A parábola do “Bom Samaritano” talvez seja a mais conhecida de todas as parábolas de Jesus. Mas quem são os samaritanos e qual a razão de Jesus ter se utilizado de uma pessoa desse povo em sua parábola?
Origens – Desde o ano
de 931 a.C., a Judéia e a Samaria eram estados separados, com freqüentes
guerras, embora habitados pelo mesmo povo hebreu. Historicamente, a divisão
começou quando, em
Judeus – A relação
entre as duas comunidades deteriorou-se ainda mais com a volta dos judeus (para
a Judéia) do Exílio da Babilônia (em
Desprezo recíproco – Na época de
Jesus, existia uma animosidade muito viva entre samaritanos e judeus. Os judeus
desprezavam os samaritanos por serem uma mistura de sangue israelita com
estrangeiros e consideravam-nos hereges em relação à pureza da fé judaica. Para
o judeu, não havia samaritano bom. Se um samaritano tocasse no corpo de um
judeu, mesmo casualmente ou de maneira rápida, o judeu se considerava impuro.
Ao chegar em casa, passaria por um ritual de purificação. A sombra de um
samaritano seria o suficiente para estragar uma comida, tornando-a impura aos
olhos de um judeu.
Situação da parábola – Jesus é
questionado por um especialista em leis com a pergunta: “Quem é o meu próximo?”.
Ele não faz uma discussão teórica e estéril sobre quem seja o próximo, mas conta
a parábola do “Bom Samaritano”. Vejamos.
Parábola – Depois de um
assalto, passou pela vítima um sacerdote que “viu o homem e passou adiante pelo
outro lado”. A mesma coisa aconteceu com um levita. Quando passou um samaritano
e viu o sofrimento alheio, ele não pensou em discussões teológicas sobre pureza
e parte para uma ajuda prática, com misericórdia. Terminando a história, Jesus
devolve a pergunta ao especialista em leis – mas, faz uma mudança fundamental: não
faz a pergunta teórica “quem é o meu próximo”, e sim uma pergunta prática “quem
se fez próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?” A primeira pergunta
só levaria a uma discussão vazia; a de Jesus leva a uma mudança de prática
vivencia.
Misericórdia – Forçado a reconhecer que quem se fez próximo do sofredor
era o samaritano, o legista ouviu da boca de Jesus a conclusão: “Vá e faça a
mesma coisa”. Com esta parábola, Jesus quer ensinar que nada, nem o culto, têm
prioridade sobre a ajuda a uma pessoa necessitada. A religião de Jesus não é
teoria: é prática de misericórdia, pois Deus é misericordioso. O legista já
sabia a orientação da Escritura, mas, tentava escapar das suas conseqüências,
criando discussões inúteis. Nós também sabemos o que diz a Bíblia: não tentemos,
pois, esvaziá-la com debates estéreis sobre quem é “o pobre”, “o aflito”, “o
próximo”, “o bom”. Façamos o que Jesus ensina nesta parábola “e viveremos”.
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