Inúmeras vezes nós, cristãos, somos questionados sobre a pessoa de Jesus Cristo. Alguns, mais extremados, chegam até a afirmar que Jesus nunca existiu, e que tudo não passa de pura invenção dos primeiros cristãos. Existem ainda os professores de História Geral que ensinam a seus alunos não haver provas extra-bíblicas sobre a existência de Jesus.
Vamos continuar o artigo da semana anterior, citando mais alguns documentos históricos sobre Jesus.
O primeiro texto é do historiador romano Tácito (55 – 120), intitulado "Anais", escrito em 64 d.C., relatando a origem do nome "cristãos", responsabilizados pelo imperador Nero pelo incêndio de Roma. Notar que o historiador confirma a morte (crucificação) sob as ordens de Pôncio Pilatos: "Nero firmou a culpabilidade e infligiu as torturas mais primorosas a uma classe odiada por suas abominações, os chamados cristãos. Este nome vem de Cristo, que o Imperador Pôncio Pilatos condenou à morte, sob o reinado de Tibério. Esta odiosa superstição, reprimida durante algum tempo, se propagou de novo não somente na Judéia, onde nasceu esse mal, mas também em Roma, para onde aflui tudo o que o mundo produz de detestável e desonroso, aí encontrando numerosos adeptos. A repressão foi primeiro aos que se confessaram culpados .. ." (Anais, 15, 44).
É importante não confundir Tácito, o historiador romano (autor do texto acima), com o imperador romano de mesmo nome, que viveu entre os anos 200 e 276, sendo imperador entre 275 e 276.
O segundo documento (datado de 112 d.C.) trata-se de uma carta de Plínio (61-112 d.C.), aristocrata, governador da Ásia Menor, ao imperador romano Trajano (viveu entre 53 e 117, sendo imperador entre 98 e 117), onde relata algumas particularidades dos cristãos. Nesta carta, Plínio pede a Trajano que legalize os cristãos. Eis um trecho da carta: "... os cristãos se reuniam em dias fixos, antes do nascer do sol, e cantavam um hino a Cristo, como se fosse um deus." (Cartas 10,96).
Cabe aqui uma explicação importante: o governador Plínio (autor do texto acima) não deve ser confundido com o historiador e naturalista romano Plínio (o Velho), que viveu entre os anos 23 e 79 d.C.
Existem ainda outros textos que comprovam a existência de Jesus como personagem histórico: Tallus, no seu livro de história escrito entre 50 e 70 d.C.; Suetonius, em ‘Vidas dos Caesars’ escrito em 125 d.C.; Galen, em vários textos datados de 150 d.C.; Celsus (filósofo pagão), em ‘Verdadeiro Discurso’, escrito em 170 d.C.; Mara Bar Serapion, em 73 d.C.; Julius Africanus, no livro ‘História do Mundo’ escrito no 3º século.