Coluna "Ser Católico" – Jornal da Cidade – Bauru – 15/09/2001
O que é – A palavra Ágrafos vem do grego (ágraphos) e significa "o que não está escrito". Em termos bíblicos, são chamadas de ágrafos as palavras ou frases proferidas por Jesus Cristo que não se encontram nos Evangelhos Canônicos, mas que foram conservadas em outros livros do Novo Testamento e sobretudo em outras fontes.
Em Atos dos Apóstolos – Em At 20,35 nós lemos: " ... e Jesus disse: ‘Há mais felicidade em dar do que em receber’". Estas palavras de Jesus não se encontram nos evangelhos, pois foram conservadas pela tradição.
Tertuliano – Foi o primeiro escritor cristão importante a escrever em latim, vivendo entre 163 e 230 d.C.. Tertuliano citou a seguinte frase dita por Jesus: "Aquele que não for tentado não terá o Reino dos Céus." Não encontramos esta frase (ou algo parecido com ela) em nenhum livro do Novo Testamento.
Orígenes – Orígenes de Alexandria, viveu entre 185 e 254, foi o principal teólogo da Igreja Grega e criador da teologia sistemática. Orígenes preservou o seguinte dito de Jesus: "Pedi as coisas maiores, que as menores vos serão dadas por acréscimo: e pedi as coisas do Céu, que as da Terra vos serão acrescentadas."
Clemente – Uma carta atribuída a Clemente Romano (não confundir com Clemente de Alexandria) diz que "quando o Senhor foi interrogado sobre quando viria o Seu Reino, respondeu: ‘Quando dois forem um, e a parte de fora a de dentro, e o macho com a fêmea não forem macho nem fêmea.’"
O Evangelho de Tomé – O evangelho apócrifo atribuído a Tomé contém uma coleção de 114 frases de Jesus, das quais 47 também aparecem no Evangelho de Marcos, 17 estão em Mateus, 4 em Lucas e 5 aparecem em no Evangelho de João. 65 frases do Evangelho de Tomé são inéditas (ágrafos).
Mais Tomé – Uma das frases atribuídas a Jesus, contida no Evangelho de Tomé é: "Todo aquele que estiver próximo a mim, está perto do fogo, e todo aquele que estiver afastado de mim, estará longe do Reino." (Ev. Tomé, 82).
Ainda Tomé – Outro exemplo tirado do Evangelho de Tomé, é uma seqüência da parábola do fermento (Mt 13,33 e Lc 13,20). Jesus disse: "O Reino do Pai é como uma mulher que carrega um jarro cheio de trigo. Enquanto caminha por uma estrada distante, a asa do jarro se quebra. A farinha se espalha na estrada, às suas costas. Ela não se dá conta e não se apercebe do acidente. Depois de chegar à casa, coloca o jarro no chão e o encontra vazio." Em outras palavras, podemos perder o Reino dos Céus se formos negligentes.
Evangelho de Pedro – O Evangelho de Pedro é um texto apócrifo (não reconhecido pela Igreja), porém de grande importância na Igreja primitiva. Descreve, em detalhes o julgamento, crucificação, morte e ressurreição de Jesus (falaremos sobre o Evang. de Pedro em breve). Neste evangelho, a frase de Jesus citada em Mc 15,34 e Mt 27,46 aparece de forma diferente: "E o Senhor gritou dizendo: ‘Meu poder, meu poder, tu me abandonaste.’"
sábado, 15 de setembro de 2001
sábado, 8 de setembro de 2001
A Interpretação do Depósito da Fé e o Magistério da Igreja
Coluna "Ser Católico" – Jornal da Cidade – Bauru – 08/09/2001
Na semana passada falamos sobre a Tradição que vem dos apóstolos e transmite o que eles receberam do ensinamento e do exemplo de Jesus e o que receberam através do Espírito Santo. Recordemos que a primeira geração de cristãos ainda não dispunha de um Novo Testamento escrito e o próprio Novo Testamento atesta o processo da Tradição viva, já que foi escrito vários anos após a morte de Cristo.
O Patrimônio da fé – O patrimônio da fé ("depositum fidei") contido na Sagrada Tradição e na Sagrada Escritura foi confiado pelos apóstolos à totalidade da Igreja, ou seja, a todo o povo santo, que "unido a seus Pastores, persevera (...) na doutrina dos apóstolos e na comunhão, na fração do pão e nas orações, de sorte que na conservação, no exercício e na profissão da fé transmitida, se crie uma singular unidade de espírito entre os bispos e os fiéis" (CIC, 84).
