sábado, 7 de janeiro de 2012

Magos do Oriente: inteligência e fé

Magos do Oriente: inteligência e fé



No Evangelho deste domingo (Mt 2,1-12), os “magos” do oriente (representantes de todos os povos da Terra) vêm ao encontro de Jesus. Atentos aos sinais da chegada do Messias, procuram o Menino com esperança, até que O encontram, reconhecendo n’Ele a “salvação de Deus” e aceitando-O como “o Senhor”. 

Papa – Reproduzimos, a seguir, a reflexão realizada pelo Papa Bento XVI, durante o Ângelus do dia 6/1/2010, com os peregrinos reunidos na Praça de São Pedro. 

Sinal – Queridos irmãos e irmãs! Celebramos hoje a grande festa da Epifania, o mistério da manifestação do Senhor a todos os povos, representados pelos Magos, vindos do Oriente para adorar o Rei dos Judeus (cf. Mt 2, 1-2). O evangelista Mateus, que relata o acontecimento, sublinha que estes chegaram a Jerusalém seguindo uma estrela, vista em seu surgimento e interpretada como sinal do nascimento do Rei anunciado pelos profetas, ou seja, o Messias.


Estrelas – Quando chegaram a Jerusalém, no entanto, os Magos precisaram das indicações dos sacerdotes e dos escribas para conhecer exatamente o lugar ao qual deveriam se dirigir, isto é, Belém, a cidade de Davi (Mt 2,5-6; Mq 5,1). A estrela e as Sagradas Escrituras foram as duas luzes que guiaram o caminho dos Magos, que aparecem como modelos dos autênticos buscadores da verdade.


Revelações – Eles eram sábios, que sondavam os astros e conheciam a história dos povos. Eram homens de ciência, em um sentido amplo, que observavam o cosmos, considerando-o quase como um grande livro, cheio de sinais e de mensagens divinas para o homem. Seu saber, portanto, longe de considerar-se autossuficiente, estava aberto a posteriores revelações e chamados divinos. De fato, não se envergonharam de pedir instruções aos chefes religiosos dos judeus. Eles poderiam ter dito: façamos isso sozinhos, não precisamos de ninguém, evitando, segundo nossa mentalidade atual, toda “contaminação” entre a ciência e a Palavra de Deus.


Profecia – No entanto, os Magos escutaram as profecias e as acolheram; e assim que voltaram ao caminho, rumo a Belém, viram novamente a estrela, quase como confirmação de uma perfeita harmonia entre a busca humana e a Verdade divina, uma harmonia que encheu de alegria seus corações de autênticos sábios (Mt 2, 10). O cume do seu itinerário de busca foi quando se encontraram diante do “Menino com Maria, sua mãe” (Mt 2, 11).


Sábios – O Evangelho diz que “ajoelharam-se diante dele e o adoraram”. Eles poderiam ter ficado desiludidos e, mais ainda, escandalizados. No entanto, como verdadeiros sábios, abriram-se ao mistério que se manifesta de forma surpreendente; e, com seus dons simbólicos, demonstraram que reconheciam em Jesus o Rei e o Filho de Deus. Precisamente, neste gesto, se cumprem os oráculos messiânicos que anunciam a homenagem das nações ao Deus de Israel.


Inteligência e fé – Um último detalhe confirma, nos Magos, a unidade entre inteligência e fé: é o fato de que, “avisados em sonho para não voltarem a Herodes, retornaram para a sua terra, seguindo outro caminho” (Mt 2, 12). Teria sido natural voltar a Jerusalém, ao palácio de Herodes e ao Templo, para proclamar sua descoberta. No entanto, os Magos, que escolheram o Menino como soberano, protegeram-nO, escondendo-O, segundo o estilo de Maria, ou melhor, do próprio Deus e, assim como tinham aparecido, desapareceram no silêncio, apagados, mas também transformados, após o encontro com a Verdade. Eles descobriram um novo rosto de Deus, uma nova realeza: a do amor.

Maria – Que a Virgem Maria, modelo de verdadeira sabedoria, nos ajude a sermos autênticos buscadores da verdade de Deus, capazes de viver sempre a profunda sintonia que existe entre a razão e a fé, entre a ciência e a revelação.

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