sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Adão e Eva existiram?


 
Segundo a Bíblia, Deus formou Adão, o primeiro homem, com o barro do chão. De sua costela fez Eva, sua mulher. E logo os colocou em meio a um paraíso fantástico. Ambos viviam nus sem se envergonharem e Deus, pelas tardes, costumava visitá-los e conversar com eles (Gênesis 2). 

Ciência – Esta história, que nos entusiasmava quando éramos crianças, nos coloca em sérias dificuldades agora que somos adultos. A Ciência moderna (Teoria da evolução das espécies e Teoria do Big-Bang) demonstrou que todo o universo vem se transformando. O homem não foi formado nem do barro nem de uma costela (e no princípio, não havia apenas um casal). O homem foi evoluindo a partir de seres inferiores (há 3 milhões de anos), desde o Australopitecus, passando pelo Homo erectus, o Homo habilis e o Homo sapiens, até chegar ao homem atual.  

Pergunta: Por que a Bíblia relata desta maneira a criação do homem e da mulher? Simplesmente porque se trata de uma parábola, de um relato imaginário que pretende deixar um ensinamento às pessoas. 

Catequese – O primeiro detalhe que chama a atenção é que o texto afirma que o homem foi criado do barro. Diz o Gênesis que no princípio, quando a terra era ainda um imenso deserto, “o Senhor Deus formou o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente” (2,7). 

Oleiro – A imagem de um Deus oleiro, de joelhos no chão amassando barro com suas mãos e soprando nas narinas de um boneco, pode nos parecer um pouco estranha. Entretanto, na mentalidade daquela época era uma homenagem para Deus. De todas as profissões conhecidas na sociedade de então, a mais digna, a mais grandiosa e perfeita era a de oleiro. Impressionava ver esse homem que, com um pouco de argila sem valor, era capaz de moldar e de criar com grande maestria preciosos objetos: baixelas, copos refinados e lindos utensílios. 

A maior criação – O autor do livro do Gênesis, sem pretender ensinar cientificamente como foi a origem do homem, posto que não o sabia, quis indicar algo mais profundo: que todo homem, quem quer que fosse, é uma obra direta e especialíssima de Deus. Não é mais um animal da criação, mas um ser superior, misterioso, sagrado e imensamente grande porque Deus em pessoa teve o trabalho de fazê-lo. 

Uma falha? Porém, de repente, o relato se detém. Algo parece haver saído mal. O próprio Deus pressente que não é muito bom o que fez: “Não é bom que o homem esteja só” (Gn 2,18). Ele não tem ninguém com quem se relacionar. Ante esta circunstância, Deus busca corrigir a falha mediante uma nova intervenção. E da costela de Adão, forma uma mulher: “Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne: esta será chamada mulher, porque foi tomada do homem.” (Gn 2,21-23). 

Três ensinamentos deste relato – O primeiro: que a solidão do homem não é boa. Que não foi criado como um ser autônomo e autossuficiente, mas sim necessitado dos demais, de outras pessoas que o complementem em sua vida. O segundo ensinamento é que os animais não estão no mesmo nível do homem; que não têm sua mesma natureza; e, portanto, não estava bem que ele se relacionasse com os animais como fazia com as pessoas. O terceiro ensinamento pretende explicar que está bem para o homem deixar seu pai e sua mãe, para se unir a uma mulher. É o primeiro canto da Bíblia ao amor conjugal. 

Sono – Outro detalhe fascinante é o profundo sono que Deus fez cair sobre Adão antes de criar a mulher. Criar é o segredo de Deus. Só Deus o conhece e só Ele sabe fazer. O homem não pode presenciar o ato da criação de Deus. Por isso dorme quando Deus cria. Ao acordar, não sabe nada do que passou. A mulher recém-criada também não, pois quando se dá conta de que existe, já foi formada. 

Origem – A Bíblia não ensina como foi a origem real do homem e da mulher porque o escritor sagrado não sabia. Porém, como vimos, também não interessa contar “como” apareceu o homem sobre a terra, mas “de onde” apareceu. E sua resposta é: das mãos de Deus. O “como” os cientistas devem explicar. O “de onde” o responderá a Bíblia. E algo mais profundo: que todo homem, quem quer que seja, é uma obra direta e especialíssima de Deus.

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