sábado, 14 de julho de 2001

Lutero e Maria Santíssima

Coluna "Ser Católico" – Jornal da Cidade – 14/07/2001

Quem foi Lutero – Martinho Lutero foi o grande idealizador da reforma protestante no século XVI. Em 31/10/1517 ele tornou público o seu protesto contra a doutrina e a disciplina da Igreja Católica, afixando à porta da igreja de Wittenberg uma lista das 95 teses (em latim) em que ele discordava da Igreja. O brado de revolta de Lutero se espalhou rapidamente pela Alemanha e demais países, dando origem ao protestantismo.

Lutero e Maria – Lutero foi um homem de religiosidade profunda, dotado de firme confiança em Deus, aplicado em seu trabalho e desinteressado de si. Sua sensibilidade cristã encontrou eco nas palavras de Maria a Isabel, deixando, entre seus escritos, um belo comentário do Magnificat de Maria Santíssima (Lc 1,46-56). Transcrevemos aqui alguns trechos:

Maria é lição de como louvar a Deus – "Ela nos ensina como devemos amar e louvar a Deus, com alma despojada e de modo verdadeiramente conveniente, sem procurar nele o nosso interesse. Ora, ama e louva a Deus com o coração simples e como convém a quem o louva simplesmente porque é bom; quem não considera mais que a sua pura bondade e só nela encontra o seu prazer e a sua alegria. Eis um modo elevado, puro e nobre de louvar: é bem próprio de um espírito alto e nobre como o da Virgem. Aqueles que amam com coração impuro e corrompido, aqueles que, de maneira semelhante à dos exploradores, procuram em Deus o seu interesse, não amam e não louvam a sua pura bondade, mas pensam em si mesmos e só consideram quanto Deus é bom para eles mesmos. A religiosidade verdadeira, portanto, é louvor a Deus incondicionado e desinteressado".

A humildade da Mãe de Deus – "Maria não se orgulha da sua dignidade nem da sua indignidade, mas unicamente da consideração divina, que é tão superabundante de bondade e de graça que Deus olhou para uma serva assim tão insignificante e quis considerá-la com tanta magnificência e tanta honra... Ela não exaltou nem a virgindade nem a humildade, mas unicamente o olhar divino repleto de graça. (...) De fato não deve ser louvada a sua pequenez, mas o olhar de Deus."

O olhar de Deus – "Ao observar aquilo que se realiza nela, nós podemos contemplar o estilo habitual de Deus. Enquanto os homens são atraídos pelas coisas grandes, Deus olha para baixo, para tirar de ‘um nada, daquilo que é ínfimo, desprezado, mísero e morto, algo de precioso, digno de honra, feliz e vivo’".

Devemos invocar Maria e os santos – A Mãe de Jesus, portanto, aparece em Lutero como o puro reflexo do olhar divino. Ela não atrai a nossa atenção sobre si, mas leva-nos a olhar para Deus. "Maria não quer ser um ídolo; não é Ela que faz, é Deus que faz todas as coisas. Deve ser invocada para que Deus, por meio da vontade dela, dê e faça aquilo que pedimos; assim devem ser invocados também todos os outros santos, deixando que a obra seja inteiramente de Deus".

Fonte: textos extraídos do livro "Maria Mãe dos homens" da Edições Paulinas.

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