segunda-feira, 18 de junho de 2018

Você sabe o que é “ERUB”?



Nos Evangelhos das missas dos dois últimos domingos, o tema principal foi a discussão entre Jesus e os judeus sobre o sábado judaico.

Trigo – No dia 3/6 Jesus estava passando pelas plantações de trigo e os discípulos começaram a abrir caminho, arrancando espigas. Os fariseus disseram então a Jesus: “Olha! Por que eles fazem no dia de sábado o que não é permitido?” (Mc 2, 23-28).

Expulsando demônios – No domingo passado (10/6), Jesus voltou para a casa de Pedro (num sábado) e os escribas, vindos de Jerusalém, diziam que ele estava possuído por Beelzebu e expulsava os demônios pelo poder do chefe dos demônios (Mc 3, 20-25).

Outros episódios – Na passagem em que Jesus foi jantar na casa de Simão (o leproso), em Betânia (num sábado), também vieram fariseus de Jerusalém acusá-lo de comer com pecadores (MT 26, 1-16). Ainda existe a passagem de Jesus na casa do publicano Mateus (apóstolo), em que é acusado de comer com pecadores (Mt 9, 9-17).

Uma questão – Essas passagens levam a uma dúvida: como os judeus conseguiam andar longas distâncias no sábado, se não era permitido? As rigorosas normas judaicas permitiam que se caminhasse apenas dois mil côvados (côvado = 52,5 cm), ou seja, pouco mais de um quilômetro. Como os judeus de Jerusalém conseguiram chegar à Betânia, no sábado, se a distância era de 15 estádios (quase 3 quilômetros)?

ERUB – Os judeus, para amenizar o rigor desta norma do sábado (caminhar até um quilômetro) inventaram o Erub (ou Eruv). Se uma pessoa, por exemplo, colocava na sexta-feira (vigília do sábado) alimentos para duas refeições dentro do limite de um quilômetro, o local dos alimentos era considerado como “residência temporária”, podendo então caminhar outro quilômetro em qualquer direção.

Viagem – Portanto, usando o subterfúgio do Erub para se deslocarem nos três quilômetros entre Jerusalém e Betânia, no sábado, os judeus poderiam ter colocado um ou dois ‘Erubs’ no caminho, andando em várias etapas de até um quilômetro.

Na Lei – É interessante notar que os críticos de Jesus, de burlar a lei sabática, utilizavam um recurso para caminhar até ele que, embora legal, burlava a própria lei, uma vez que a intenção de caminhar até o Mestre para criticá-lo estava longe de ser uma caminhada por estrita necessidade ou urgência pessoal, familiar ou comunitária.

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