Apóstolo –
significa “enviado”, “mensageiro”. Nos evangelhos o termo é reservado aos doze
discípulos escolhidos por Jesus (Mc 3,13-19; Lc 6,13-16), para agir em seu nome
(Mt 10,5-8.40). Os apóstolos são escolhidos por Deus para pregar o Evangelho
(Rm 1,1; 2Cor 5,20), são a base da Igreja (Ef 2,20; Ap 21,14) e constituem o novo
Israel de Deus, recordando as doze tribos (Gn 35,23-26; At 7,8; Mt 19,28; Lc
22,30).
Condições –
Duas são as condições para ser apóstolo: ter participado na vida pública de
Jesus e ser testemunha da ressurreição (At 1,21s; 2,32; Mt 28,19; Jo 20,21).
Por isso, contemporâneos de Paulo negavam-lhe a categoria de apóstolo, pois não
pertencia aos Doze, nem havia compartilhado da vida pública do Senhor (1Cor
9,1-2; 15,3-9; 2Cor 11,5; 11,13; 12,11-13). Mas Paulo responde que também viu o
Ressuscitado, dele recebeu o Evangelho e a investidura no apostolado.
Rocha –
Pedro aparece como o primeiro dos apóstolos (Lc 6,14; 12,41; 8,45; 9,32-33. Ele
é a “rocha” e o portador das chaves da casa de Deus (Mt 16,17-18; Jo 1,41-42);
é a primeira testemunha da ressurreição (At 1,15-20).
Saulo –
Paulo nasceu de pais judeus, em Tarso da Cilícia, pelo ano 10 de nossa era.
Deles herdou os direitos de cidadão romano e uma educação segundo os princípios
severos do farisaísmo, aperfeiçoados mais tarde na escola de Gamaliel, em Jerusalém.
Este o introduziu nos conhecimentos mais profundos da Bíblia e da Lei. Desde a infância teve também boa formação
helênica, no grande centro cultural de Tarso, rival de Alexandria e de Atenas.
Conhecia bem o hebraico e o grego e chegou a usar dois nomes, um de sabor
judaico (Saulo) e outro de sabor romano (Paulo). Esta foi a sua preparação
humana, “desde o seio materno”, para a futura missão de apóstolo dos pagãos.
Perseguidor –
Entretanto, a evolução natural o levou a ser um perseguidor da Igreja de Cristo
(At 9,1s; 22,4; Gl 1,13). Considerava blasfemo e louco o culto de um Deus
crucificado. A seu ver a religião cristã marcava o fim de um sonho messiânico
de submeter todas as nações ao domínio da Lei mosaica. Somente o Cristo
Glorioso, que lhe aparece no caminho de Damasco, foi capaz de convencê-lo da
realidade de tudo o que os cristãos perseguidos acreditavam. Paulo recebeu,
assim, diretamente do Ressuscitado a doutrina e a missão de pregá-la aos
pagãos. Por isso se considerava “apóstolo, não da parte de homens nem por
intermédio de algum homem, mas por Jesus Cristo e Deus Pai, que o ressuscitou
dos mortos” (Gl 1,1).
Textos –
Entre as epístolas paulinas distinguem-se as grandes epístolas, escritas
durante a atividade missionária do apóstolo (Rm, 1-2Cor, Gl, 1-2Ts), as
epístolas do cativeiro, escritas na prisão (Fl, Cl, Fm e Ef) e as cartas
pastorais, referentes à disciplina comunitária (1-2Tm e Tt). A epístola aos
Hebreus é hoje universalmente reconhecida como não-paulina. Pairam sérias
dúvidas também quanto à autenticidade de 2Ts, Cl, Ef e das epístolas pastorais;
mas isso não lhes diminui o valor como escritos inspirados.
Pedra –
Simão estava à beira do Lago da Galiléia quando Jesus passou, olhou e disse: “Desta
hora em diante serás pescador de homens” (Lc 5,10). Vivendo ao lado de Jesus,
vendo, ouvindo o que ele fazia e dizia, Pedro foi aprendendo sua missão: “Eu te
digo que tu és Pedra e sobre esta pedra edificarei minha Igreja...”, “Dar-te-ei
as chaves do reino dos céus.” (Mt. 16-18).
Pedro –
Os evangelistas referem-se a Pedro em diversas circunstâncias como porta-voz
dos apóstolos: após o discurso eucarístico na sinagoga de Carfanaum (Jo 6,68);
quando Jesus perguntou aos discípulos quem julgavam que ele era (Mt 16,16); na
predição de Jesus de seu sofrimento (Mt 26, 33); na tríplice negação de Pedro
(Mt 26, 69-75); na missão do pastoreio (Jo 21, 15-19); na substituição de Judas
por Matias (At 1, 15-26); em Pentecostes (AT 2, 14-36) e no Concílio dos
Apóstolos (At 15, 7-11).
Para Roma –
Pedro, após deixar Jerusalém, no ano 44, atuou como "apóstolo
itinerante", fundando comunidades cristãs nas cidades onde existiam
grandes comunidades judaicas, dirigia-as por algum tempo, depois designava
outros dirigentes e seguia adiante. A
mais antiga tradição comunitária de Roma considera Pedro o seu fundador.
São Pedro –
Foi preso por ordem de Herodes em Jerusalém, mas foi libertado, por um anjo.
Após perseguições, ficou preso durante uns oito meses. Condenado à morte, como
Jesus, foi açoitado e seria crucificado. Pediu para ser crucificado de cabeça
para baixo porque se achava indigno de morrer como seu Mestre. Pela tradição,
no lugar do suplício de Pedro (ano 67) foi edificada a Basílica de São Pedro, o
Príncipe dos Apóstolos e o primeiro Papa. No Brasil, São Pedro é o padroeiro
dos pescadores.
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