A Solenidade que celebramos
neste domingo não é um convite a decifrar o mistério que se esconde por detrás
de “um Deus em três pessoas”; mas é um convite a contemplar o Deus que é amor,
que é família, que é comunidade e que criou os homens para fazê-los comungar
nesse mistério de amor. O Evangelho apresenta o encontro final de Jesus
ressuscitado com os seus discípulos, num monte da Galileia.
Encontro marcado – O texto do
Evangelho (Mt 28,16-20) situa-nos na Galileia, após a ressurreição de Jesus
(embora não se diga se é muito ou pouco tempo após a descoberta do túmulo vazio
– Mt 28,1-15). De acordo com Mateus, Jesus – pouco antes de ser preso – havia
marcado encontro com os discípulos na Galileia (Mt 26,32); na manhã da Páscoa,
os anjos que apareceram às mulheres no sepulcro (Mt 28,7) e o próprio Jesus,
vivo e ressuscitado (Mt 28,10), renovam o convite para que os discípulos se
dirijam à Galileia, a fim de lá encontrar o Senhor.
Jesus vivo – O texto deste domingo descreve o
encontro final entre Jesus e os discípulos divide-se em duas partes. Na
primeira, descreve-se o encontro: Jesus vivo e ressuscitado, revela-Se aos
discípulos e é reconhecido e adorado como “o Senhor”.
Missão – Na segunda parte, Mateus descreve o
envio dos discípulos em missão pelo mundo. A Igreja de Jesus é, essencialmente,
uma comunidade missionária, cuja missão é testemunhar no mundo a proposta de
salvação e de libertação que Jesus veio trazer aos homens e que deixou nas mãos
e no coração dos discípulos.
Cristãos – A primeira nota do envio e do mandato
que Jesus dá aos discípulos é a da universalidade… A missão dos discípulos
destina-se a “todas as nações”. A segunda nota dá conta das duas fases da
iniciação cristã, conhecidas da comunidade de Mateus: o ensino e o batismo.
Começava-se pela catequese, cujo conteúdo eram as palavras e os gestos de
Jesus. Quando os discípulos estavam informados da proposta de Jesus, vinha o
batismo – que selava a íntima vinculação do discípulo com o Pai, o Filho e o
Espírito Santo.
Até o fim dos tempos – Uma última
nota: Jesus estará sempre com os discípulos, “até ao fim dos tempos”. Esta
afirmação expressa a convicção – que todos os crentes da comunidade de Mateus
possuíam – de que Jesus ressuscitado estará sempre com a sua Igreja,
acompanhando a comunidade dos discípulos na sua marcha pela história,
ajudando-a a superar as crises e as dificuldades da caminhada.
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