No Evangelho
deste domingo, João Batista vê Jesus e proclama: “Eis o Cordeiro de Deus, que
tira o pecado do mundo”. E dá o testemunho: “Eu vi o Espírito Santo descer do
Céu como uma pomba e repousar sobre Ele. Ora eu vi e dou testemunho de que Ele
é o Filho de Deus”. Atualmente, no mundo, quase 400 milhões de fiéis são
discriminados ou perseguidos por darem o testemunho de sua religião, dos quais
200 milhões são cristãos.
Um pouco de História – As religiões cristãs nasceram com os
ensinamentos de Cristo na Terra. Jesus Cristo nasceu no ano -7 a.C., foi
batizado no ano 27 d.C., pregou entre os anos 27 e 30 d.C., foi crucificado e
ressuscitou, em abril do ano 30 d.C. Portanto, a partir do ano 30 d.C.,
começaram a se formar as comunidades cristãs no mundo.
1º Século – No primeiro século do cristianismo (entre os anos 30 e 100 d.C.), os ensinamentos
de Jesus são coletados e escritos, formando o Novo Testamento. Os apóstolos
morrem, aparecendo a segunda geração de cristãos. As comunidades e igrejas
cristãs proliferam dentro do Império Romano, aparecendo uma nova religião
dentro do judaísmo. As perseguições aparecem, principalmente em Roma: Nero usa
os corpos de cristãos como tochas humanas para iluminar os seus jardins e
Dominiano ordena que todos devem cultuá-lo como “Senhor e Deus”. No ano 100
d.C., os cristãos eram 2 milhões (0,6% da população mundial), 25 mil tinham
sido assassinados (1,2%), ou seja, 360 cristãos morriam por ano.
2º século – Entre anos 100 e 200 d.C., os martírios continuaram, aparecendo também
as seitas heréticas e os apologistas. Os centros fortes da Igreja estavam na Ásia
Menor, no Norte da África e em Roma. A Igreja continuou se espalhando e
alcançando todas as classes, particularmente a mais baixa. No ano 200 d.C., os
cristãos já eram 16 milhões (3,5% da população), 80 mil já tinham sido
assassinados.
3º século – O imperador Setimo Severo (202-211 d.C.) foi o principal perseguidor
da Igreja, no 3º século, proibindo a conversão para o Cristianismo. Assim mesmo,
o cristianismo crescia: somente no Egito, no ano 300 d.C., existiam cerca de um
milhão de cristãos. Até esse ano, os mártires cristão já somavam 410 mil.
4º século – O séc. IV foi o século das grandes transformações. No início, deu-se a
maior perseguição – instituída pelo imperador Dioclesio, em 305 d.C. – com a
intenção de acabar com a Igreja. Em seguida, o imperador Constantino aceita o cristianismo
e a Igreja é legalizada. É o século dos Concílios Ecumênicos e é definido o
cânon do Novo Testamento. No ano 400 d.C., os cristãos já são 16% da população,
o Novo Testamento existe em 11 idiomas e já existem 2 milhões de mártires
cristãos.
Séculos seguintes – No 5º século a Igreja passa a usar o
calendário cristão. Acontece a desintegração do Império Romano. As perseguições
continuam. No ano 500 d.C. os cristãos já são 22% da população e já existem 2,5
milhões de mártires. A partir do 6º século, a Igreja ganha poder junto aos
imperadores, diminuindo as perseguições.
Hoje – No início do século 21, 200 milhões de cristãos são perseguidos por
causa de sua fé. Os responsáveis por isso são 70 Estados, nos quais impera um
regime ateu (China, Vietnã, Cuba, Laos, Coréia do Norte), ou um crescente
fundamentalismo religioso (Sudão, Paquistão, Egito, Índia, Indonésia, Arábia
Saudita...).
Coreia do Norte – Segundo o “Open Doors 2011 World Watch
List”, que avalia as condições em que vivem os cristãos em 77 nações, a Coreia
do Norte é (pela nona vez) a que mais persegue os seguidores de Jesus, sendo
citada como um dos lugares mais perigosos para um cristão viver.
Iraque – Nos últimos anos, há um êxodo de cristãos deixando o Iraque para
escapar da perseguição. Atualmente, restam pouco mais de 300 mil cristãos nesse
antigo berço do Cristianismo, onde hoje, milícias organizadas barbarizam
famílias apenas pelo fato de não professarem a mesma fé que eles. Em outubro de
2011, um atentado contra uma catedral em Bagdá matou 52 cristãos; em dezembro,
um ataque contra casas de cristãos deixou um saldo dois mortos e 16 feridos. No
dia de Natal de 2013, atentados mataram ao menos 37 pessoas que saíam da missa
num bairro cristão de Bagdá.
Últimos dados – Entre 2001 e 2010, foram assassinados 253
agentes de pastoral em todo o mundo. Na noite do ano novo de 2011, uma bomba em
uma igreja cristã matou 21 fiéis e feriu dezenas em Alexandria, no Egito. No
dia 22/09/2013, um duplo atentado suicida em frente a uma igreja, no final da
missa, matou pelo menos 81 pessoas no Paquistão (37 mulheres, e 131 feridos),
sendo considerado o ataque mais sangrento de contra a minoria cristã no país.
Mais mortes – Em dezembro de 2013 D. Warduni, Bispo
Auxiliar de Bagdá, e D. Samir Nassar, Arcebispo Maronita de Damasco denunciaram
que “O futuro dos Cristãos no Iraque e em todo o Médio Oriente é muito obscuro
e pode dizer-se mesmo que existe um plano para o esvaziar de Cristãos.” Estima-se
que 75% das vítimas de perseguição religiosa no mundo seja de Cristãos. A cada
cinco minutos, um cristão é assassinado por razão da sua fé. A cada ano, 105
mil cristãos no mundo são condenados ao martírio: um verdadeiro holocausto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário