sábado, 25 de janeiro de 2014

Quantos eram os apóstolos?





No Evangelho das missas deste domingo (Mt 4,12-23), Jesus chama os primeiros apóstolos. É comum falar dos “doze apóstolos” de Jesus. Pinturas, quadros e esculturas fizeram famosa a cena do Mestre rodeado por seus doze amigos íntimos e contribuíram para imortalizar esse número, que hoje ninguém mais discute. Mas, os apóstolos de Jesus eram realmente doze? No Novo Testamento aparecem quatro vezes a lista com os nomes dos doze apóstolos (Mc 3, 16-19; Mt 10, 2-4; Lucas 6, 14-16 e At 1, 13). Delas, podemos observar alguns dados.

Os mais próximos – Se tomarmos em primeiro lugar a lista de Mateus, veremos que começa com Simão Pedro. É um dos apóstolos de quem mais dados temos. Sabemos que era oriundo de Betsaida (Jo 1, 44), mas tinha sua moradia em Carfanaum (Mt 8, 14), onde ganhava a vida como pescador no Lago da Galileia. Era casado (1 Cor 9,5) e vivia com seu irmão André e sua sogra (Mc 1, 29-30). O segundo da lista é André, irmão de Simão Pedro. Como este, era oriundo de Betsaida e vivia em Carfanaum, dedicando-se à pesca. Tiago e João eram igualmente pescadores do lago da Galileia (Mc 1, 19) e parece que gozavam de boa posição econômica, já que o pai de ambos, Zebedeu, era dono de uma pequena empresa pesqueira. Pedro, Tiago e João (sem André) constituíam um grupo especial dentro dos doze apóstolos e eram, de alguma forma, os preferidos de Jesus, já que lhes concedeu alguns privilégios. E unicamente a eles colocou um nome novo: a Simão chamou “Pedro”, e a Tiago e João, “Boanerges”, que significa “filhos do trovão” (Mc 3, 17).

Os menos famosos – Os outros oito apóstolos são menos conhecidos. De Felipe, o quinto da lista, só sabemos que era também de Betsaida e, ao que parece, muito amigo de André (Jo 12, 20-22). De Bartolomeu, o sexto, não sabemos nada. De Tomé, o sétimo, sabemos que tinha como apelido "Gêmeo", mas não se conta de quem. Foi ele quem convenceu os demais apóstolos a acompanharem Jesus, por ocasião da morte de Lázaro (Jo 11, 6-16); e foi ele quem duvidou das aparições do Senhor Ressuscitado (Jo 20, 24-29), pelo que foi chamado de incrédulo. De Mateus sabemos que era um cobrador de impostos. Dos três apóstolos que seguem – Tiago, filho de Alfeu; Tadeu e Simão, o zelote – não temos nenhum detalhe de suas vidas. E ao final da lista aparece Judas Iscariotes, o que entregou Jesus às autoridades judaicas que o mataram.

Problemas – Esta lista de Mateus coincide com a de Marcos. O problema aparece ao compará-la com as outras duas (de Lucas e Atos), porque nestas aparecem um apóstolo novo: um tal Judas, filho de Tiago (Lc 6, 16, At 1, 13). Quem é este Judas? Como nestas duas listas não há Tadeu, a solução que se encontrou foi que este Judas (de Lucas e Atos) é a mesma pessoa que Tadeu (de Mateus e Marcos). E o chamam Judas Tadeu. Mas, essa identificação carece de fundamento bíblico.

Mais problemas – Se prosseguirmos lendo os Evangelhos, veremos que Marcos narra a vocação de outro apóstolo, chamado Levi, cobrador de impostos. Por que ele tampouco aparece na lista dos doze? Aqui a tradição solucionou o problema do mesmo modo: identificando Levi com Mateus. O que não é possível, porque Marcos apresenta Levi e Mateus como pessoas claramente distintas: uma em uma lista dos nomes (Mc 3, 18) e outra no relato de sua vocação (Mc 2, 13-14). Por sua vez, o Evangelho de João relata a vocação de um apóstolo chamado Natanael (1, 45-51), que não está em nenhuma das quatro listas. Para poder seguir mantendo o número doze, a tradição o identificou com Bartolomeu, sem nenhuma razão válida.

Mais apóstolos? Vemos, pois, como os Evangelhos mencionam mais de doze apóstolos. Porém, se continuarmos buscando no Novo Testamento, encontraremos que Paulo e Barnabé eram também apóstolos (Atos 14, 14); que Silvano e Timóteo figuram como apóstolos (1 Ts 2, 5-7); que “Tiago, irmão do Senhor” é chamado apóstolo (Gálatas 1, 19); que Apolo é apóstolo (1 Cor 4, 6.9); e inclusive Andrônico e Júnia (uma mulher!) tem o título de apóstolos (Rm 16, 7).


Quantos eram, afinal, os apóstolos? A esta altura, já é evidente que não eram doze. Por que, então, nós falamos sempre em doze apóstolos? Bem ....  Isto nós veremos na próxima semana.

domingo, 19 de janeiro de 2014

O preço de testemunhar Jesus Cristo


No Evangelho deste domingo, João Batista vê Jesus e proclama: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. E dá o testemunho: “Eu vi o Espírito Santo descer do Céu como uma pomba e repousar sobre Ele. Ora eu vi e dou testemunho de que Ele é o Filho de Deus”. Atualmente, no mundo, quase 400 milhões de fiéis são discriminados ou perseguidos por darem o testemunho de sua religião, dos quais 200 milhões são cristãos.

Um pouco de História – As religiões cristãs nasceram com os ensinamentos de Cristo na Terra. Jesus Cristo nasceu no ano -7 a.C., foi batizado no ano 27 d.C., pregou entre os anos 27 e 30 d.C., foi crucificado e ressuscitou, em abril do ano 30 d.C. Portanto, a partir do ano 30 d.C., começaram a se formar as comunidades cristãs no mundo.

1º Século – No primeiro século do cristianismo (entre os anos 30 e 100 d.C.), os ensinamentos de Jesus são coletados e escritos, formando o Novo Testamento. Os apóstolos morrem, aparecendo a segunda geração de cristãos. As comunidades e igrejas cristãs proliferam dentro do Império Romano, aparecendo uma nova religião dentro do judaísmo. As perseguições aparecem, principalmente em Roma: Nero usa os corpos de cristãos como tochas humanas para iluminar os seus jardins e Dominiano ordena que todos devem cultuá-lo como “Senhor e Deus”. No ano 100 d.C., os cristãos eram 2 milhões (0,6% da população mundial), 25 mil tinham sido assassinados (1,2%), ou seja, 360 cristãos morriam por ano.

2º século – Entre anos 100 e 200 d.C., os martírios continuaram, aparecendo também as seitas heréticas e os apologistas. Os centros fortes da Igreja estavam na Ásia Menor, no Norte da África e em Roma. A Igreja continuou se espalhando e alcançando todas as classes, particularmente a mais baixa. No ano 200 d.C., os cristãos já eram 16 milhões (3,5% da população), 80 mil já tinham sido assassinados.

3º século – O imperador Setimo Severo (202-211 d.C.) foi o principal perseguidor da Igreja, no 3º século, proibindo a conversão para o Cristianismo. Assim mesmo, o cristianismo crescia: somente no Egito, no ano 300 d.C., existiam cerca de um milhão de cristãos. Até esse ano, os mártires cristão já somavam 410 mil.

