O Advento chegou! – Começamos a partir de agora, com
maior intensidade, a nos prepararmos para o nascimento de Jesus, o Filho de
Deus, Aquele que na plenitude dos tempos nos foi enviado pelo Pai para a nossa
salvação.
Tempo de preparação – “Plenitude dos tempos” é uma
expressão que surgiu a partir do uso do relógio de água ou de areia: um
cilindro cheio de água ou de areia deixava pingar regularmente, por um pequeno
orifício, o seu conteúdo dentro de outro cilindro vazio. Quando este ficava
cheio, dizia-se que o tempo estava preenchido ou que a plenitude do tempo havia
chegado. São Paulo lança mão da mesma expressão para designar o tempo preparado
pela Providência Divina para a vinda do Salvador do mundo. A expressão,
contudo, não quer significar que havia chegado o tempo em que a humanidade
estava a tal ponto aperfeiçoada e em ótimas condições éticas para receber o
Messias. Muito pelo contrário.
Cenário – As cartas Paulinas e o próprio
Evangelho, em diversas passagens, demonstram como era triste o cenário pelo
qual passava a humanidade: o mundo greco-romano estava voltado à idolatria,
entregue a todo tipo de perversão moral (Veja Rm 1, 23-27); o povo judeu, por
outro lado, não era idólatra, mas se engrandecia frente aos pagãos, julgando-se
“condutor de cegos”, quando ele mesmo estava sujeito a graves faltas (cf. Rom
2, 17-24). Além disso, dividia-se em vários partidos: fariseus, saduceus,
herodianos, zelotes, sicários... Enfim, a humanidade encontrava-se em baixo
nível moral e filosófico, presa a erros doutrinários, ecleticismo, ceticismo e
vícios morais.
Salvação – E foi exatamente tal época que o Senhor
Deus quis escolher para enviar seu Filho ao mundo: não para ser o “verniz” de
uma humanidade bem estruturada e satisfeita consigo mesma, mas para preencher o
vazio dos homens, cansados de procurar uma resposta para os seus anseios. Jesus
Cristo veio para responder aos anseios mais profundos do ser humano, desejoso
de Verdade, Amor, Felicidade, Vida.
Tempo de reflexão – Dezembro nos faz reviver a celebração
do Natal e esse tempo de espera deve nos impulsionar a procurar o significado
mais profundo de todo aquele aparato visível que cerca a celebração do nascimento
do Menino Jesus: os presentes, a árvore, o presépio...
Celebração do Amor – Celebrar o Natal é muito mais do que
folclore: é um evento fundamental da história da humanidade, no qual celebramos
o Amor que primeiro nos amou (1Jo 4, 19) e que nos criou para fazer-nos
companheiros da Sua vida bem-aventurada. No Natal, celebramos o mesmo Amor que,
recriando-nos pelo mistério da Encarnação, santificou a nossa existência
cotidiana fazendo da morte a passagem para a VIDA.
Mensagem – Talvez seja muito difícil ou quase
impossível para nós, hoje, avaliarmos todo o alcance da mensagem trazida por
Jesus. Talvez até, depois de vinte séculos, ela possa ter ficado
empalidecida... Contudo, o tempo do Advento é o momento oportuno para tomar
nova consciência do seu imenso valor, que ultrapassa qualquer expectativa humana,
por mais ousada que seja.
Renascimento na fé – Advento é tempo de preparação para
renascer espiritualmente no Natal, recomeçando com mais maturidade a nossa vida
na fé e aproveitando mais uma preciosa oportunidade oferecida pela graça de
Deus. Advento é tempo de refletir que somos caminheiros, chamados por Alguém
(que não falha) para a Vida e, Vida plena.
Maria – Seja Maria Santíssima nosso modelo de
esperança, de serviço, de entrega total a Deus: “Faça-se em mim, segundo a
Vossa Vontade”. Sejamos como uma semente que vai desabrochando aos poucos, até
atingir a sua grande estatura. Aproveitemos o tempo de preparação, pois o
Senhor vem!
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