Palestina – Jesus nasceu e viveu na região da
Palestina (hoje Israel). Na época em que
ele nasceu, a Palestina era dominada pelo Império Romano (desde o ano 31 a.C.),
cujo imperador era Otávio Augusto. Desde
37 a.C., a região formava um “reino cliente”, com alguma independência de Roma,
sendo administrado pelo rei Herodes Magno (“O Grande”).
Império Romano – Portanto, na época do nascimento de
Jesus, mais da metade do mundo conhecido era dominada pelo Império Romano (toda
a região do Mar Mediterrâneo, a Palestina, norte da África e Egito), sendo a
Palestina um reino parcialmente independente, cedido pelo imperador romano a
Herodes. Nesta região viviam os judeus,
um povo com língua (hebraico ou aramaico), religião e costumes próprios.
Rei – Herodes (Magno) era um Idumeu (povo que
havia invadido a Palestina e assumido a religião judaica, porém excluído pelos
judeus), casado com Mariana (judia), com a qual teve dois filhos (Alexandre e
Aristóbulo), além de outros filhos de casamentos anteriores. Administrativamente,
Herodes era um político hábil: trouxe paz para a região, reconstruiu Jerusalém
(com obras pagãs, como teatros e anfiteatros, inaceitáveis para os judeus),
instituiu os jogos atléticos em homenagem ao imperador (os jovens competiam
nus) e reconstruiu o templo dos judeus com o dobro do tamanho.
Herodes – Era, porém, obcecado pelo poder. Para
mantê-lo, tornou-se um tirano e criminoso: mandou matar dois cunhados, 45
aristocratas, os dois filhos que teve com Mariana (depois de deixá-los presos
por um ano), mandou afogar seu cunhado no rio Jordão, mandou matar a sogra,
mandou queimar vivos dois sábios; cinco dias antes de morrer (aos 70 anos)
mandou matar seu filho Antipater. Também
é atribuída a Herodes a morte de sua mulher Mariana. Em 36 anos de reinado, não
se passou um só dia sem execução de inocentes.
Enciumado com o nascimento de Jesus (Mt 2,1-12), mandou matar todos os
meninos com menos de 2 anos, nascidos em Belém.
Filhos – Herodes morreu entre março ou abril do
ano -4 (aproximadamente dois anos após o nascimento de Jesus); seu reino foi dividido
entre seus filhos: Herodes Antipas, que ficou com a Galileia e Pereia (norte);
Herodes Filipe, que ficou com as cinco províncias ao leste do rio Jordão;
Herodes Arquelau, ficou com a Judéia e Samaria (ao sul). Arquelau se mostrou
mais tirano que o pai. Nos primeiros
dias de sua posse matou muitos judeus.
Num só dia foram mortas 3.000 pessoas.
Arquelau – O Evangelho de Mateus deixa bem claro a
situação de opressão do povo (Mt 2,16-23) por ocasião do nascimento do Messias:
José, Maria e Jesus se refugiaram no Egito, com medo de Herodes e somente depois
da morte dele é que retornaram para a Galileia, com medo de Arquelau (que
reinava na Judéia e Samaria, apenas). Em razão de inúmeros protestos dos
judeus, em 6 d.C., Arquelau foi destituído do cargo, pelo Imperador Otávio,
passando a Judéia a ter administração direta de Roma, através de procuradores. Trinta anos depois, Pôncio Pilatos se
tornaria o mais famoso dos procuradores.
Antipas – Herodes Antipas, muito ambicioso,
casou-se com a filha do rei da Arábia, ao mesmo tempo em que conquistava a
estima e confiança do imperador romano.
Numa viagem a Roma, hospedou-se na casa do irmão, Herodes Filipe,
apaixonando-se por Herodíades, mulher do irmão.
Algum tempo depois, Herodíades foi morar na Palestina com Herodes
Antipas e levou junto a sua filha Salomé.
A situação de adultério foi denunciada por João Batista, que foi
decapitado por vingança de Herodíades.
Como se vê, a plenitude dos tempos, ocasião escolhida por Deus para o
nascimento de seu Filho, foi uma época sombria da história de judeus e pagãos.
O que nos leva a refletir sobre uma frase de São Tomás de Aquino: “Deus não ama
o homem porque o homem seja bom, mas o homem é bom porque Deus o ama”.
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