Certamente você já se divertiu com aquele jogo dos 7 erros, em que são
apresentadas duas figuras e nós temos que achar as 7 diferenças. Pois bem, hoje
nós vamos procurar as 7 diferenças (ou erros) existentes no Presépio, quando
comparado com os textos evangélicos.
MIDRAXE – Inicialmente devemos considerar que os
textos evangélicos que narram a infância de Jesus (Mt 1-2 e Lc 1-2) não podem ser considerados relatos históricos, mas uma forma de redação
que a tradição judaica é chama
de midrachim (ou midraxe). Nela, há ênfase ao maravilhoso, com os personagens
comunicando-se com o mundo celeste por meio dos anjos. “A história da infância de Jesus é uma
história desta terra, mas o invisível nela se torna continuamente visível de
maneira extraordinária; é uma história real, cujos atores, porém, são movidos
pelo céu” (D. Estevão Bettencourt).
PRESÉPIO – O presépio foi criado por São Francisco de Assis, na Itália, em 1223, em
uma gruta na cidade de Greccio. São Francisco queria que as pessoas
compreendessem melhor o nascimento de Jesus, com isso pediu para seu amigo
Giovani preparar o local conforme ele tinha pedido. São Francisco celebrou o Natal
do Senhor entre o boi e o jumento, para demonstrar a simplicidade do local que
Jesus nasceu.
1º ERRO – Os Magos não
visitaram um recém-nascido – Quando os magos
visitaram o Menino Jesus, já havia se passado quase dois anos. Isto é claro em
Mt 2,7 (Herodes quis saber a data exata do nascimento de Jesus) e em Mt 2,16
(Herodes mandou matar todos recém-nascidos de Belém com até dois anos).
Portanto, os magos não visitaram Jesus na manjedoura, mas uma criança próxima
de completar dois anos.
2º ERRO – Os magos não
eram três – O Evangelho de Mateus não cita o número de
magos que visitaram Jesus. O número de três deve ter sido adotado em razão dos presentes recebidos por Jesus:
ouro incenso e mirra.
3º ERRO – Os magos não eram
reis – Mateus não chama os
magos de reis. São chamados de reis, pela dedução de que apenas os reis
presenteavam com ouro. O Evangelho também não cita os nomes dos magos: Baltazar
(que significa ‘rei da luz’), Melchior (‘protetor de reis’) e Gaspar (‘vencedor
de tudo’).
4º ERRO – A estrela não estava
no nascimento – Se a
estrela de Belém guiou os magos (Mt 2,1) durante a visita (dois anos após o
nascimento) ela não estava no céu na época do nascimento.
5º ERRO – Jesus não nasceu num
celeiro ou estábulo - Quase
todos os presépios colocam o menino Jesus em um celeiro, cercado por animais. Isso
acontece porque Lc 2,7 diz que “... e o deitou em uma manjedoura”. No entanto,
uma manjedoura (calha de alimentação para animais) também podia ser usada em
residências. Lucas (2,7) usa o termo grego “KATALUMATI” para o local onde Jesus
nasceu. Se procurarmos outra ocasião em que no Evangelho de Lucas o mesmo termo
é usado, vamos encontrar apenas mais uma citação: em Lc 22,11, ao descrever o
local da Última Ceia. Isto significa que o evangelista usa o mesmo termo (KATALUMATI)
para descrever o local onde Jesus nasceu e local da Última Ceia.
6º ERRO - Maria entrou em
Belém em um jumento – A
figura de Maria grávida, montando um jumento, é definitivamente um mito comum
que a maioria dos cristãos acredita estar na Bíblia. Seria praticamente
impossível para uma mulher, nos últimos dias de uma gravidez fazer uma viagem
de 180 quilômetros, de Nazaré a Belém, em um jumento.
7º ERRO – Os animais ao redor
de Jesus – Os evangelistas Mateus
e Lucas não citam a presença dos diversos animais ao lado da manjedoura.
QUER SABER MAIS? – Se você gostou do assunto e quer mais
informações, podemos lhe oferecer o texto “Os magos e Jesus” de autoria do
teólogo Dom Estevão Bettencourt e o Novo Testamento em grego. Solicite por
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