No Evangelho
das missas deste domingo (Mt 16,13-19), Pedro reconhece Jesus como Messias, é
proclamado como base (pedra fundamental) da Igreja e recebe as chaves do Reino
dos Céus.
No Evangelho
das missas deste domingo (Mt 16,13-19), Pedro reconhece Jesus como Messias, é
proclamado como base (pedra fundamental) da Igreja e recebe as chaves do Reino
dos Céus.
Neste domingo
a Igreja comemora a Assunção de Maria, conforme o dogma publicado pelo Papa Pio
XII (1950): “A Virgem Imaculada, que fora preservada de toda a mancha de culpa
original, terminando o curso da sua vida terrena, foi elevada à glória celeste
em corpo e alma”.
Mistério – Os detalhes
da morte, enterro e assunção da Virgem Maria são um dos maiores mistérios do
Novo Testamento. A Igreja usa o texto da Carta de São Paulo (1Cor 15, 20-23) e
do Apocalipse (Ap 11, 19; 12, 1), para fundamentar o dogma. Nenhuma descrição
ou fato histórico é citado. Apresentamos aqui as descobertas mais recentes
sobre o assunto:
Cronograma – Um cronograma
aproximado da vida de Maria seria o seguinte: nasceu no ano 20 a.C., aproximadamente,
filha de Ana e Joaquim. No final do ano 7 a.C. (com 13 anos) deu à luz Jesus,
na cidade de Belém. Maria assistiu a crucificação e morte de Jesus em abril do
ano 30 d.C., com 50 anos de idade. Segundo Hipólito de Tebas (autor bizantino
do século VII), a Virgem Maria viveu onze anos após a morte de Jesus, morrendo
no ano de 41 d.C. (com 61 anos de idade).
João Paulo II – Em catequese,
no dia 9 de julho de 1997, o Papa João Paulo II disse que o primeiro testemunho
de fé na assunção da Virgem Maria aparece nas histórias apócrifas, intituladas
"Transitus Mariae", cujo
núcleo original remonta aos séculos II e descreve a morte, o sepultamento, o
túmulo e a ascensão de Maria aos Céus. Segundo a palavra do Pontífice este
texto reflete uma intuição da fé do povo de Deus.
O texto – O autor do “Transitus Mariae” usa o pseudônimo de
Melitão. Existiu um Melitão, Bispo de Sardes, no ano de 150, mas não deve ser o
mesmo. O autor diz que escutou de São João apóstolo a seguinte história: Maria
vivia em sua casa, quando recebeu a visita de um anjo anunciando que, em três
dias, seria elevada aos céus. Então ela pediu ao anjo que gostaria que todos os
apóstolos estivessem reunidos.
Morte – Três dias
depois, Maria morreu na presença de todos os apóstolos. Pedro recebeu uma
mensagem de Cristo: ele deveria tomar o corpo de Maria e levar à direita da
cidade, até o oriente, onde encontraria um sepulcro novo. Ali deveria depositar
o corpo de Maria e aguardar um novo aparecimento de Cristo.
Enterro – Os apóstolos
assim fizeram: colocaram o corpo num caixão, saíram de Jerusalém, à direita da
cidade, entraram no Vale de Josafat (ou vale do Cedron), no caminho para o
Monte das Oliveiras, depositaram o corpo no sepulcro, fecharam com uma pedra e
ficaram esperando.
Assunção – Cristo
ressuscitado apareceu, saudando a todos: “A paz esteja convosco”. Pedro disse:
“Senhor, se possível, parece justo que ressuscite do corpo de sua mãe e a
conduza contigo ao Céu”. Jesus disse:
“Tu que não aceitasse a corrupção do pecado não sofrerás a corrupção do corpo
no sepulcro”. E os anjos a levaram ao paraíso. Enquanto ela subia, Jesus falou
aos apóstolos: “Do mesmo modo que estive com vocês até agora, estarei até o fim
do mundo”. E desapareceu entre as nuvens junto com os anjos e Maria.
Impressionante descoberta – A arqueologia
estudou durante anos os detalhes da pequena igreja existente no local descrito
pelo texto “Transitus Mariae” sem
nada encontrar. Em 1972, uma chuva torrencial alagou a igreja e exigiu a
reconstrução do piso. Ao remover o piso, apareceu um grande porão, com uma
câmara funerária do primeiro século. Todas as descrições do livro apócrifo
estavam confirmadas.
QUER LER MAIS – Se você se
interessou pelo assunto, nós podemos lhe oferecer a história completa do
“Túmulo de Maria” escrita pelo teólogo católico Ariel Alvarez Valdes (17 pág.
em castelhano) com fotos e desenhos do túmulo; a audiência de 9/7/97 do Papa
João Paulo II “A Assunção de Maria, verdade de fé” (5 pág, em
português); o texto completo do livro apócrifo “Transitus
Mariae”, escrito no século II (16 pág. em castelhano). Solicite por E-mail.
O Evangelho deste domingo (Mt
14,22-33) apresenta
Jesus andando sobre as águas, os discípulos com medo e Jesus estendendo-lhes a
mão e dando-lhes força para vencer a adversidade.
