sábado, 28 de julho de 2012

Santa Ana, a avó de Jesus

No dia 26 de julho a Igreja comemora Santa Ana, a mãe de Maria Santíssima e avó de Jesus. Também se comemora o dia de todas as avós. Como os Evangelhos Canônicos trazem poucas informações sobre Santa Ana, fomos buscar mais detalhes em outras fontes, como a tradição judaica, fontes históricas e textos apócrifos. A Igreja Católica aceita alguns destes fatos na sua liturgia (os nomes dos pais de Maria, a cerimônia de apresentação de Maria no Templo, Imaculada Conceição, José idoso, o bastão de José), mesmo não constando nos Evangelhos. 

O pai de Maria – Joaquim era um homem muito rico que vivia atormentado por não ter filhos. Para o povo Judeu era muito importante gerar descendentes. Não ter filhos era quase um desgosto e uma vergonha também. Os motivos são óbvios, pois os judeus esperavam a chegada do Messias, como previam as sagradas profecias. Joaquim estava tão angustiado que se retirou para o deserto e jejuou quarenta dias e quarenta noites para que suas preces fossem atendidas. 

A mãe de Maria – Ana, como toda esposa judia, esperava que dela nascesse o Salvador e, para tanto, ela tinha de dispor das condições para servir de veículo aos desígnios de Deus, se assim Ele o desejasse. Por isso, a esterilidade causava sofrimento e vergonha e é nessa situação constrangedora que vamos encontrar o casal.  

Gravidez – Ana e Joaquim não desistiram, rezaram por muito e muito tempo até que, já quase perdendo a esperança, Ana engravidou.  Apresentou-se a ela um anjo de Deus, dizendo que o Senhor ouvira seus pedidos e que ela daria à luz uma criança.  

Nascimento – A concepção imaculada de Maria é aceita pela Igreja Católica como dogma de fé (instituído pelo Papa Pio IX em 1854) e comemorada como a festa da Imaculada Conceição de Maria, no dia 8 de dezembro. O nascimento de Maria (por volta do ano 20 a.C.) não só tirou dos ombros dos pais o peso de uma vida estéril, mas ainda recompensou-os pela fé, ao ser ela escolhida para ser a Mãe do Filho de Deus. A Igreja comemora o nascimento de Maria no dia 8 de setembro. 

Santidade – No Evangelho, Jesus disse: "Dos frutos conhecereis a planta". Assim, não foram precisos outros elementos para descrever a santidade de Ana e Joaquim, senão pelo exemplo de santidade da filha Maria. Afinal, Deus não escolheria filhos sem princípios ou dignidade para fazer deles o instrumento de sua ação.  

Comemoração – A princípio, apenas Santa Ana era comemorada e, mesmo assim, em dias diferentes (Igreja do Ocidente e do Oriente): em 25 de julho pelos gregos e no dia seguinte pelos latinos. A partir de 1584, também são Joaquim passou a ser cultuado no dia 20 de março. Só em 1913 a Igreja determinou que os avós de Jesus Cristo deveriam ser celebrados juntos, no dia 26 de julho.

Santa Ana, a avó de Jesus

No dia 26 de julho a Igreja comemora Santa Ana, a mãe de Maria Santíssima e avó de Jesus. Também se comemora o dia de todas as avós. Como os Evangelhos Canônicos trazem poucas informações sobre Santa Ana, fomos buscar mais detalhes em outras fontes, como a tradição judaica, fontes históricas e textos apócrifos. A Igreja Católica aceita alguns destes fatos na sua liturgia (os nomes dos pais de Maria, a cerimônia de apresentação de Maria no Templo, Imaculada Conceição, José idoso, o bastão de José), mesmo não constando nos Evangelhos. 

O pai de Maria – Joaquim era um homem muito rico que vivia atormentado por não ter filhos. Para o povo Judeu era muito importante gerar descendentes. Não ter filhos era quase um desgosto e uma vergonha também. Os motivos são óbvios, pois os judeus esperavam a chegada do Messias, como previam as sagradas profecias. Joaquim estava tão angustiado que se retirou para o deserto e jejuou quarenta dias e quarenta noites para que suas preces fossem atendidas. 

A mãe de Maria – Ana, como toda esposa judia, esperava que dela nascesse o Salvador e, para tanto, ela tinha de dispor das condições para servir de veículo aos desígnios de Deus, se assim Ele o desejasse. Por isso, a esterilidade causava sofrimento e vergonha e é nessa situação constrangedora que vamos encontrar o casal.  

Gravidez – Ana e Joaquim não desistiram, rezaram por muito e muito tempo até que, já quase perdendo a esperança, Ana engravidou.  Apresentou-se a ela um anjo de Deus, dizendo que o Senhor ouvira seus pedidos e que ela daria à luz uma criança.  

