Quem era – Pouco sabemos sobre a vida real ou lendária de São Dimas. Conta-se que era filho de casal piedoso, mas perdeu a mãe quando era pequeno e foi criado pelo pai com muito carinho, temor a Deus e acreditando que tinha um espírito que continuaria vivendo após a morte deste corpo. Acreditava que essa vida espiritual dependia dos bálsamos, mortalha, sepultura digna, tudo o que fosse dispensado aos corpos após a morte, pois todo corpo abandonado e insepulto teria seu espírito vagando sem nunca conseguir o repouso eterno.
Vingança – Dimas estava com 18 anos quando seu pai morreu e surgiu um cobrador confiscando todos os seus bens. Não deixou nem o suficiente para o sepultamento, ficando o corpo insepulto durante seis dias, sendo depois atirado numa vala comum, destinada aos leprosos, que eram os proscritos da sociedade. Dimas, arrasado, jurou vingar-se.
Ladrão – Precisou implorar uma arma a um vendedor, prometendo que voltaria algum dia para pagá-lo. Após matar o cobrador do pai, tornando-se um fora da lei, passou a roubar viajantes e caravanas. Conseguindo dinheiro, pagou o punhal comprado, mas, agora, era um assassino e ladrão, assim, passou a viver nas montanhas e chefiou bandidos dos Montes da Samaria.
José e Maria – Diz a lenda que, apesar de bandido, acolhia e ajudava os pobres viajantes e certa vez deu pernoite a viajantes que fugiam para o Egito: José, Maria e o Menino Jesus, abrigando-os de uma tempestade.
Jesus – Os anos foram passando, Dimas escutou algumas pregações e milagres de Jesus e resolveu abandonar a vida de criminoso. Enquanto Dimas estava foragido, Barrabás, um assassino feroz que estava preso, em troca de melhor comida na prisão, delatou Dimas, que foi preso e condenado à crucificação.
No Paraíso – Na Bíblia, encontramos Jesus crucificado entre dois ladrões. Enquanto um blasfema, o outro fala a Jesus: ”Senhor, lembra-te de mim quando estiveres no Teu reino” (Lc 23,40). Jesus, além do perdão, promete-lhe a vida eterna: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso” (Lc 23,43). A Tradição afirma que o agraciado com a promessa do paraíso, ainda naquele mesmo dia, é Dimas.
No calvário – Na cena do Calvário, enquanto Jesus agonizava na cruz, temos diversas atitudes diferentes: o povo olhava de longe, em silêncio, talvez decepcionado com o Profeta de Nazaré; os chefes judeus zombavam de Jesus; os soldados faziam brincadeiras de mau gosto; até um dos criminosos crucificados a seu lado o insultava; mas, um acreditou nele: o Bom Ladrão. E com sua atitude de humildade, reconhecendo-se criminoso, e com sua profissão de fé, “Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reinado”, “roubou” o Paraíso, tornando-se o primeiro herdeiro dos que sofrem e choram.
Da cruz ao paraíso – Jesus quer realizar o seu reino numa sociedade de irmãos e filhos de Deus. Até o momento de sua morte, vemos o que foi a constante de Sua vida: a preferência pelos pecadores, marginalizados e pobres. Por isso mesmo, até no último momento, oferece o Paraíso ao Bom Ladrão que se arrependeu e acreditou nele. Da humilhação e fraqueza suprema da cruz, Cristo Jesus aparece como rei vencedor do pecado e da morte.
Ressurreição – A promessa que faz a Dimas revela esta vitória e é a garantia de nossa esperança cristã. A partir da morte e ressurreição de Jesus, que é também a sua glorificação, estão abertas as portas do Paraíso, que Adão nos tinha fechado. Fica inaugurado o reino da Ressurreição dos mortos. Jesus quer reinar a partir da cruz e não a partir do poder, e quer realizar seu reino numa sociedade de irmãos entre si e de filhos de Deus.
Dimas em Bauru – Em nossa cidade existe uma paróquia que tem Dimas como padroeiro. É a Paróquia de São Judas Tadeu e São Dimas, localizada nos altos da cidade.