Os discípulos, contudo, não
puderam chegar antes de Jesus na outra margem… Talvez Ele tivesse querido
ensiná-los, por experiência, que, sem Ele, não é possível lá chegar… Que barca
é esta para a qual Jesus os manda subir? Não será a luta contra as tentações e
as circunstâncias difíceis? … Ele, o Salvador, manda, portanto, os discípulos
subir para a barca das provações a fim de chegarem à outra margem,
ultrapassando as circunstâncias difíceis através da sua vitória sobre elas…
Depois, sobe à montanha, a um
lugar apartado, para orar. Por quem reza? Provavelmente, em primeiro lugar,
pelas multidões, para que, despedidas depois de terem comido os pães
abençoados, não façam nada contrário à despedida de Jesus. Também pelos
discípulos…, para que, no meio do mar, não sofram com as altas ondas nem com o
vento contrário. Sou levado a dizer que é, graças à oração que Jesus dirige ao
Pai, que os discípulos não sofreram danos no mar.
E nós, se algum dia cairmos
sob a força das tentações, lembremo-nos de que não é possível chegarmos à outra
margem sem sofrermos a prova das ondas furiosas e do vento contrário. Além
disso, quando nos virmos rodeados de muitos e custosos afazeres, já um tanto cansados
pela travessia que se alonga, pensemos que a nossa barca se encontra em pleno
mar e que as ondas procuram fazer-nos “naufragar na nossa fé” (1 Tm 1, 19) …
Acreditemos, então, que o fim da noite está iminente: “A noite vai avançada e o
dia aproxima-se” (Rm 13, 12). O Filho de Deus virá até nós para nos acalmar o
mar, caminhando sobre as águas.
Desânimo – O relato da transfiguração de Jesus é precedido pelo primeiro
anúncio da paixão (Mt 16,21-23) e de uma instrução sobre as atitudes que
discípulo deve ter (convidado a renunciar a si mesmo, a tomar a sua cruz e a
seguir Jesus no seu caminho de amor e de entrega da vida – Mt 16,24-28). Depois
de terem ouvido falar do “caminho da cruz” e de terem constatado aquilo que
Jesus pede aos que O querem seguir, os discípulos estão desanimados e
frustrados, pois a aventura em que apostaram parece caminhar para um rotundo
fracasso; eles veem desaparecer, pouco a pouco – nessa cruz que irá ser
plantada numa colina de Jerusalém – os seus sonhos de glória, de honras, de
triunfos e se perguntam se vale a pena seguir um mestre que nada mais tem a
oferecer do que a morte na cruz.
Projeto – É nesse contexto que Mateus coloca o episódio da
transfiguração. A cena representa uma palavra de ânimo para os discípulos (e
para os crentes, em geral), pois nela manifesta-se a glória de Jesus e
atesta-se que Ele é – apesar da cruz que se aproxima – o Filho amado de Deus.
Os discípulos recebem, assim, a garantia de que o projeto que Jesus apresenta é
um projeto que vem de Deus e, apesar das suas próprias dúvidas, recebem um
complemento de esperança que lhes permite “embarcar” e apostar nele.
Teofania – A narração da transfiguração é uma teofania – quer dizer,
uma manifestação de Deus. Portanto, o autor do relato coloca no quadro que
descreve todos os ingredientes que, no imaginário judaico, acompanham as
manifestações de Deus (e que encontramos quase sempre presentes nos relatos teofânicos
do Antigo Testamento): o monte, a voz do céu, as aparições, as vestes
brilhantes, a nuvem e mesmo o medo e a perturbação daqueles que presenciam o
encontro com o divino. Isso quer dizer: não estamos diante de um acontecimento
real, mas de uma catequese construída de acordo com o imaginário judaico.
Catequese – Esta catequese, destinada a ensinar que Jesus é o Filho amado
de Deus e que traz aos homens um projeto que vem de Deus, está construída sobre
elementos simbólicos tirados do Antigo Testamento. Que elementos são esses?
O monte: situa-nos num contexto de revelação; é sempre num monte que
Deus Se revela e, em especial, é no cimo de um monte que Ele faz uma Aliança
com o seu Povo. A mudança do rosto e das vestes – de brancura resplandecente – recordam
o resplendor de Moisés, ao descer do Sinai (Ex 34,29), depois de se encontrar
com Deus e de ter as Tábuas da Lei.
A nuvem: indica a presença de Deus; era na nuvem que Deus manifestava
a sua presença, quando conduzia o seu Povo pelo deserto (Ex 40,35). Moisés e
Elias representam a Lei e os Profetas (que anunciam Jesus e que permitem
entender Jesus); são personagens que, de acordo com a catequese judaica, deviam
aparecer no “Dia do Senhor”, quando se manifestasse a salvação definitiva (Dt
18,15-18).
Reação: o temor e a perturbação dos discípulos são a reação lógica de
qualquer homem ou mulher diante da manifestação da grandeza, da onipotência e
da majestade de Deus (Ex 19,16). As tendas parecem aludir à “Festa das Tendas”,
em que se celebrava o tempo do êxodo, quando o Povo de Deus habitou em
“tendas”, no deserto.
Filho amado – A mensagem fundamental pretende dizer quem é Jesus.
Recorrendo a simbologias do Antigo Testamento, o autor deixa claro que Jesus é
o Filho amado de Deus, em quem se manifesta a glória do Pai. Ele é também, esse
Messias libertador e salvador esperado por Israel, anunciado pela Lei (Moisés)
e pelos Profetas (Elias). Mais ainda: ele é um novo Moisés – isto é, aquele por
meio de quem o próprio Deus dá ao seu Povo a Nova Lei e através de quem Deus
propõe aos homens uma nova aliança.