril do ano 30). Jesus orava sozinho, quando perguntou aos discípulos: “Quem dizem as multidões que Eu sou?” Eles responderam: “Uns, João Batista; outros, que és Elias; e outros, que és um dos antigos profetas que ressuscitou”. Disse-lhes Jesus: “E vós, quem dizeis que Eu sou?” Pedro tomou a palavra e respondeu: “És o Messias de Deus”.
Oração –
A cena de hoje começa com a indicação da oração de Jesus. É um dado típico de
Lucas que põe sempre Jesus rezando antes de um momento fundamental. A oração é
o lugar do reencontro de Jesus com o Pai. Depois de rezar, Jesus tem sempre uma
mensagem importante – uma mensagem que vem do Pai – para comunicar aos
discípulos. A questão importante que, nesse episódio, Jesus quer comunicar, tem
a ver com a questão: “quem é Jesus?”
Messias –
A época de Jesus foi uma época de crise profunda para o Povo de Deus; foi,
portanto, uma época em que o sofrimento gerou uma enorme expectativa
messiânica. Asfixiado pela dor que a opressão trazia, o Povo de Deus sonhava
com a chegada desse libertador anunciado pelos profetas. Esperavam um grande
chefe militar que, com a força das armas, iria restaurar o império de David e
obrigar os romanos opressores a respeitar aquela nação. Na época apareceram várias
figuras que se assumiram como “enviados de Deus”, criaram à sua volta um clima
de ebulição, arrastaram atrás de si grupos de discípulos exaltados e acabaram, invariavelmente,
chacinados pelas tropas romanas. Jesus é também um destes demagogos, em quem o
Povo vê cristalizada a sua ânsia de libertação?
Messias? –
Aparentemente, Jesus não é considerado pelas multidões “o messias”: preferencialmente,
o Povo identifica-o com Elias, o profeta que as lendas judaicas consideravam
estar junto de Deus e que voltaria a anunciar o grande momento da libertação do
Povo de Deus. Talvez a postura de Jesus e a sua mensagem não correspondessem
àquilo que se esperava de um rei forte e vencedor.
Discípulos –
Os discípulos (companheiros de “caminho” de Jesus) deviam ter uma perspectiva
mais elaborada e amadurecida. De fato, é isso que acontece; por isso, Pedro não
tem dúvidas em afirmar: “Tu és o messias de Deus”. Pedro representa aqui a
comunidade dos discípulos – essa comunidade que acompanhou Jesus, testemunhou
os seus gestos e descobriu a sua ligação com Deus. Dizer que Jesus é o
“messias” significa reconhecê-lo como o “enviado” de Deus que havia de traduzir
em realidade essas esperanças de libertação que enchiam o coração de todos.
Libertador –
Jesus não discorda da afirmação de Pedro. Ele sabe, no entanto, que os
discípulos sonhavam com um “messias” político, poderoso e vitorioso e
apressa-se a desfazer possíveis equívocos e a esclarecer as coisas: Ele é o
enviado de Deus para libertar os homens; no entanto, não vai realizar essa
libertação pelo poder das armas, mas pelo amor e pelo dom da vida. No seu
horizonte próximo não está um trono, mas a cruz: é aí, na entrega da vida por
amor, que Ele realizará as antigas promessas de salvação feitas por Deus ao seu
Povo.
UM POUCO DE HISTÓRIA –
No dia 17 de junho de 1963 a Suprema Corte dos EUA, depois de grandes debates,
decide, por 8 votos a 1, que os estados não podem exigir a recitação do Pai
Nosso ou de versículos da Bíblia em escolas públicas.
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