Nascimento – A concepção imaculada de Maria é aceita pela Igreja Católica como dogma de fé (instituído pelo Papa Pio IX em 1854) e comemorada como a festa da Imaculada Conceição de Maria, no dia 8 de dezembro. O nascimento de Maria (por volta do ano 20 a.C.) não só tirou dos ombros dos pais o peso de uma vida estéril, mas ainda recompensou-os pela fé, ao ser ela escolhida para ser a Mãe do Filho de Deus. A Igreja comemora o nascimento de Maria no dia 8 de setembro. 

Santidade – No Evangelho, Jesus disse: "Dos frutos conhecereis a planta". Assim, não foram precisos outros elementos para descrever a santidade de Ana e Joaquim, senão pelo exemplo de santidade da filha Maria. Afinal, Deus não escolheria filhos sem princípios ou dignidade para fazer deles o instrumento de sua ação.  

Comemoração – A princípio, apenas Santa Ana era comemorada e, mesmo assim, em dias diferentes (Igreja do Ocidente e do Oriente): em 25 de julho pelos gregos e no dia seguinte pelos latinos. A partir de 1584, também são Joaquim passou a ser cultuado no dia 20 de março. Só em 1913 a Igreja determinou que os avós de Jesus Cristo deveriam ser celebrados juntos, no dia 26 de julho.

sábado, 21 de julho de 2012

São Tiago



No próximo dia 25 de julho, a Igreja comemora o dia de São Tiago, um dos apóstolos escolhidos por Jesus. Transcrevemos a intervenção do Papa Bento XVI na audiência do dia 21/06/06, na qual o Sumo Pontífice apresenta São Tiago.

Queridos irmãos e irmãs: Continuamos com a série de retratos dos apóstolos escolhidos diretamente por Jesus durante sua vida. Hoje, encontramo-nos com a figura de São Tiago. As listas bíblicas dos Doze mencionam duas pessoas com este nome: Tiago, filho de Zebedeu, e Tiago, filho de Alfeu (Marcos 3,17; Mateus 10,2), que são comumente distinguidos com os apelativos de Tiago o Maior e de Tiago o Menor. Estas designações não querem medir sua santidade, mas simplesmente constatar a diferente relevância que recebem nos escritos do Novo Testamento e, em particular, no contexto da vida terrena de Jesus. Hoje dedicamos nossa atenção ao primeiro destes dois personagens do mesmo nome.

Tiago – O nome de Tiago [Jacob] é a tradução de “Iákobos”, variação sob a influência grega do nome do famoso patriarca Jacó. O apóstolo deste nome é irmão de João e, nas listas mencionadas, ocupa o segundo lugar depois de Pedro, como sucede em Marcos (3, 17), ou o terceiro lugar depois de Pedro e André, como nos Evangelhos de Mateus (10, 2) e de Lucas (6, 14), enquanto nos Atos dos Apóstolos aparece depois de Pedro e de João (1, 13). Este Tiago pertence, junto a Pedro e João, ao grupo dos três discípulos privilegiados que foram admitidos por Jesus em momentos importantes de sua vida.

Ocasiões – Pôde participar, junto a Pedro e João, do momento da agonia de Jesus, no Horto de Getsêmani, e no momento da Transfiguração de Jesus. Trata-se, portanto, de situações muito diferentes entre si: em um caso, Tiago, com os outros dois apóstolos, experimenta a glória do Senhor e o vê falando com Moisés e Elias, vê transluzir o esplendor divino em Jesus; no outro, encontra-se ante o sofrimento e a humilhação, vê com seus próprios olhos como o Filho de Deus se humilha, fazendo-se obediente até a morte. Certamente, a segunda experiência constituiu para ele uma oportunidade para amadurecer na fé, para corrigir a interpretação unilateral, triunfalista da primeira: teve de perceber como o Messias, esperado pelo povo judeu como um triunfador, na realidade não só estava rodeado de honra e glória, mas também de sofrimentos e debilidade. A glória de Cristo realiza-se precisamente na Cruz, na participação em nossos sofrimentos.

Testemunho - Este amadurecimento da fé foi levado a cumprimento pelo Espírito Santo em Pentecostes, de maneira que Tiago, quando chegou o momento do supremo testemunho, não ficou para trás: ao início dos anos 40 do século I, o rei Herodes Agripa, neto de Herodes, o Grande, como nos informa Lucas: “mandou prender alguns membros da igreja para maltratá-los. Assim foi que matou, à espada, Tiago, irmão de João” (Atos 12,1). A concisão da notícia, carente de todo detalhe narrativo, revela, por um lado, como era normal para os cristãos testemunhar o Senhor com a própria vida e, por outro, que Tiago tinha uma posição de relevância na Igreja de Jerusalém, em parte por causa do papel desempenhado durante a existência terrena de Jesus.

