Muitas pessoas perguntam a razão dos Católicos pedirem ajuda
aos santos (em vez de recorrer a Cristo), como se eles pudessem nos salvar. As
razões são concretas, muito mais do que os críticos possam pensar.
Graça – É claro que só Cristo nos salva, como ensina a Bíblia.
Mas, também para a Igreja católica, não são os santos que nos concedem as
graças que pedimos a eles. Por isso dizemos: Santa Maria, mãe de Deus, rogai
por nós pecadores. Quando reza aos santos e santas, a Igreja usa sempre a
fórmula: rogai por nós. Quer dizer: pede que eles roguem por nós a Deus,
para que Ele nos conceda a graça que precisamos. Ao contrário, quando se dirige
a Cristo, a Igreja diz: Senhor, tende piedade de nós, como fez o cego do
Evangelho; porque Cristo, o Filho de Deus, recebeu do Pai o poder de dar a vida
e a salvação a toda a humanidade.
Orações – Portanto, quando rezamos a um santo, não o colocamos
no lugar de Jesus Cristo, como se ele fosse divino e tivesse o poder de nos
salvar. Pedimos só que eles orem por nós a Deus. E isso não é absolutamente
contra a Bíblia. As cartas de Paulo contêm muitas preces que faz pelos cristãos
das Igrejas que tinha fundado (Col 1, 9; 4,3). Também Tiago (5, 16), pede que
os cristãos orem uns pelos outros e cita o caso de Elias, que orou
fervorosamente e obteve um milagre de Deus. Estes exemplos mostram que é
próprio dos cristãos rezar uns pelos outros e pedi-las àqueles que estão mais
perto de Deus, pela sua vida santa. Portanto, quando desejamos alcançar uma
graça, podemos dirigir-nos diretamente ao Pai; mas também, podemos pedir a
outros que intercedam por nós com suas orações.
Santos – Mas, se recorremos à intercessão de nossos irmãos e
irmãs aqui na Terra, com muito maior razão rezamos aos santos, para que
obtenham de Deus as graças que precisamos. Durante a sua vida, eles foram
amigos de Cristo e, agora, que vivem na sua companhia, não desejam senão
ajudar-nos, rogando por nós. Assim, orando aos santos, não nos esquecemos de
Cristo; ao contrário, reconhecemos que é Dele que os santos recebem toda sua
santidade e poder.
Comunhão
– Nós,
católicos, cremos na "comunhão dos santos", como dizemos no
"Credo". A palavra "santos" significa aqui todos os que
acreditam em Jesus Cristo e são santificados pelo Espírito Santo que receberam
no Batismo. A comunhão dos santos é a própria Igreja, família de Deus, formada
por todos os fiéis de Cristo. Por meio da oração podemos comunicar-nos também
com os que morreram em paz com Deus. Por um lado, podemos ajudar os que ainda
não estão completamente purificados de seus pecados, a alcançar a alegria
eterna. Nossa prece, unida à prece de Jesus, especialmente o oferecimento da
Missa, é escutada por Deus e apressa a sua purificação. Por outro, podemos
também pedir a ajuda dos santos que já gozam da presença de Deus e estão
prontos a interceder por nós. Eles escutam a nossa oração e obtêm do Pai comum,
por meio do único mediador Jesus Cristo, as graças que pedimos.
Confiança
e entrega – Trata-se,
portanto, de uma unidade espiritual, na base da fé, da esperança e do amor e
não de uma tentativa vã de conhecer o futuro ou saber a sorte de entes queridos.
A Igreja condena as tentativas de “comunicar-se” com os espíritos dos mortos.
Não é através de vozes do além nem de predições sobre o
futuro, mas da entrega cheia de esperança nas mãos de Deus que encontraremos a
verdadeira paz. Na medida em que estamos unidos com Deus no mesmo Espírito de
Jesus, os cristãos podem unir-se à Igreja Triunfante, desejando e fazendo o bem
uns aos outros pela bondade e poder do próprio Deus.
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