João Batista – Era filho de Zacarias, sacerdote do Templo de Jerusalém e de Isabel (Elizabete), parente de Maria Santíssima. Depois que Maria recebeu a notícia (do anjo) que ficaria grávida, foi visitar Isabel. Esta, ao ver Maria, pronuncia um dos mais belos salmos da Bíblia: o Magnificat (veja em Lc 1,39-56). João Batista nasceu na cidade de Ain-Karin, distante poucos quilômetros, a sudoeste de Jerusalém (na Judéia). Viveu como ermitão, no deserto da Judéia, até os 27 anos. Ele atraía multidões, chamando os homens para a penitência e batismo, anunciando que o Reino de Deus estava próximo.
Herodes Antipas – Foi o filho caçula de Herodes, o Grande e da samaritana Maltace, uma das dez esposas de seu pai; nasceu por volta do ano 20 a.C. Com a morte de Herodes Magno (4 a.C.), tornou-se tetrarca (rei de uma das quatro partes do reino) da Galileia e Peréia (veja Lc 3,1). Frequentou as melhores escolas de seu tempo, alternando o estudo com os divertimentos e a ociosidade de Roma. Casou-se com a filha de Aretas IV, o rei do perigoso povo Nabateus (da vizinha Arábia). Tinha total confiança e simpatia do Imperador Tibério, a ponto de ser transformado em um espião, junto aos magistrados romanos no Oriente.
O escândalo – Por volta do ano 27 d.C., em uma de suas viagens a Roma, como informante do imperador, Herodes Antipas hospedou-se na casa de seu irmão por parte de pai, Herodes Filipe (veja Mc 6,17). Este levava uma vida discreta em Roma e havia se casado com sua sobrinha, Herodíades. A ocasião foi favorável tanto para a ambiciosa Herodíades (que não se conformava com aquela vida obscura), como para o leviano Antipas, que se apaixonou por ela.
A infidelidade – Os dois juraram-se fidelidade. A pedido de Herodíades, o tetrarca prometeu repudiar a esposa assim que retornasse para a Galileia; Herodíades prometeu-lhe abandonar o marido, Filipe, e acompanhá-lo à Galileia. A legítima esposa de Antipas, sabendo dos projetos do marido, preferiu não sofrer a humilhação do repúdio, retirando-se para a casa dos pais. Os nabateus, vendo a filha do rei Aretas IV humilhada, invadiram as terras de Antipas, fazendo com que este perdesse toda a estima do imperador.
A união ilegítima – Com o caminho livre, Herodíades viajou para a Galileia, levando a sua filha, a bela jovem Salomé e passou a viver com Herodes Antipas.
A denúncia de João Batista – Todo o povo comentava o escândalo do tetrarca, que violara as leis nacionais e religiosas ao contrair aquelas segundas núpcias, que a Lei de Moisés condenava severamente (Lev 20,21). Todos falavam, indignados, dessa união, mas, secretamente, temiam represálias. Só o profeta do deserto, respeitado pelo povo e por Antipas (Mc 6,20), João Batista, ousou afrontar o tetrarca, denunciando a união ilegítima com Herodíades (Mc 6,18). Temendo uma revolta popular, Antipas mandou prender João Batista na solitária e majestosa fortaleza de Maqueronte. Herodíades queria silenciar para sempre, com a morte, o austero denunciante.
O Martírio – No dia do aniversário de Herodes, foi oferecido um banquete aos grandes da corte. Salomé (filha de Herodíades) dançou e agradou a todos. O rei, encantado, disse à moça: “Pede o que quiseres e eu te darei, ainda que seja a metade de meu reino”. Em dúvida, a moça perguntou a sua mãe: “O que hei de pedir?”. Ela respondeu: “A cabeça de João Batista”. Salomé pediu ao rei: ”Quero que me dês num prato a cabeça de João Batista”. Antipas, mesmo contrariado, mandou degolar João no cárcere e entregou a sua cabeça num prato, para Salomé (veja Mc 6,21-28).
Lenda – Uma antiga lenda conta que Herodíades ao ter nas mãos a cabeça de João, não pôde conter a satisfação e com um alfinete de ouro atravessou a língua que a havia censurado.
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