Espanha – Uma tradição sucessiva, que remonta ao menos até Isidoro de Sevilha, conta que ele esteve na Espanha para evangelizar essa importante região do império romano. Segundo outra tradição, seu corpo teria sido transladado à Espanha, à cidade de Santiago de Compostela. Como todos sabem, aquele lugar converteu-se em objeto de grande veneração e ainda hoje é meta de numerosas peregrinações, não só da Europa, mas do mundo inteiro. Deste modo, explica-se a representação iconográfica de São Tiago com o bastão do peregrino e o rolo do Evangelho, características do apóstolo itinerante, entregue ao anúncio da “boa notícia”, característica da peregrinação da vida cristã.

Aprender – De Tiago podemos aprender muito: a prontidão para acolher o chamado do Senhor, inclusive quando nos pede que deixemos a “barca” de nossas seguranças humanas; o entusiasmo para segui-Lo pelos caminhos que Ele nos indica, mais além de nossa presunção ilusória: a disponibilidade para dar testemunho dEle com valentia e, se for necessário, com o sacrifício supremo da vida. Deste modo, São Tiago, o Maior, nos é apresentado como exemplo eloquente de generosa adesão a Cristo. Ele, que, inicialmente, havia pedido através de sua mãe, sentar-se com o irmão junto ao Mestre em seu Reino, foi precisamente o primeiro em beber do cálice da paixão, em compartilhar com os apóstolos o martírio.

Caminho – E, ao final, resumindo tudo, podemos dizer que seu caminho, não só exterior, mas, sobretudo interior, desde o monte da Transfiguração até o monte da agonia, é um símbolo da peregrinação da vida cristã, entre as perseguições do mundo e os consolos de Deus, como diz o Concílio Vaticano II. Seguindo Jesus, como São Tiago, sabemos, inclusive nas dificuldades, que vamos pelo bom caminho. 

sábado, 14 de julho de 2012

Ele os enviou de dois em dois

O Evangelho das missas deste domingo (Mc 6,7-13) descreve a missão dos discípulos de Jesus no meio do mundo. Para refletir sobre este texto transcrevemos o comentário do Pe. Raniero Cantalamessa, pregador da Casa Pontifícia do Vaticano. 

Texto – “Jesus chamou os doze e começou a enviá-los dois a dois, dando-lhes poder sobre os espíritos impuros. Recomendou-lhes que não levassem nada para o caminho, a não ser um cajado; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura. Mandou que andassem de sandálias e que não levassem duas túnicas.” 

Costume – Os estudiosos da Bíblia nos explicam que, como de costume, o evangelista Marcos, ao referir os fatos e as palavras de Cristo, leva em conta a situação e as necessidades da Igreja no momento ao qual escreve o Evangelho, isto é, depois da ressurreição de Cristo. Mas o fato central e as instruções que Cristo dá aos apóstolos nesta passagem se referem ao Jesus terreno. 

Mundo inteiro – É o início e são as provas gerais da missão apostólica. Até então, tratava-se de uma missão limitada aos povos vizinhos, isto é, aos compatriotas judeus. Após a Páscoa, esta missão será estendida ao mundo inteiro, também aos pagãos: “Ide por todo o mundo e pregai a Boa Nova a toda a criação”. 

Missão – Este fato tem uma importância decisiva para entender a vida e a missão de Cristo. Ele não veio para realizar uma proeza pessoal; não quis ser um meteorito que atravessa o céu para depois desaparecer no nada. Não veio, em outras palavras, só para aqueles poucos milhares de pessoas que tiveram a possibilidade de vê-lo e escutá-lo em pessoa durante sua vida. Pensou que sua missão tinha que continuar, ser permanente, de forma que cada pessoa, em todo tempo e lugar da história, tivesse a possibilidade de escutar a Boa Nova do amor de Deus e ser salvo. Por isso, escolheu colaboradores e começou a enviá-los a pregar o Reino e curar os doentes. (...) 

Conversão – O Evangelho emprega só uma palavra para dizer o que deviam pregar os apóstolos ao povo (“que se convertessem”), enquanto que descreve longamente como deviam pregar. Com relação a isso, um ensinamento importante está no fato de que Jesus os envia de dois em dois. Isso de ir de dois em dois era habitual naqueles tempos, mas com Jesus assume um significativo novo, já não só prático. Jesus os envia de dois em dois – explicava São Gregório Magno – para inculcar a caridade, porque com menos de duas pessoas não pode haver caridade. O primeiro testemunho a dar de Jesus é o do amor recíproco: “Nisso conhecerão todos que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros” (Jo 13,35). 