4º século – O séc. IV foi o século das grandes transformações. No início, deu-se a maior perseguição – instituída pelo imperador Dioclesio, em 305 d.C. – com a intenção de acabar com a Igreja. Em seguida, o imperador Constantino aceita o cristianismo e a Igreja é legalizada. É o século dos Concílios Ecumênicos e é definido o cânon do Novo Testamento. No ano 400 d.C., os cristãos já são 16% da população, o Novo Testamento existe em 11 idiomas e já existem 2 milhões de mártires cristãos.

Séculos seguintes – No 5º século a Igreja passa a usar o calendário cristão. Acontece a desintegração do Império Romano. As perseguições continuam. No ano 500 d.C. os cristãos já são 22% da população e já existem 2,5 milhões de mártires. A partir do 6º século, a Igreja ganha poder junto aos imperadores, diminuindo as perseguições.

Hoje – No início do século 21, 200 milhões de cristãos são perseguidos por causa de sua fé. Os responsáveis por isso são 70 Estados, nos quais impera um regime ateu (China, Vietnã, Cuba, Laos, Coréia do Norte), ou um crescente fundamentalismo religioso (Sudão, Paquistão, Egito, Índia, Indonésia, Arábia Saudita...).

Coreia do Norte – Segundo o “Open Doors 2011 World Watch List”, que avalia as condições em que vivem os cristãos em 77 nações, a Coreia do Norte é (pela nona vez) a que mais persegue os seguidores de Jesus, sendo citada como um dos lugares mais perigosos para um cristão viver.

Iraque – Nos últimos anos, há um êxodo de cristãos deixando o Iraque para escapar da perseguição. Atualmente, restam pouco mais de 300 mil cristãos nesse antigo berço do Cristianismo, onde hoje, milícias organizadas barbarizam famílias apenas pelo fato de não professarem a mesma fé que eles. Em outubro de 2011, um atentado contra uma catedral em Bagdá matou 52 cristãos; em dezembro, um ataque contra casas de cristãos deixou um saldo dois mortos e 16 feridos. No dia de Natal de 2013, atentados mataram ao menos 37 pessoas que saíam da missa num bairro cristão de Bagdá.

Últimos dados – Entre 2001 e 2010, foram assassinados 253 agentes de pastoral em todo o mundo. Na noite do ano novo de 2011, uma bomba em uma igreja cristã matou 21 fiéis e feriu dezenas em Alexandria, no Egito. No dia 22/09/2013, um duplo atentado suicida em frente a uma igreja, no final da missa, matou pelo menos 81 pessoas no Paquistão (37 mulheres, e 131 feridos), sendo considerado o ataque mais sangrento de contra a minoria cristã no país.


Mais mortes – Em dezembro de 2013 D. Warduni, Bispo Auxiliar de Bagdá, e D. Samir Nassar, Arcebispo Maronita de Damasco denunciaram que “O futuro dos Cristãos no Iraque e em todo o Médio Oriente é muito obscuro e pode dizer-se mesmo que existe um plano para o esvaziar de Cristãos.” Estima-se que 75% das vítimas de perseguição religiosa no mundo seja de Cristãos. A cada cinco minutos, um cristão é assassinado por razão da sua fé. A cada ano, 105 mil cristãos no mundo são condenados ao martírio: um verdadeiro holocausto.

sábado, 11 de janeiro de 2014

O Batismo de Jesus



Neste domingo, o Evangelho relata o batismo de Jesus por João Batista. De acordo com Mateus, a presença de Jesus na fila de pecadores à espera do batismo confundiu João Batista. Sendo o Mestre, o Messias esperado, que sentido tinha fazer-se batizar, como se houvesse sido infiel a Deus? Por outro lado, a atitude de Jesus não condizia com a crença messiânica, pregada pelo Batista, que dizia ser o Messias um juiz inflexível, incapaz de contemporizar com as fraquezas humanas. O gesto de Jesus inaugurava, assim, uma forma diferente de messianismo, em nada parecida com os messianismos em voga. Ele era o Messias-Filho, amado pelo Pai e plenamente disposto a cumprir a vontade paterna. A dificuldade de João consistia em não saber lidar com a imagem de um Deus tão misericordioso e próximo da humanidade decaída. Vejamos suas razões para isso e como se deu o convívio de João e Jesus.

