Nesta sexta-feira (25 de março) comemoramos a festa de São Dimas. Dimas, o bom ladrão, como é chamado, também morreu pregado em uma cruz, ao lado de Jesus. Eram então três condenados: Jesus e os dois ladrões.
Quem
era – Pouco sabemos sobre a vida real ou
lendária de São Dimas. Conta-se que era filho de casal piedoso, mas perdeu a
mãe quando era pequeno e foi criado pelo pai com muito carinho, temor a Deus e
acreditando que tinha um espírito que continuaria vivendo após a morte deste
corpo. Acreditava que essa vida espiritual dependia dos bálsamos, mortalha,
sepultura digna, tudo o que fosse dispensado aos corpos após a morte, pois todo
corpo abandonado e insepulto teria seu espírito vagando sem nunca conseguir o
repouso eterno.
Vingança
– Dimas estava com 18 anos quando seu
pai morreu e surgiu um cobrador confiscando todos os seus bens. Não deixou nem o suficiente para o
sepultamento, ficando o corpo insepulto durante seis dias, sendo depois atirado
numa vala comum, destinada aos leprosos, que eram os proscritos da sociedade. Dimas,
arrasado, jurou vingar-se.
Ladrão
– Precisou implorar uma arma a um
vendedor, prometendo que voltaria algum dia para pagá-lo. Após matar o cobrador
do pai, tornando-se um fora da lei, passou a roubar viajantes e caravanas.
Conseguindo dinheiro, pagou o punhal comprado, mas, agora, era um assassino e
ladrão, assim, passou a viver nas montanhas e chefiou bandidos dos Montes da
Samaria.
José
e Maria – Diz a lenda que, apesar de bandido,
acolhia e ajudava os pobres viajantes e certa vez deu pernoite a viajantes que
fugiam para o Egito: José, Maria e o Menino Jesus, abrigando-os de uma
tempestade.
Jesus
– Os anos foram passando, Dimas
escutou algumas pregações e milagres de Jesus e resolveu abandonar a vida de
criminoso. Enquanto Dimas estava foragido, Barrabás, um assassino feroz que
estava preso, em troca de melhor comida na prisão, delatou Dimas, que foi preso
e condenado à crucificação.
No
Paraíso – Na Bíblia, encontramos Jesus
crucificado entre dois ladrões. Enquanto um blasfema, o outro fala a Jesus:
”Senhor, lembra-te de mim quando estiveres no Teu reino” (Lc 23,40). Jesus,
além do perdão, promete-lhe a vida eterna: “Em verdade te digo que hoje estarás
comigo no Paraíso” (Lc 23,43). A Tradição afirma que o agraciado com a promessa
do paraíso, ainda naquele mesmo dia, é Dimas.
Da cruz ao paraíso – Jesus quer realizar o seu reino numa sociedade de
irmãos e filhos de Deus. Até o momento de sua morte, vemos o que foi a
constante de Sua vida: a preferência pelos pecadores, marginalizados e pobres.
Por isso mesmo, até no último momento, oferece o Paraíso ao Bom Ladrão que se
arrependeu e acreditou nele. Da humilhação e fraqueza suprema da cruz, Cristo
Jesus aparece como rei vencedor do pecado e da morte.
Ressurreição – A promessa que faz a Dimas revela esta vitória e é
a garantia de nossa esperança cristã. A partir da morte e ressurreição de
Jesus, que é também a sua glorificação, estão abertas as portas do Paraíso, que
Adão nos tinha fechado. Fica inaugurado o reino da Ressurreição dos mortos.
Jesus quer reinar a partir da cruz e não a partir do poder, e quer realizar seu
reino numa sociedade de irmãos entre si e de filhos de Deus.
Dimas em Bauru – Em nossa cidade existe uma paróquia que tem Dimas
como padroeiro. É a Paróquia de São Judas Tadeu e São Dimas, localizada nos
altos da cidade.