Interpretação – O ofício de interpretar autenticamente a palavra de Deus, escrita ou transmitida, foi confiado unicamente ao Magistério vivo da Igreja, isto é, aos bispos em comunhão com o Papa, cuja autoridade se exerce em nome de Jesus Cristo. Ou seja, a interpretação da Bíblia não pode ser livre, porque foi confiada aos apóstolos e aos seus sucessores: "Quem vos ouve, a mim ouve" (Lc 10, 16). "Ide e ensinai a todas as gentes... Eis que estou convosco todos os dias até o fim do mundo" (Mt 28, 16-20; Mc 16, 14-16). "Nenhuma profecia da Escritura é de interpretação pessoal" (2Pd, 1,20). Veja também: 2Pd 3, 15-16; Eclo 3, 24; Mt 12, 23.29; At 8, 30-35; 2Cor 10, 4-5; 1Tm 3, 14-15.
Magistério da Igreja, o que é? – Jesus confiou à sua Igreja a função de ensinar as verdades da fé, e para que o fizesse autenticamente, prometeu-lhe a Sua assistência infalível, assim como a do Espírito Santo. Sem a garantia de um Magistério dotado de especial assistência e de infalibilidade em matéria de fé e de Moral, teria sido inútil a Revelação Divina, pois sofreria a deterioração que é costumeira quando se passa de boca em boa alguma verdade. Está claro, pois, que o âmbito do Magistério da Igreja só pode ser o da fé e da Moral, ficando excluídos assuntos de ordem profana. Ele também não está acima da Palavra de Deus mas a serviço dela, ensinando apenas o que foi transmitido pela Palavra e pela assistência do Espírito Santo.
O exercício do Magistério – Empenhando a autoridade que recebeu de Cristo, o Magistério da Igreja vem cumprindo a sua missão mediante seus órgãos credenciados, que são:
1. O Magistério Ordinário, ou seja, o ensinamento dos Bispos do mundo inteiro, concordes entre si sobre artigos de fé e de Moral. Este Magistério ordinário manifesta-se cotidianamente através de palavras orais, impressos, gestos e feitos, como também através da Liturgia.
2. O Magistério Extraordinário, que tem duas expressões autênticas: as definições de Concílios Ecumênicos (plenário, universal) e as definições do Sumo Pontífice quando fala ex cathedra. O Magistério Extraordinário supõe sempre condições especiais (dúvidas, controvérsias, contestação...), que solicitem um pronunciamento solene seja de um Concílio plenário, seja do Pontífice Romano. Não é necessária uma definição solene para que haja um dogma de fé.
"O Magistério da Igreja empenha plenamente a autoridade que recebeu de Cristo quando define dogmas, isto é, quando utilizando uma forma que obriga o povo cristão a uma adesão irrevogável de fé, propõe verdades contidas na Revelação divina ou verdades que com estas têm uma conexão necessária" (CIC, 88).
O senso sobrenatural da fé – "Todos os fiéis participam da compreensão e da transmissão da verdade revelada. Receberam a unção do Espírito Santo que os instrui e os conduz à verdade na sua totalidade. (...) ‘Por este senso da fé, excitado e sustentado pelo Espírito da verdade, o Povo de Deus – sob a direção do sagrado Magistério, (...) – adere (...) à fé uma vez para sempre transmitida aos santos; e, com reto juízo, penetra-a mais profundamente e mais plenamente a aplica na vida’" (CIC, 91, 93).
Graças à assistência do Espírito Santo, podemos crescer na compreensão da fé através da "pesquisa teológica que aprofunda o conhecimento da verdade revelada; pela íntima compreensão que os fiéis desfrutam das coisas espirituais; (...) pela pregação daqueles que, com a sucessão episcopal, receberam o carisma seguro da verdade" (CIC, 94).
Podemos concluir, portanto, que a Sagrada Tradição, a Sagrada Escritura e o Magistério da Igreja estão entrelaçados e unidos e, cada qual a seu modo, sob a ação do mesmo Espírito Santo, contribui para a salvação das almas.
Na semana passada falamos sobre a Tradição que vem dos apóstolos e transmite o que eles receberam do ensinamento e do exemplo de Jesus e o que receberam através do Espírito Santo. Recordemos que a primeira geração de cristãos ainda não dispunha de um Novo Testamento escrito e o próprio Novo Testamento atesta o processo da Tradição viva, já que foi escrito vários anos após a morte de Cristo.
O Patrimônio da fé – O patrimônio da fé ("depositum fidei") contido na Sagrada Tradição e na Sagrada Escritura foi confiado pelos apóstolos à totalidade da Igreja, ou seja, a todo o povo santo, que "unido a seus Pastores, persevera (...) na doutrina dos apóstolos e na comunhão, na fração do pão e nas orações, de sorte que na conservação, no exercício e na profissão da fé transmitida, se crie uma singular unidade de espírito entre os bispos e os fiéis" (CIC, 84).
Interpretação – O ofício de interpretar autenticamente a palavra de Deus, escrita ou transmitida, foi confiado unicamente ao Magistério vivo da Igreja, isto é, aos bispos em comunhão com o Papa, cuja autoridade se exerce em nome de Jesus Cristo. Ou seja, a interpretação da Bíblia não pode ser livre, porque foi confiada aos apóstolos e aos seus sucessores: "Quem vos ouve, a mim ouve" (Lc 10, 16). "Ide e ensinai a todas as gentes... Eis que estou convosco todos os dias até o fim do mundo" (Mt 28, 16-20; Mc 16, 14-16). "Nenhuma profecia da Escritura é de interpretação pessoal" (2Pd, 1,20). Veja também: 2Pd 3, 15-16; Eclo 3, 24; Mt 12, 23.29; At 8, 30-35; 2Cor 10, 4-5; 1Tm 3, 14-15.
Magistério da Igreja, o que é? – Jesus confiou à sua Igreja a função de ensinar as verdades da fé, e para que o fizesse autenticamente, prometeu-lhe a Sua assistência infalível, assim como a do Espírito Santo. Sem a garantia de um Magistério dotado de especial assistência e de infalibilidade em matéria de fé e de Moral, teria sido inútil a Revelação Divina, pois sofreria a deterioração que é costumeira quando se passa de boca em boa alguma verdade. Está claro, pois, que o âmbito do Magistério da Igreja só pode ser o da fé e da Moral, ficando excluídos assuntos de ordem profana. Ele também não está acima da Palavra de Deus mas a serviço dela, ensinando apenas o que foi transmitido pela Palavra e pela assistência do Espírito Santo.
O exercício do Magistério – Empenhando a autoridade que recebeu de Cristo, o Magistério da Igreja vem cumprindo a sua missão mediante seus órgãos credenciados, que são:
1. O Magistério Ordinário, ou seja, o ensinamento dos Bispos do mundo inteiro, concordes entre si sobre artigos de fé e de Moral. Este Magistério ordinário manifesta-se cotidianamente através de palavras orais, impressos, gestos e feitos, como também através da Liturgia.
2. O Magistério Extraordinário, que tem duas expressões autênticas: as definições de Concílios Ecumênicos (plenário, universal) e as definições do Sumo Pontífice quando fala ex cathedra. O Magistério Extraordinário supõe sempre condições especiais (dúvidas, controvérsias, contestação...), que solicitem um pronunciamento solene seja de um Concílio plenário, seja do Pontífice Romano. Não é necessária uma definição solene para que haja um dogma de fé.
"O Magistério da Igreja empenha plenamente a autoridade que recebeu de Cristo quando define dogmas, isto é, quando utilizando uma forma que obriga o povo cristão a uma adesão irrevogável de fé, propõe verdades contidas na Revelação divina ou verdades que com estas têm uma conexão necessária" (CIC, 88).
O senso sobrenatural da fé – "Todos os fiéis participam da compreensão e da transmissão da verdade revelada. Receberam a unção do Espírito Santo que os instrui e os conduz à verdade na sua totalidade. (...) ‘Por este senso da fé, excitado e sustentado pelo Espírito da verdade, o Povo de Deus – sob a direção do sagrado Magistério, (...) – adere (...) à fé uma vez para sempre transmitida aos santos; e, com reto juízo, penetra-a mais profundamente e mais plenamente a aplica na vida’" (CIC, 91, 93).
Graças à assistência do Espírito Santo, podemos crescer na compreensão da fé através da "pesquisa teológica que aprofunda o conhecimento da verdade revelada; pela íntima compreensão que os fiéis desfrutam das coisas espirituais; (...) pela pregação daqueles que, com a sucessão episcopal, receberam o carisma seguro da verdade" (CIC, 94).
Podemos concluir, portanto, que a Sagrada Tradição, a Sagrada Escritura e o Magistério da Igreja estão entrelaçados e unidos e, cada qual a seu modo, sob a ação do mesmo Espírito Santo, contribui para a salvação das almas.
sábado, 1 de setembro de 2001
A Igreja Católica e a transmissão da revelação divina
Coluna "Ser Católico" – Jornal da Cidade – Bauru – 01/09/2001
"A igreja, que é ‘a coluna e o sustentáculo da verdade’ (1Tm 3, 15), guarda fielmente ‘a fé uma vez por todas confiadas aos santos’ (Jd 3)". (Catecismo da Igreja Católica -CIC, 171)
É a Igreja quem conserva a memória das Palavras de Cristo, transmitindo de uma geração à outra a confissão de fé dos apóstolos. É ela que, como uma mãe, ensina-nos a linguagem da fé para que possamos nos iniciar na compreensão e na vida da fé, auxiliando-nos assim a compreender, viver e comunicar aquilo que Jesus ensinou.
Após a ordem de Jesus de que os apóstolos anunciassem o Evangelho, a pregação apostólica se deu duas maneiras:
- oralmente: pelos apóstolos, que ensinando através da pregação oral, por exemplos e instituições, transmitiram todas as coisas que receberam através das palavras, das obras e do convívio com Jesus ou que aprenderam das sugestões do Espírito Santo;
- por escrito: através daqueles apóstolos e discípulos que, sob inspiração do mesmo Espírito Santo, puseram por escrito a mensagem da salvação.
A pregação apostólica, expressa de modo especial nos livros inspirados, continuou sendo realizada através da sucessão apostólica: "Para que o Evangelho sempre se conservasse inalterado e vivo na Igreja, os apóstolos deixaram como sucessores os bispos, a eles ‘transmitindo o seu próprio encargo de Magistério’" (CIC, 77).
A essa transmissão viva, realizada no Espírito Santo, chamamos de Tradição; que, embora distinta da Sagrada Escritura, é intimamente ligada a ela.
É através da Tradição que a Igreja "em sua doutrina, vida e culto, perpetua e transmite a todas as gerações tudo o que ela é, tudo o que crê. O ensinamento dos Santos Padres testemunha a presença vivificante desta Tradição, cujas riquezas se transfundem na praxe e na vida da Igreja crente e orante" (CIC, 78).
Dessa forma, aquilo que Deus comunicou de si mesmo através de seu Filho Jesus, no Espírito Santo permanece presente e atuante na Igreja. Deus mantém um diálogo permanente com a Igreja, "a esposa de seu dileto Filho", e o Espírito Santo, cuja voz se faz ouvir na Igreja, através dela, no mundo, leva a todos os que crêem à verdade e neles faz habitar com generosidade a palavra de Cristo.
A relação entre a Tradição e a Sagrada Escritura
A Bíblia é a Palavra de Deus escrita, redigida sob a moção do Espírito Santo, que chegou até nós pela Igreja.
A Tradição é a Palavra de Deus não escrita, mas transmitida de viva voz pelos apóstolos e conservada pela Igreja em seus ensinamentos, na liturgia e na disciplina.
Ou seja, ambas estão intimamente unidas e comunicantes, pois procedem da mesma fonte divina. De certa maneira, Tradição e Sagrada Escritura formam um só todo e tendem para o mesmo fim, pois tanto uma como a outra tornam presente e fecundo na Igreja o mistério de Cristo, que prometeu permanecer conosco "todos os dias, até a consumação dos séculos" (Mt 28, 20).
Afirma o Catecismo (82): "Daí resulta que a Igreja, à qual estão confiadas a transmissão e a interpretação da Revelação, ‘não deriva a sua certeza a respeito de tudo o que foi revelado somente da Sagrada Escritura. Por isso, ambas devem ser aceitas e veneradas com igual sentimento de piedade e reverência’".
