O
texto do Evangelho das missas deste domingo (Mt 5, 13-16) faz parte do Sermão
da Montanha, cujos princípios foram resumidos nas Bem-aventuranças (Mt 5,1-12).
Bem-aventuranças – Os versículos de hoje se dirigiam às
comunidades dos pobres em espírito, cuja proposta de vida era a vivência do
espírito das bem-aventuranças. Mateus usa as metáforas de sal e luz para
aplicá-las aos ouvintes do Sermão da Montanha.
Sal – O sal era de suma importância no
Oriente Médio. Era usado como tempero para dar sabor à comida e também para
conservá-la. Também a imagem do sal era usada para simbolizar a Sabedoria e a
Lei. Mateus afirma que os discípulos devem fazer com que o mundo se torne
saboroso em sua aliança com Deus, através da vivência que nasce da sabedoria de
Jesus e a nova Lei, do Sermão da Montanha.
Justiça – Se não assumirem essa missão, servem para
nada e merecem ser jogados fora como sal insosso. Essa missão se realiza
através da vivência da plena justiça, muito mais do que uma prática externa de
leis: “Se a vossa justiça não for maior do que a dos doutores da Lei e dos
fariseus, vocês não entrarão no Reino do Céu” (Mt 5,20).
Imagens – As outras imagens também são tiradas da
experiência da Palestina do tempo de Jesus. Se a imagem da “cidade situada
sobre um monte" foi tirada de Galiléia, talvez se refira à cidade de
Hippos, se não, poderia ser Jerusalém. A imagem da lâmpada que ilumina todos na
casa, vem do fato de que a casa normal de um pobre na Palestina consistia de uma
sala só. Através da prática dos discípulos, a luz de Deus deve iluminar a
sociedade, desmascarando as injustiças e apontada para a justiça do Reino do
Céu.
Equilíbrio – O versículo 16 mantém um equilíbrio
entre praticar as boas-obras e evitar o orgulho ou a vaidade por causa delas. A
vida do discipulato descrita no Sermão não deve levar à arrogância, tão típica
de alguns “piedosos” ou “justos”, mas à conversão de muitos ao Pai. Mateus se
refere a Is 42,6 e 49,6 que mostram que o Servo de Deus traz luz e salvação
para todos os povos.
Missão – Mais uma vez, o Evangelho de Mateus
enfatiza a missão da comunidade cristã. Somos chamados a dilatar o Reino de
Deus no mundo. Não é possível ser discípulo e manter uma vida individualista,
fechada em si própria. A nossa maior pregação deve ser a nossa luta em prol do
mundo que Deus quer, para que “todos tenham a vida e a vida em abundância” (Jo
10,10).
Ser discípulo – Uma vida cristã que não se engaja
nisso, se torna como sal insosso, luz apagada, e serve para nada. Mas a
motivação é clara nada em benefício próprio, mas tudo para que as pessoas
cheguem a conhecer o nosso Pai Amoroso.
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