Situação política, social e religiosa da época – No primeiro século da era cristã, a religião judaica havia caído num profundo desinteresse, num profundo estado de abatimento moral e físico das pessoas. A situação política opressora, que reinava no país, com o domínio do Império Romano; a espera por um Salvador que não chegava nunca; a vida escandalosa da classe governante e a degradação dos sacerdotes do Templo (mais preocupados com seus próprios interesses) foi esfriando a devoção das pessoas e desanimando a prática religiosa.

O clamor do deserto – Frente a este panorama, surge João (filho único de Zacarias, sacerdote do Templo), um homem que buscou injetar novas forças ao judaísmo decadente. Com sua linguagem implacável e dureza insensível para um pregador, passou a convocar as pessoas para uma mudança de vida. Dizia que o juízo de Deus era iminente e que, em muito pouco tempo, Deus iria castigar com fogo todos os que não se arrependessem de seus pecados (Mt 3,7).

Deserto com água – As pessoas vinham de todas as regiões para escutar suas pregações e ficavam impressionadas. A todos que aceitavam seus ensinamentos e buscavam uma mudança de vida, João pedia como sinal de arrependimento um banho exterior: o batismo, que ele pessoalmente ministrava no rio Jordão.

No Jordão – Toda a pregação de João se desenvolvia junto ao rio Jordão, o que lhe permitia as cerimônias com água. Mas não tinha um lugar fixo. Às vezes se instalava num braço do rio, próximo ao vilarejo de Betânia, na província da Peréia (Jo 1,28). Outras vezes, mais ao norte, em Enon, próximo a Salim, na Samaria (Jo 3,22). O Evangelho de Lucas afirma que João pregava em toda região do rio Jordão (Lc 3,3), em busca de ouvintes para proclamar sua mensagem e batizar.

Discípulos – Aos poucos, foi se formando ao redor do Batista um pequeno grupo de discípulos que o acompanhava nas sessões batismais (Jo 1, 28.35-37), ajudava nas pregações (Jo 3,23), recebia os ensinamentos mais profundos (Jo 3,26-30), compartilhava sua espiritualidade asceta (Mc 2,18) e a oração (Lc 11.1).

Jesus – No início do ano 27 d.C., Jesus viajou da cidade de Nazaré (na Galiléia) até o vale do rio Jordão, para ver João. Ali, entre as áridas colinas e vales da Judéia, Jesus pôde escutar a mensagem escatológica de João, que podia ser resumida em três idéias: o fim do mundo está próximo; o povo de Israel perdeu seu rumo e pode ser extinto pelo juízo de Deus; é necessário mudar de vida, deixando-se batizar. Jesus aceitou a mensagem de João, como muitos outros judeus, deixando-se batizar (Mt 3,13-17; Mc 1,9-11; Lc 3,21-22).

O novo Mestre – Os Evangelhos descrevem que alguns discípulos de João Batista (André e outro, que se deduz ser Felipe) reconheceram Jesus como Mestre e passaram a segui-Lo (Jo 1,35-37). Logo, esses dois discípulos convidaram outros dois (Pedro e Natanael) para que eles se juntassem ao novo mestre.  Assim, Jesus formou o seu grupo de discípulos, indo para a província da Judéia, onde também batizava (Jo 3,22).