Sacudindo o pó – É preciso estar atentos para não interpretar mal a frase de Jesus, sobre ir sacudindo também o pó dos pés quando não são recebidos. Este, na intenção de Cristo, devia ser um testemunho “para” eles, não contra eles. Devia servir para fazê-los entender que os missionários não haviam ido por interesse, para tirar-lhes dinheiro ou outras coisas; que, mais ainda, não queriam levar nem sequer seu pó. Haviam ido por sua salvação e, rejeitando-a, eles privavam a si mesmos do maior bem do mundo. 

Graça – É algo que também é preciso afirmar hoje. A Igreja não anuncia o Evangelho para aumentar seu poder ou o número de seus membros. Se atuasse assim, trairia primeiramente o Evangelho. Ela o faz porque quer compartilhar o dom recebido, porque recebeu de Cristo o mandato: “de graça o recebestes, de graça deveis dar”.

sábado, 7 de julho de 2012

A questão dos irmãos de Jesus

O Evangelho das missas deste domingo (Mc 6,1-6) cita os irmãos de Jesus. Vamos verificar o ensinamento da Igreja Católica sobre o assunto. 

Sete textos – São sete os textos do Novo Testamento que mencionam irmãos de Jesus: Mc 6, 3; Mc 3,31-35; Jo 2,12; Jo 7,2-10; At 1,14; Gl 1,19; 1Cor 9, 5. Conforme Mc 6,3 e Mt 13,55,  chamavam-se  Tiago, José, Judas e Simão. O texto mais expressivo é o de Marcos, que relata que Jesus havia pregado em Nazaré, sua cidade natal, e os ouvintes, admirados, perguntavam-se de onde Lhe provinha tanta sabedoria, indagando-se: “Esse homem não é o carpinteiro, o filho de Maria e irmão de Tiago, de Joset, de Judas e de Simão? E suas irmãs não moram aqui conosco?" (Mc 6, 3). 

Texto – É um texto muito claro e muito precioso, porque nos diz até os nomes dos irmãos de Jesus. E é exatamente isso que nos ajuda, porque existem outros textos que contam quem são as pessoas citadas aqui como irmãos de Jesus. Vamos comparar o texto do evangelho deste domingo com os dois outros. Mateus, no relato da crucificação, fala sobre um grande número de mulheres que havia acompanhado Jesus desde a Galiléia e olhavam de longe o que acontecia: "Entre elas estavam Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu." (Mt 27,56).  Veja também o que diz Mc 15, 40: "Aí estavam também algumas mulheres, olhando de longe. Entre elas estavam Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, o menor, e de Joset, e Salomé.". 

Comparando – Os dois textos definem que havia, aos pés da cruz, uma mulher chamada Maria e que era mãe de Tiago e de José, os mesmos nomes que são chamados, em Mc 6, 3, de irmãos de Jesus. Esta Maria era a mãe de Jesus (esposa de José) ou outra Maria? A esta pergunta responde Jo 19,25. Vejamos: “A mãe de Jesus, a irmã da mãe dele, Maria de Cléofas, e Maria Madalena estavam junto à cruz.” Os dois textos indicam que a mãe de Tiago e de José era a irmã de Nossa Senhora. 

Entendendo – No tempo e no país de Jesus, as pessoas falavam o aramaico. Era uma língua muito antiga, mas também bastante pobre em expressões: uma palavra podia significar mais de uma coisa ou designar mais de uma realidade e as pessoas entendiam o significado conforme as circunstâncias. Assim, a palavra "ha" (irmão), no ambiente aramaico, significava membro de uma família, isto é, não somente os filhos dos mesmos genitores, mas também os primos ou até parentes mais distantes.  

Exemplos – Como exemplo, vamos citar alguns textos do Antigo Testamento: Em Gn 13, 8, Abraão disse a seu sobrinho Ló, filho do seu irmão: “Somos irmãos”. Em Gn 29, 12-15, Jacó se declara irmão de Labão, quando na verdade este era filho de Rebeca, irmã de Labão. Veja ainda outros exemplos em: 1Cr 23, 21-23; 1Cr 15, 5; 2Cr 36, 10; 2Rs 10, 13; Jz 9, 3; 1Sm 20, 29. 

Outra prova – Ao morrer na cruz, Jesus confiou sua Mãe ao discípulo João. Se Maria tivesse outros filhos, seria lógico que estes assumissem os cuidados pela mãe, ainda mais no ambiente judaico. Jesus teria feito um grande desaforo a sua família se, tendo irmãos carnais, entregasse a sua mãe a uma pessoa estranha! Por essas razões, a doutrina da Igreja Católica ensina que Jesus não teve irmãos e as pessoas indicadas neste Evangelho são primos de Jesus.