Conclusão
O ensinamento de Jesus não está apenas na Bíblia, mas também na Tradição, pois:
1. Jesus não mandou que os apóstolos escrevessem a Bíblia, só mandou que pregassem e ensinassem a sua Palavra (Mc, 16, 15; Lc 10, 16);
2. todos os apóstolos foram enviados, mas só alguns escreveram e apenas no fim de sua vida;
3. se fosse fundamental o ensino da Bíblia escrita, todos os apóstolos primeiro teriam escrito a Bíblia e depois a teriam pregado, mas ao contrário, eles foram enviados e pregaram a Palavra de Deus de viva voz (Tradição) e a maioria não escreveu nada, só pregou, morrendo mártires por isso;
4. alguns trechos da Bíblia demonstram claramente que a Tradição tem o mesmo valor da Bíblia. Veja 2Tm 1, 13; 2Ts 2, 15; 2Ts 3, 6; 2Tm 2, 1-2;
5. a Bíblia contém os ensinamentos de Jesus, mas não todos: "Há ainda muitas coisas feitas por Jesus, às quais, se se escrevessem uma por uma, creio que este mundo não poderia conter os livros que se deveriam escrever" (Jo 21, 15).
"A igreja, que é ‘a coluna e o sustentáculo da verdade’ (1Tm 3, 15), guarda fielmente ‘a fé uma vez por todas confiadas aos santos’ (Jd 3)". (Catecismo da Igreja Católica -CIC, 171)
É a Igreja quem conserva a memória das Palavras de Cristo, transmitindo de uma geração à outra a confissão de fé dos apóstolos. É ela que, como uma mãe, ensina-nos a linguagem da fé para que possamos nos iniciar na compreensão e na vida da fé, auxiliando-nos assim a compreender, viver e comunicar aquilo que Jesus ensinou.
Após a ordem de Jesus de que os apóstolos anunciassem o Evangelho, a pregação apostólica se deu duas maneiras:
- oralmente: pelos apóstolos, que ensinando através da pregação oral, por exemplos e instituições, transmitiram todas as coisas que receberam através das palavras, das obras e do convívio com Jesus ou que aprenderam das sugestões do Espírito Santo;
- por escrito: através daqueles apóstolos e discípulos que, sob inspiração do mesmo Espírito Santo, puseram por escrito a mensagem da salvação.
A pregação apostólica, expressa de modo especial nos livros inspirados, continuou sendo realizada através da sucessão apostólica: "Para que o Evangelho sempre se conservasse inalterado e vivo na Igreja, os apóstolos deixaram como sucessores os bispos, a eles ‘transmitindo o seu próprio encargo de Magistério’" (CIC, 77).
A essa transmissão viva, realizada no Espírito Santo, chamamos de Tradição; que, embora distinta da Sagrada Escritura, é intimamente ligada a ela.
É através da Tradição que a Igreja "em sua doutrina, vida e culto, perpetua e transmite a todas as gerações tudo o que ela é, tudo o que crê. O ensinamento dos Santos Padres testemunha a presença vivificante desta Tradição, cujas riquezas se transfundem na praxe e na vida da Igreja crente e orante" (CIC, 78).
Dessa forma, aquilo que Deus comunicou de si mesmo através de seu Filho Jesus, no Espírito Santo permanece presente e atuante na Igreja. Deus mantém um diálogo permanente com a Igreja, "a esposa de seu dileto Filho", e o Espírito Santo, cuja voz se faz ouvir na Igreja, através dela, no mundo, leva a todos os que crêem à verdade e neles faz habitar com generosidade a palavra de Cristo.
A relação entre a Tradição e a Sagrada Escritura
A Bíblia é a Palavra de Deus escrita, redigida sob a moção do Espírito Santo, que chegou até nós pela Igreja.
A Tradição é a Palavra de Deus não escrita, mas transmitida de viva voz pelos apóstolos e conservada pela Igreja em seus ensinamentos, na liturgia e na disciplina.
Ou seja, ambas estão intimamente unidas e comunicantes, pois procedem da mesma fonte divina. De certa maneira, Tradição e Sagrada Escritura formam um só todo e tendem para o mesmo fim, pois tanto uma como a outra tornam presente e fecundo na Igreja o mistério de Cristo, que prometeu permanecer conosco "todos os dias, até a consumação dos séculos" (Mt 28, 20).
Afirma o Catecismo (82): "Daí resulta que a Igreja, à qual estão confiadas a transmissão e a interpretação da Revelação, ‘não deriva a sua certeza a respeito de tudo o que foi revelado somente da Sagrada Escritura. Por isso, ambas devem ser aceitas e veneradas com igual sentimento de piedade e reverência’".