Jesus e João – Os Evangelhos mostram que Jesus integrou o grupo de João Batista, convivendo algum tempo com ele (não se sabe quanto). Depois, como Mestre, passou a empreender seu próprio ministério, com uma metodologia própria, que diferenciava em três pontos de João Batista: não anunciava o castigo iminente de Deus, mas a Sua misericórdia e amor; não permanecia no deserto, mas percorria os povoados e aldeias de toda a Palestina; não jejuava nem fazia abstinência de bebidas, mas comia e bebia com os pecadores.

sábado, 4 de janeiro de 2014

Magos: verdades e lendas




Evangelho – O Evangelho de Mateus (Mt 1,1) cita que Jesus foi visitado por “alguns magos”.  Descreve que eles foram guiados por uma estrela e que entregaram três presentes para o menino Jesus: ouro, incenso e mirra.  Estas são as únicas informações que temos sobre os magos; tudo o que aparece, além disso, são histórias, tradições, lendas, fábulas.  Vamos ver algumas:

Os três reis magos – No segundo século da era cristã, as comunidades cristãs já diziam que os magos eram reis e eram em número de três. Isto em razão dos presentes recebidos por Jesus: apenas os reis presenteavam com ouro e os três presentes davam a entender que eram três pessoas.  Apareceram também os nomes dos magos: Baltazar (que significa ‘rei da luz’), Melchior (‘protetor de reis’) e Gaspar (‘vencedor de tudo’).  A única evidência histórica que existe nestes nomes é que, na Pérsia (lugar onde havia muitos magos), entre os anos 19 e 65 da era cristã, viveu um príncipe de nome Gundofarr (que apresenta alguma semelhança a Gaspar).
Mais lendas – Passaram-se mais alguns séculos e criaram a descrição física dos magos. Melquior era velho, ponderado, prudente, sisudo, de barba e cabelos longos e grisalhos; Gaspar era jovem, sem barba e louro; Baltazar era negro e totalmente barbado. A ideia da procedência persa dos magos influenciou até as roupas com que aparecem representados: chapéu redondo na cabeça, camisa curta presa por um cinturão, calças estreitas e uma capa por cima. Exatamente como os reis persas se vestiam.
Restos mortais – De acordo com uma tradição medieval, os magos teriam se reencontrado quase 50 anos depois do primeiro Natal, em Sewa, uma cidade da Turquia, aonde viriam a falecer. No ano de 474, os restos mortais dos três magos foram sepultados em Constantinopla e depois transferidos para Milão, na Itália. Em 1164 foram transferidos para a cidade de Colônia, na Alemanha, onde foi erguida a belíssima Catedral dos Reis Magos, que os guarda até hoje.

A Lenda do Quarto Rei Mago – Uma antiga história conta que existia um quarto rei mago, que se chamava Artabam. Os quatro venderam tudo o que tinham e compraram os presentes. Artabam escolheu, como presentes, pedras preciosas: um rubi, uma esmeralda e diamantes. Quando estava a caminho de Belém, escutou gemidos de um homem – assaltado e largado à beira do caminho. Comovido, colocou-o no seu camelo, o levou a uma pousada próxima, cuidando dele até que se recuperasse. Como pagamento entregou o rubi ao dono da pousada.

Sozinho – Procurou a trilha dos outros reis magos, mas a estrela já tinha desaparecido do céu. Continuou sozinho seu caminho, pois no fundo do coração, sabia que algum dia iria encontrar seu Rei. A certa altura da caminhada, avistou uma caravana vindo em sua direção e viu que se tratava de um comboio de escravos, que eram levados para a morte. Sentindo compaixão e amor, pegou a esmeralda e os diamantes e comprou os escravos, libertando-os em seguida.  Quando todos já haviam partido, Artabam ficou sozinho.


Encontro – O Sol se pôs e a escuridão tomou conta do deserto. Não tinha mais presentes para oferecer, não havia mais a estrela-guia, tinha perdido o contato com seus três amigos. Nunca desistiu de encontrar o seu Rei.  Um dia, passando próximo à Jerusalém, encontrou três homens crucificados.  Um deles lhe perguntou o que procurava.  Artabam respondeu que há mais de 30 anos buscava o Rei dos Judeus.  O homem lhe disse: “Pois acaba de encontrar!”.