Nos Evangelhos vemos diversos episódios em que houve intermediários entre as pessoas necessitadas e Cristo.
Cristo, que tudo sabe e tudo pode, poderia ter dispensado estes intermediários e ter atendido diretamente? Sim, poderia. Mas aceitou que pessoas intercedessem pelos necessitados e até elogiou quem fez isso, e por causa dessa intercessão, atendeu ao pedido.
Vejamos agora alguns exemplos de intercessão:
- Em Lucas 7,1-10 ocorrem duas intercessões. O centurião romano intercede junto a Cristo pelo empregado e os anciãos dos judeus intercedem diante de Jesus em favor do centurião. Interessante notar que depois do pedido do centurião diante de Jesus, em favor de seu subordinado, Jesus responde: ‘‘Eu declaro a vocês que nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé" (v. 9) E a resposta de Jesus ao pedido de intercessão do oficial romano foi esta: "Os mensageiros voltaram para a casa do oficial, e encontraram o soldado em perfeita saúde" (v. 10).
- Em Mateus 15,21-28, narra-se um pedido de intercessão feito por uma mulher pagã (uma cananéia), em favor de sua filha que estava sendo ‘cruelmente atormentada por um demônio’. E Cristo atende o pedido da mulher. Veja o pedido da mulher: "... a mulher, aproximando-se, ajoelhou-se diante de Jesus, e começou a implorar: Senhor ajuda-me" (v. 25) E Jesus, depois de dialogar com a mulher pagã, respondeu: "...Mulher é grande a sua fé! Seja feito como você quer". E desde esse momento a filha dela ficou curada. (v. 28).
- Em João 2,1-11, nos é narrado o episódio das bodas de Caná onde é explícita a intervenção de Nossa Senhora, diante de Jesus. Maria, a Mãe de Jesus, poderia ter ficado quieta num canto da festa de Caná, indiferente aos problema dos noivos. No entanto, resolveu interceder e solucionar um problema, que nem era dela. E Jesus antecipou a sua hora de fazer milagres, para atender ao pedido de sua Mãe. Cristo sabia daquele problema, mesmo antes que sua Mãe o percebesse. Poderia ter agido diretamente, sem intervenção. Mas, aceitou a intervenção.
Note-se que Cristo elogia esses intermediários em sua fé e atende a seus pedidos em favor de outros. Diante desses episódios poderíamos nos perguntar:
a) Jesus, o Cristo Deus, quando estava neste mundo, aceitou a intermediação e até a enalteceu. Será que depois que foi para o céu não admitiu mais a intercessão?
b) O centurião romano, a mulher cananéia, Maria, Mãe de Jesus, que intercederam junto a Cristo aqui na terra, quando chegaram ao céu e estando novamente na presença do mesmo Cristo, será que nunca mais intercederam em favor de algum necessitado?
c) Cristo Deus aqui no mundo não é o mesmo Cristo Deus no céu?
Diante dessas indagações, percebe-se que Cristo Deus, aceitando a intervenção de um discípulo(a), não deixa de ser Deus, nem diminui sua divindade. É apenas um gesto de sua bondade, mostrando que quer partilhar com outros numa ação de ajuda.
Então, para concluir, podemos dizer que os exemplos de intercessão em favor dos outros diante de Deus, que se encontram nos Evangelhos, vêm confirmar:
a) A intervenção de uns a favor de outros diante de Cristo Deus é um fato;
b) Ao nos dirigirmos a Cristo, devemos também pensar nos outros;
c) Cristo Deus atende aos pedidos de alguém em favor de outros.
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