Conclusão
O ensinamento de Jesus não está apenas na Bíblia, mas também na Tradição, pois:
1. Jesus não mandou que os apóstolos escrevessem a Bíblia, só mandou que pregassem e ensinassem a sua Palavra (Mc, 16, 15; Lc 10, 16);
2. todos os apóstolos foram enviados, mas só alguns escreveram e apenas no fim de sua vida;
3. se fosse fundamental o ensino da Bíblia escrita, todos os apóstolos primeiro teriam escrito a Bíblia e depois a teriam pregado, mas ao contrário, eles foram enviados e pregaram a Palavra de Deus de viva voz (Tradição) e a maioria não escreveu nada, só pregou, morrendo mártires por isso;
4. alguns trechos da Bíblia demonstram claramente que a Tradição tem o mesmo valor da Bíblia. Veja 2Tm 1, 13; 2Ts 2, 15; 2Ts 3, 6; 2Tm 2, 1-2;
5. a Bíblia contém os ensinamentos de Jesus, mas não todos: "Há ainda muitas coisas feitas por Jesus, às quais, se se escrevessem uma por uma, creio que este mundo não poderia conter os livros que se deveriam escrever" (Jo 21, 15).
sábado, 25 de agosto de 2001
A Igreja de Jesus é una, santa, católica, apostólica e romana
Coluna "Ser Católico" – Jornal da Cidade – Bauru – 25/08/2001
Una – Assim como há um só Deus, um só Redentor, um só Batismo, uma só deve ser a Igreja; como Jesus pregou uma só doutrina e fundou uma só Igreja, esta deve ser una até o fim do mundo.
Jesus ensinou aos apóstolos uma só doutrina (Mt 12, 30; Ef 4, 3-6) e rezou ao Pai para que os apóstolos e futuros membros da sua Igreja fossem sempre unidos. Veja a belíssima oração de Jesus em todo o capítulo 17 do Evangelho de João.
Os apóstolos nunca admitiram doutrinas diferentes, que dividissem e usavam de uma severidade impressionante quando tal ocorria. "Se alguém vos anunciar um evangelho diferente, seja execrado" (Gl 1, 7-9). Veja também Rm 16, 17.
Os apóstolos zelavam com esmero pela unidade de culto: "Porque há um só pão, um só corpo somos nós, embora muitos, visto participarmos todos do único pão" (1Cor 10, 17). Veja também At 4, 32; Ef 4,3. Também não se descuidavam da unidade de governo - "Irmãos, conjuro-vos que sejais sempre perfeitamente unidos num só sentimento e num mesmo pensar" (1Cor, 1, 10). Sobre isso, ensinou Jesus: "Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil. Estas tenho de reunir, e elas ouvirão a minha voz. E então haverá um só rebanho e um só pastor" (Jo 10, 16; Mt 16, 15-16).
Santa – A Igreja é santa no seu Fundador (Jesus Cristo), é santa no seu fim (é a continuação de Cristo na história e a sua finalidade é a glória de Deus e a santificação do homem), nos seus meios (todos os sacramentos são meios que nos comunicam a graça), na sua doutrina (a doutrina de Jesus é santa e divina e a sua doutrina é a da Igreja) e nos seus membros, pois todos somos chamados à santidade.
Católica – A palavra católica vem do grego e significa universal. O primeiro a usar esta palavra para indicar a Igreja de Jesus foi S. Inácio de Antioquia, quando escreveu: "Onde está Cristo, aí está a Igreja Católica". A Igreja de Jesus é Católica porque foi fundada para salvar todos os homens (universalidade da salvação), sem distinção de raça, cor ou condição, e porque está difundida por toda a terra. "Ide, ensinai todos os povos" (Mt 28,19).
Apostólica – A Igreja de Jesus é apostólica porque é governada pelos legítimos sucessores dos apóstolos: os bispos e o Papa. A Igreja que não tem origem nos apóstolos não é a Igreja de Cristo. (veja as palavras de Paulo em Ef 2, 19-20). A Igreja Universal é apostólica porque os bispos, sucessores dos apóstolos, continuam governando a Igreja de Cristo com o mesmo vigor e a mesma autoridade.
Romana – "A romanicidade da Igreja não é característica essencial da Igreja de Cristo, mas puramente histórica. Pedro, o primeiro Papa, morreu em Roma no ano 67 da era cristã. Os seus sucessores no governo da Igreja universal continuaram morando em Roma e daí continuaram governando a Igreja. Até hoje o Papa mora em Roma. E como na época Roma era a capital do imenso Império Romano, que abrangia todo o mundo então conhecido, assim também até hoje Roma continua sendo a capital espiritual do mundo, pois o Vigário de Cristo aí mora". (Battistini, Fr. A Igreja do Deus Vivo. Magé, 1987).
