sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

OS 7 ERROS DO PRESÉPIO


  


Certamente você já se divertiu com aquele jogo dos 7 erros, em que são apresentadas duas figuras e nós temos que achar as 7 diferenças. Pois bem, hoje nós vamos procurar as 7 diferenças (ou erros) existentes no Presépio, quando comparado com os textos evangélicos.

MIDRAXE – Inicialmente devemos considerar que os textos evangélicos que narram a infância de Jesus (Mt 1-2 e Lc 1-2) não podem ser considerados relatos históricos, mas uma forma de redação que a tradição judaica é chama de midrachim (ou midraxe). Nela, há ênfase ao maravilhoso, com os personagens comunicando-se com o mundo celeste por meio dos anjos. “A história da infância de Jesus é uma história desta terra, mas o invisível nela se torna continuamente visível de maneira extraordinária; é uma história real, cujos atores, porém, são movidos pelo céu” (D. Estevão Bettencourt).

PRESÉPIO – O presépio foi criado por São Francisco de Assis, na Itália, em 1223, em uma gruta na cidade de Greccio. São Francisco queria que as pessoas compreendessem melhor o nascimento de Jesus, com isso pediu para seu amigo Giovani preparar o local conforme ele tinha pedido. São Francisco celebrou o Natal do Senhor entre o boi e o jumento, para demonstrar a simplicidade do local que Jesus nasceu.

1º ERRO – Os Magos não visitaram um recém-nascido – Quando os magos visitaram o Menino Jesus, já havia se passado quase dois anos. Isto é claro em Mt 2,7 (Herodes quis saber a data exata do nascimento de Jesus) e em Mt 2,16 (Herodes mandou matar todos recém-nascidos de Belém com até dois anos). Portanto, os magos não visitaram Jesus na manjedoura, mas uma criança próxima de completar dois anos.

2º ERRO – Os magos não eram três – O Evangelho de Mateus não cita o número de magos que visitaram Jesus. O número de três deve ter sido adotado em razão dos presentes recebidos por Jesus: ouro incenso e mirra.

3º ERRO – Os magos não eram reis – Mateus não chama os magos de reis. São chamados de reis, pela dedução de que apenas os reis presenteavam com ouro. O Evangelho também não cita os nomes dos magos: Baltazar (que significa ‘rei da luz’), Melchior (‘protetor de reis’) e Gaspar (‘vencedor de tudo’).

4º ERRO – A estrela não estava no nascimento – Se a estrela de Belém guiou os magos (Mt 2,1) durante a visita (dois anos após o nascimento) ela não estava no céu na época do nascimento.

5º ERRO – Jesus não nasceu num celeiro ou estábulo - Quase todos os presépios colocam o menino Jesus em um celeiro, cercado por animais. Isso acontece porque Lc 2,7 diz que “... e o deitou em uma manjedoura”. No entanto, uma manjedoura (calha de alimentação para animais) também podia ser usada em residências. Lucas (2,7) usa o termo grego “KATALUMATI” para o local onde Jesus nasceu. Se procurarmos outra ocasião em que no Evangelho de Lucas o mesmo termo é usado, vamos encontrar apenas mais uma citação: em Lc 22,11, ao descrever o local da Última Ceia. Isto significa que o evangelista usa o mesmo termo (KATALUMATI) para descrever o local onde Jesus nasceu e local da Última Ceia.

6º ERRO - Maria entrou em Belém em um jumento – A figura de Maria grávida, montando um jumento, é definitivamente um mito comum que a maioria dos cristãos acredita estar na Bíblia. Seria praticamente impossível para uma mulher, nos últimos dias de uma gravidez fazer uma viagem de 180 quilômetros, de Nazaré a Belém, em um jumento.

7º ERRO – Os animais ao redor de Jesus – Os evangelistas Mateus e Lucas não citam a presença dos diversos animais ao lado da manjedoura.

QUER SABER MAIS? – Se você gostou do assunto e quer mais informações, podemos lhe oferecer o texto “Os magos e Jesus” de autoria do teólogo Dom Estevão Bettencourt e o Novo Testamento em grego. Solicite por E-mail que lhe enviaremos os arquivos gratuitamente.

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