Sábado – Os judeus cumpriam o que foi
determinado no Livro do Êxodo: o Senhor pediu aos filhos de Israel que
observassem o sábado. Disse-lhes: “Durante seis dias, farás o teu trabalho, mas
o sétimo dia é um sábado, um dia de santo repouso para o Senhor teu Deus” (Ex
20,9). Ele advertiu-os: “descansarás tu, o teu servo, a tua serva, os teus bois
e o teu jumento” (Ex 23,12). Desta forma, todas as atividades do sábado eram
voltadas a Deus, não como uma prova, uma escolha entre a vida e a morte, entre
a justiça e o pecado, como os outros
preceitos pelos quais o homem poderia viver ou morrer; foi dado ao povo tendo em vista o repouso –
não só dos homens, mas também dos animais
Culto judeu – Respeitando a ordem de Deus, o culto judeu
acontecia todos os sábados, na sinagoga. Começava com o canto de um salmo, seguida
da Profissão de Fé Judaica (Shema Israel = ouça Israel) e da prece das dezoito
Bênçãos. Em seguida aconteciam duas leituras: a primeira, de um dos cinco
primeiros livros do Antigo Testamento e, uma segunda, de um dos livros dos
Profetas. Em seguida, havia uma homilia sobre as leituras, a benção do
presidente da assembléia e a benção sacerdotal (Nm 6,24-27). A primeira leitura
era prescrita, a segunda à escolha do leitor. Qualquer judeu adulto podia tomar
a palavra, mas as autoridades da sinagoga normalmente confiavam esta incumbência
aos que eram considerados versados nas escrituras.
Aquele Culto – O Evangelho de Lucas (Lc 4, 14s) fala a
respeito da participação de Jesus nesse culto semanal, fazendo a segunda
leitura, escolhida do livro do profeta Isaías (61,1-2 e Is 58,6). Naquele
sábado, Jesus faz, portanto, uma atualização da profecia de Isaías, apresentando-se
como o profeta que Deus, afirmando: “Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da
Escritura que acabais de ouvir”.
Domingo cristão – Para os judeus, o sábado era a celebração
do dia da criação terminada, o sétimo e último dia; era a festa e o repouso do
homem criado à imagem de Deus e constituído seu colaborador pelas suas obras. Era
o coroamento dos dias úteis que se encerravam pelo repouso, pelo louvor, pela ação
de graças. O domingo, para os cristãos, é a celebração da ressurreição de
Cristo; um novo tempo inaugurado, a celebração da nova criação, a dos filhos e não
mais dos servos. Por isso o domingo já não é o sétimo dia, o dia do repouso do
trabalho deste mundo, mas o primeiro, o início de uma nova semana, o princípio
da vida eterna, que é a dos filhos de Deus, dos que vivem a vida eterna
n'Aquele que, ressuscitado dos mortos, vive doravante “para Deus” (Rm 6,10). Na medida em que os fiéis participam deste
mistério, têm já em si a vida, a vida eterna, a vida filial e bem-aventurada;
mas esta vida está escondida com Cristo em Deus e espera a manifestação dos
filhos de Deus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário