No Evangelho das missas deste
domingo será lido o trecho da aparição de Jesus aos discípulos de Emaús. Vamos examinar a descrição de Lucas.
A
Aparição – Era o domingo, 9 de abril do ano 30. Domingo da
ressurreição. Dois discípulos caminhavam de Jerusalém para a aldeia de Emaús,
distante 11 quilômetros. Durante as duas horas de caminhada, comentavam os
fatos ocorridos naquele dia. Jesus se aproxima, passa a caminhar com eles e,
puxando a conversa, pergunta sobre o que discutem. Eles não reconhecem Jesus. Cléofas, admirado,
lhe diz que ele deve ser a única pessoa em Jerusalém que não sabe o que
aconteceu com Jesus Nazareno. Jesus lhes descreve toda a história da salvação,
começando por Moisés, passando por toda a Escritura. Ao chegar à casa de um
deles, Jesus distribuiu o pão, sendo reconhecido por eles (embora não
estivessem presentes na Última Ceia). Os discípulos voltaram para Jerusalém
para contar aos apóstolos o que tinha acontecido.
Nicópolis – Assim como o Evangelho de São Lucas, o
Livro dos Macabeus (1Mac 9,50) e o historiador do Século I Flavius Josefo
(História dos Hebreus) citam o nome de uma cidade chamada Emaús. A grande
questão desta história é que a aldeia de Emaús nunca foi encontrada. Os
turistas e peregrinos que visitam a Terra Santa são levados a uma igreja em
Nicópolis, como sendo Emaús. Isto devido ao historiador da igreja do século IV,
Eusébio de Cesaréia, que identificou a cidade de Nicópolis como a Emaús
bíblica. O teólogo e tradutor São Jerônimo (347 – 420) concordou com a
indicação, fazendo com que, a partir do século IV, os cristãos identificassem
Nicópolis com Emaús.
O problema – é que
Nicópolis está muito mais longe de Jerusalém (30 quilômetros). Ao longo dos anos, vários estudiosos sugeriram
nada menos que cinco locais alternativos para Nicópolis e não há acordo geral
sobre qual é o mais provável.
Nova descoberta – Em 2017,
um grupo francês e israelense de arqueólogos (Israel Finkelstein e Thomas Römer)
começou o trabalho de escavação em Kiriath-Jearim, uma colina vários
quilômetros a oeste de Jerusalém. Descubriram que, durante o século XII, Kiriath
Yearim e da vila vizinha de Abu Ghosh serviram de hospedagem para as cruzadas.
Construiram ali a Igreja da Ressurreição em Abu Ghosh, abaixo da colina de
Kiriath-Jearim, e chamavam o lugar de Castellum Emmaus. Vamos aguardar
as novas descobertas para certificação da teoria dos autores.
QUER SABER MAIS: Se você
gostou do assunto e quer saber mais, podemos lhe oferecer os textos citados: O
artigo “Os arqueólogos descobriram a cidade em que Jesus apareceu depois de sua
ressurreição?” da jornalista Candida Moss; o livro “História dos Hebreus” de
Flavio Josefo (1627 pág. em Português com 18 citações de Emaús); O texto
“Cronologia da Vida de Jesus” de autoria de Enrico Galbiati (Doutor da Biblioteca
Ambrosiana de Milão); Onomasticon – Sobre os Nomes dos Lugares nas Sagradas
Escrituras – de autoria de Eusébio de Cesaréia (escrito no ano 330, onde cita
Emaús).
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