Una – Assim como há um só Deus, um só Redentor, um só Batismo, uma só deve ser a Igreja; como Jesus pregou uma só doutrina e fundou uma só Igreja, esta deve ser una até o fim do mundo.
Jesus ensinou aos apóstolos uma só doutrina (Mt 12, 30; Ef 4, 3-6) e rezou ao Pai para que os apóstolos e futuros membros da sua Igreja fossem sempre unidos. Veja a belíssima oração de Jesus em todo o capítulo 17 do Evangelho de João.
Os apóstolos nunca admitiram doutrinas diferentes, que dividissem e usavam de uma severidade impressionante quando tal ocorria. "Se alguém vos anunciar um evangelho diferente, seja execrado" (Gl 1, 7-9). Veja também Rm 16, 17.
Os apóstolos zelavam com esmero pela unidade de culto: "Porque há um só pão, um só corpo somos nós, embora muitos, visto participarmos todos do único pão" (1Cor 10, 17). Veja também At 4, 32; Ef 4,3. Também não se descuidavam da unidade de governo - "Irmãos, conjuro-vos que sejais sempre perfeitamente unidos num só sentimento e num mesmo pensar" (1Cor, 1, 10). Sobre isso, ensinou Jesus: "Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil. Estas tenho de reunir, e elas ouvirão a minha voz. E então haverá um só rebanho e um só pastor" (Jo 10, 16; Mt 16, 15-16).
Santa – A Igreja é santa no seu Fundador (Jesus Cristo), é santa no seu fim (é a continuação de Cristo na história e a sua finalidade é a glória de Deus e a santificação do homem), nos seus meios (todos os sacramentos são meios que nos comunicam a graça), na sua doutrina (a doutrina de Jesus é santa e divina e a sua doutrina é a da Igreja) e nos seus membros, pois todos somos chamados à santidade.
Católica – A palavra católica vem do grego e significa universal. O primeiro a usar esta palavra para indicar a Igreja de Jesus foi S. Inácio de Antioquia, quando escreveu: "Onde está Cristo, aí está a Igreja Católica". A Igreja de Jesus é Católica porque foi fundada para salvar todos os homens (universalidade da salvação), sem distinção de raça, cor ou condição, e porque está difundida por toda a terra. "Ide, ensinai todos os povos" (Mt 28,19).
Apostólica – A Igreja de Jesus é apostólica porque é governada pelos legítimos sucessores dos apóstolos: os bispos e o Papa. A Igreja que não tem origem nos apóstolos não é a Igreja de Cristo. (veja as palavras de Paulo em Ef 2, 19-20). A Igreja Universal é apostólica porque os bispos, sucessores dos apóstolos, continuam governando a Igreja de Cristo com o mesmo vigor e a mesma autoridade.
Romana – "A romanicidade da Igreja não é característica essencial da Igreja de Cristo, mas puramente histórica. Pedro, o primeiro Papa, morreu em Roma no ano 67 da era cristã. Os seus sucessores no governo da Igreja universal continuaram morando em Roma e daí continuaram governando a Igreja. Até hoje o Papa mora em Roma. E como na época Roma era a capital do imenso Império Romano, que abrangia todo o mundo então conhecido, assim também até hoje Roma continua sendo a capital espiritual do mundo, pois o Vigário de Cristo aí mora". (Battistini, Fr. A Igreja do Deus Vivo. Magé, 1987).
sábado, 18 de agosto de 2001
Santa Maria, Mãe de Deus, Mãe da Igreja
Coluna "Ser Católico" – Jornal da Cidade – Bauru – 18/08/2001
Santa Maria – A Virgem Maria realizou da maneira mais perfeita a obediência da fé. Na fé, Maria acolheu o anúncio e a promessa trazida pelo anjo Gabriel acreditando que "nada é impossível a Deus" (Lc 1,37), e dando o seu assentimento: "Eu sou a serva do Senhor; faça-se de mim segundo a tua palavra" (Lc 1,38).
Maria Santa – Durante toda a sua vida, e até a sua última provação, quando Jesus, seu filho, morreu na cruz, sua fé não vacilou. Maria não cessou de crer "no cumprimento" da Palavra de Deus. Por isso a Igreja venera em Maria a realização mais pura da fé.
