No próximo dia
8 de setembro a Igreja comemora a Natividade de Nossa Senhora. Como os
Evangelhos Canônicos trazem poucas informações sobre a vida de Maria, fomos
buscar mais detalhes (histórias, nomes, datas, etc.) em outras fontes, como a
tradição judaica, fontes históricas e textos apócrifos (Proto-evangelho de
Tiago, a História de José o Carpinteiro). A Igreja Católica aceita alguns
destes fatos na sua liturgia (os nomes dos pais de Maria, a cerimônia de
apresentação de Maria no Templo, Imaculada Conceição, as figuras do boi e do
jumento no presépio) mesmo não constando nos Evangelhos.
O pai de Maria – Joaquim era
um homem muito rico que vivia atormentado por não ter filhos. Para o povo
hebreu era muito importante gerar descendentes. Estava tão angustiado que
retirou-se para o deserto e jejuou quarenta dias e quarenta noites para que
suas preces fossem atendidas.
A mãe de Maria – Ana era uma
mulher que lamentava a sua esterilidade. Apresentou-se a ela um anjo de Deus
dizendo que o Senhor ouviu seus pedidos e que ela daria à luz uma criança. A
concepção imaculada de Maria é aceita pela Igreja Católica como dogma de fé
(instituído pelo Papa Pio IX em 1854) e comemorada como a festa da Imaculada
Conceição de Maria (8 de dezembro, nove meses antes do nascimento).
Nascimento – Ana e Joaquim
eram residentes em Jerusalém, ao lado da piscina de Betesda, onde hoje se ergue
a Basílica de Santa Ana. Num sábado, 8 de setembro do ano 20 a.C., nasceu-lhes
uma filha que recebeu o nome de Miriam, que em hebraico significa "Senhora
da Luz", passado para o latim como Maria. Maria foi oferecida ao Templo de
Jerusalém aos três anos, tendo lá permanecido até os doze anos.
Data – Dados tirados
de textos apócrifos indicam que Maria teria entre 13 e 14 anos ao ficar noiva
de José (um carpinteiro, viúvo e pai de 6 filhos: 4 homens e 2 mulheres). Como
já discutimos nesta coluna, a data mais provável para o nascimento de Jesus é o
final do ano 7 antes de nossa era (7 a.C.), ou início do ano 6 a.C. Isso nos
leva a localizar o nascimento de Maria por volta do ano 20 a.C.
Cronograma da vida – Um
cronograma aproximado da vida de Maria seria o seguinte: nasceu no ano 20 a.C..
No final do ano 7 a.C. (com 13 anos) deu à luz Jesus, na cidade de Belém. Maria
assistiu a crucificação e morte de Jesus em abril do ano 30 d.C., com 50 anos
de idade. Segundo Hipólito de Tebas (autor bizantino do século VII), a Virgem
Maria viveu onze anos após a morte de Jesus, morrendo no ano de 41 d.C. (com 61
anos de idade).
Aos doze anos – Quando Maria
completou doze anos (aprox. 9 a.C.), os sacerdotes se reuniram e deliberaram
que o Sumo Sacerdote deveria decidir o destino de Maria. Este, orando no
aposento chamado ‘santo dos santos’, indicou que fossem reunidos 12 viúvos (um
de cada tribo de Israel). Cada viúvo deveria vir ao templo com um bastão e aquele
que recebesse um sinal singular do Senhor seria o esposo de Maria.
Os viúvos – José,
atendendo o chamado do Sumo Sacerdote, se dirigiu de Belém ao templo,
entregando o seu bastão. O Sumo Sacerdote, após orar, devolveu os bastões aos
viúvos. Ao entregar o bastão a José, uma pomba passou a voar sobre sua cabeça,
indicando que José deveria ser o esposo de Maria.
Contestação – José replicou
que já era velho e tinha filhos (Judas, Josetos, Tiago, Simão Lígia e Lídia),
enquanto que Maria era uma menina; argumentando ainda que seria objeto de
zombarias por parte do povo. O sacerdote convenceu-o, dizendo que deveria
aceitar o casamento como desejo divino.
A tradição da época – Na palestina
não havia diferença entre noivado e casamento. Por isso que em Mt 1,18 nós
encontramos que Maria estava desposada de José. Desposada quer dizer noiva. O
noivado já tinha o valor de casamento; por isto, em Mt 1,19, José é chamado de
esposo. A tradição mandava que após a festa de noivado, a noiva (ou esposa)
continuava na casa de seus pais, e o noivo (esposo) ia construir a casa. Pronta
a casa, o noivo ia buscar a noiva, geralmente em procissão luminosa, da qual
participavam também outras moças do lugar (veja a parábola das dez virgens em
Mt 25, 1-13).
José e Maria – Como Maria
vivia no templo (e não na casa dos seus pais), José levou-a para sua casa e
saiu em viagem de trabalho com os dois filhos maiores. José era carpinteiro e
trabalhava na construção de casas. Maria cuidou do pequeno Tiago (filho de
José) com carinho e dedicação. Maria viveu como noiva de José perto de dois
anos.
Um certo anjo ... – Um certo dia,
no início do ano 7 a.C., Maria pegou um cântaro e foi enchê-lo de água. Mas eis
que ouviu uma voz que lhe dizia: "Deus te salve, cheia de graça, o Senhor
está contigo ...". Bem, mas este é um outro assunto ... .
Quer ler mais – Se você quer
ler a história completa de Maria, podemos lhe enviar os textos apócrifos do
Proto-evangelho de Tiago e a História de José. Solicite por E-mail.
Gostaria de receber o Proto-evangelho de Tiago.
ResponderExcluirNão conhecia o Blogg.Parabens!!
williamvalente@live.com