A Solenidade
que celebramos neste domingo não é um convite a decifrar o mistério que se
esconde por detrás de “um Deus em três pessoas”; mas é um convite a contemplar
o Deus que é amor, que é família, que é comunidade e que criou os homens para
fazê-los comungar nesse mistério de amor.
Aos Coríntios – Na segunda
leitura das missas (2Cor 13,11-13) Paulo expressa - através da fórmula
litúrgica "a graça do Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do
Espírito Santo estejam convosco" – a realidade de um Deus que é comunhão,
que é família e que pretende atrair os homens para essa dinâmica de amor.
Tito – Paulo escreveu a 2ª Carta aos Coríntios
após receber notícias animadoras trazidas por Tito: em resumo, as diferenças
(descritas na 1ª Carta) foram ultrapassadas e os coríntios estavam, outra vez,
em comunhão com Paulo. Reconfortado, Paulo escreveu uma tranquila apologia do
seu apostolado, à qual juntou um apelo em favor de uma coleta para os pobres da
Igreja de Jerusalém. Estamos nos anos 56/57.
A Carta – Paulo começa por deixar algumas
recomendações de carácter geral aos membros da comunidade. Pede-lhes que sejam
alegres; que procurem, sem desistir, chegar à perfeição; e que, nas relações
fraternas, se animem mutuamente, tenham os mesmos sentimentos e vivam em paz.
São conselhos que devem ser entendidos no contexto das dificuldades e tensões
vividas recentemente pela comunidade.
Santíssima Trindade – O mais
notável desta carta é, contudo, a fórmula final de saudação: "a graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de
Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco". Esta fórmula -
a mais claramente trinitária de todo o Novo Testamento - é, certamente de
origem litúrgica. Provavelmente, era a fórmula que os cristãos utilizavam
quando, no contexto da celebração eucarística, trocavam a saudação da paz.
Família de Deus – Esta fórmula
constitui uma impressionante confissão de fé no Deus trino. Ela manifesta a fé
dos crentes nesse Deus é amor e, portanto, que é "família", que é
comunidade. Ao utilizarem esta fórmula, os crentes reconhecem-se como membros
dessa "família de Deus"; e reconhecem também que ser "família de
Deus" é fazerem todos parte de uma única família de irmãos. São, portanto,
convocados para viverem em unidade: em comunhão com Deus e em união com todos
os irmãos.
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