sábado, 7 de abril de 2012

RESSURREIÇÃO OU REENCARNAÇÃO ?

É muito importante entender bem a ressurreição de Jesus, porque esta é a verdade fundamental de nossa fé. 

Jesus ressuscitou - Em primeiro lugar, dizer que Jesus ressuscitou, não significa que ele não morreu, ou só morreu aparentemente, porque era Filho de Deus. Não. Jesus morreu de verdade, como todos nós devemos morrer. É verdade que, enquanto Deus, ele não podia morrer, mas, enquanto homem, filho de Maria, seguiu o destino comum de toda a humanidade: foi crucificado, morto e sepultado, como dizemos no Credo. 

Jesus não reencarnou – Jesus ressuscitado não pertence mais a este mundo, nem pode morrer outra vez. Por isso, a ressurreição não tem nada a ver com a reencarnação, ensinada pelos espíritas. Para nós cristãos, não existe reencarnação. Jesus não se reencarnou noutro corpo, para começar outra vida na Terra. 

Isso significa que ... – esse homem que morreu na cruz vive agora duma maneira nova, cheia de glória e felicidade na presença de Deus. A ressurreição é a prova de que o caminho que ele seguiu até a morte é o caminho verdadeiro. Ressuscitando-o dos mortos, Deus atesta que Jesus é o seu Filho querido, o único que cumpriu sempre a sua vontade. A fé na ressurreição é a fé na vitória de Deus sobre a maldade humana. Significa que o pecado, o sofrimento e a morte, não têm a última palavra: o amor é mais forte que o ódio, a vida vence a morte. 

Ressurreição, centro do cristianismo - A ressurreição revela o sentido da existência humana. Mostra que só em Deus encontraremos a plenitude de nossa vida. O destino de Jesus antecipa o nosso destino. Todos os que crêem nele e seguem o seu caminho são chamados a viver com Ele, para além da morte, uma vida nova de amor e de alegria em comunhão com Deus. Por isso a ressurreição de Jesus é a verdade central do cristianismo, o fundamento de nossa esperança, a mensagem que somos chamados a anunciar a todos os que buscam um sentido para a sua vida. 

E as provas? - Como diz S.Paulo: Se Jesus não ressuscitou, nossa fé não vale, não tem sentido (cf. ICor 15,17). É verdade que ninguém viu a ressurreição de Jesus. Os Evangelhos não contam como ela aconteceu. Mas eles proclamam que o mesmo Jesus que morreu na cruz, está vivo atualmente. Se ele está vivo, é porque Deus, seu Pai, o ressuscitou dos mortos. Não se trata, porém, da volta à mesma vida de antes. O que os discípulos anunciam é que Jesus venceu a morte e entrou na vida eterna, inaugurando um mundo novo. Ele é assim o Messias e Salvador de toda a humanidade. Esta afirmação não é a pura constatação dum fato histórico.  

Ilusão? - A fé na ressurreição de Jesus que os apóstolos transmitiram à Igreja, não é arbitrária. Existe uma série de fatos e de testemunhos que a fundamentam. O primeiro fato historicamente incontestável é que umas mulheres, amigas de Jesus, e também os seus apóstolos, como Pedro e João, foram ao túmulo, onde Jesus tinha sido depositado, e o encontraram vazio. Mais importante ainda é que todas estas testemunhas viram, depois, são e salvo, o mesmo Jesus que tinham conhecido antes de sua morte. No princípio duvidam, porque tinham perdido toda a esperança no seu Mestre, depois de assistir ao fracasso total da sua missão. Mas finalmente se deixam convencer: acreditam que Deus não abandonou o seu Filho querido, mas revelou nele e por ele a grandeza de seu amor por nós; compreenderam também que o nosso destino, como o de Jesus, só se realiza na comunhão com Deus; por meio do amor, que vence a morte e toda a maldade humana. 

Autossugestão? – Estes fatos não são uma prova absoluta da ressurreição de Jesus. Desde o princípio correu a versão que os discípulos haviam roubado o seu corpo. E sempre se poderá alegar que as aparições do ressuscitado foram uma autossugestão coletiva. Só a fé nos dá a certeza de que Jesus ressuscitou. Mas, mesmo historicamente, é difícil atribuir a uma trapaça ou ilusão a existência do cristianismo; é difícil explicar a transformação dos discípulos em testemunhas ousadas da ressurreição de Jesus sem uma experiência autêntica de sua vitória final. 

Questão de fé - Os discípulos de Jesus tiveram dificuldade em acreditar na Sua ressurreição, apesar do seu anúncio de que ressuscitaria ao terceiro dia, porque isso significa aceitar que aquele mesmo Homem que foi crucificado é o Salvador do mundo. E isso não é um fato que se apresenta a todos como evidente. É uma verdade que se deve crer. Porque viram, ninguém duvidou da volta de Lázaro à vida. Nem tampouco os chefes dos judeus. Era incontestável. Mas nem por isso todos creram em Jesus. Ao contrário, decidiram eliminá-lo, porque a sua mensagem se opunha a muitos interesses. O seu modo de ser era diferente do Messias que esperavam. Até o fim contavam com algum milagre grandioso, que revelasse que Ele era o enviado de Deus. Mas nada disso aconteceu. A própria ressurreição de Jesus não foi um prodígio espetacular. Ninguém o viu saindo do túmulo. Ele não apareceu no meio do templo de Jerusalém, vestido de luz, para ser aclamado pelo povo como o Messias-Rei.  

O amor é mais forte - Por isso, quando Jesus veio ao encontro dos discípulos na sua nova existência de ressuscitado, eles pensaram que estavam vendo um fantasma. A manifestação de Jesus era clara, mas não era nada claro para eles que um crucificado podia ser o Messias, o Salvador do mundo. Só pouco a pouco compreenderam que a vitória de Jesus não era como eles imaginavam. Era muito mais completa, porque era uma vitória do jeito de Deus. Não se tratava de salvar o mundo pela força das armas, mas pelo poder do amor. Não se tratava simplesmente de melhorar a situação do seu povo, derrotando os seus inimigos, mas de vencer de uma vez por todas o pecado e a própria morte, amando até o fim. Não se tratava de fundar um reino aqui na Terra, mas de oferecer aos que crêem no seu Nome a vida eterna no Reino de Deus.
(Fonte: João A. Mac Dowell, S.J.)

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