Mãe de Deus – O Concílio de Trento (ano de 431) proclamou Maria como Mãe de Deus, por ter concebido em seu seio o Filho de Deus: "Mãe de Deus, não porque o Verbo de Deus tirou dela a sua natureza divina, mas porque é dela que ele tem o corpo sagrado dotado de uma alma racional, unido ao qual, na sua pessoa, se diz que o Verbo nasceu segundo a carne".
Maria unida a Cristo e à Igreja – O papel de Maria para com a Igreja é inseparável de sua união com Cristo. "Esta união de Maria com seu Filho na obra da salvação manifesta-se desde a hora de sua concepção virginal até a sua morte". E com ânimo materno se associou ao seu sacrifício, consentindo com amor na imolação da vítima por ela gerada. Finalmente, pelo próprio Jesus moribundo na cruz é dada como mãe ao discípulo com estas palavras: "Mulher, eis aí teu filho" (Jo 19,26).
Mãe da Igreja – Após a ascensão do seu Filho, Maria "assistiu com suas orações a Igreja nascente". Reunida com os apóstolos e algumas mulheres, "vemos Maria pedindo também ela com suas orações o dom do Espírito Santo, o qual, na anunciação, a tinha coberto com sua sombra". Por isso, a bem-aventurada Virgem Maria é invocada na Igreja sob os títulos de advogada, auxiliadora, protetora, medianeira.
Rainha do Universo – A Imaculada Virgem, preservada imune de toda mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celeste. E, para que mais plenamente estivesse conforme a seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte, foi exaltada pelo Senhor como Rainha do universo.
Maria assunta ao Céu – Em 1950 o Papa Pio XII proclamou como dogma da Igreja Católica a Assunção da bem-aventurada Virgem Maria. A assunção de Maria é uma participação singular na Ressurreição de seu Filho e uma antecipação da ressurreição dos outros cristãos.
Mãe dos Cristãos – Todos os cristãos do mundo, de toda época e de todo lugar, a amaram, veneraram e recorreram a ela como verdadeira Mãe e poderosa intercessora. Inúmeras cidades e povos a escolheram como Padroeira. Arquitetos erigiram-lhe grandes catedrais e lançaram-na nos obeliscos mais altos. Poemas e artistas cantaram-na em seus poemas. O mundo inteiro está encantado diante da beleza dessa mulher. Ela é a Mãe de Jesus, Mãe da Igreja e nossa Mãe.
Santa Maria – A Virgem Maria realizou da maneira mais perfeita a obediência da fé. Na fé, Maria acolheu o anúncio e a promessa trazida pelo anjo Gabriel acreditando que "nada é impossível a Deus" (Lc 1,37), e dando o seu assentimento: "Eu sou a serva do Senhor; faça-se de mim segundo a tua palavra" (Lc 1,38).
Maria Santa – Durante toda a sua vida, e até a sua última provação, quando Jesus, seu filho, morreu na cruz, sua fé não vacilou. Maria não cessou de crer "no cumprimento" da Palavra de Deus. Por isso a Igreja venera em Maria a realização mais pura da fé.
Mãe de Deus – O Concílio de Trento (ano de 431) proclamou Maria como Mãe de Deus, por ter concebido em seu seio o Filho de Deus: "Mãe de Deus, não porque o Verbo de Deus tirou dela a sua natureza divina, mas porque é dela que ele tem o corpo sagrado dotado de uma alma racional, unido ao qual, na sua pessoa, se diz que o Verbo nasceu segundo a carne".
Maria unida a Cristo e à Igreja – O papel de Maria para com a Igreja é inseparável de sua união com Cristo. "Esta união de Maria com seu Filho na obra da salvação manifesta-se desde a hora de sua concepção virginal até a sua morte". E com ânimo materno se associou ao seu sacrifício, consentindo com amor na imolação da vítima por ela gerada. Finalmente, pelo próprio Jesus moribundo na cruz é dada como mãe ao discípulo com estas palavras: "Mulher, eis aí teu filho" (Jo 19,26).
Mãe da Igreja – Após a ascensão do seu Filho, Maria "assistiu com suas orações a Igreja nascente". Reunida com os apóstolos e algumas mulheres, "vemos Maria pedindo também ela com suas orações o dom do Espírito Santo, o qual, na anunciação, a tinha coberto com sua sombra". Por isso, a bem-aventurada Virgem Maria é invocada na Igreja sob os títulos de advogada, auxiliadora, protetora, medianeira.
Rainha do Universo – A Imaculada Virgem, preservada imune de toda mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celeste. E, para que mais plenamente estivesse conforme a seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte, foi exaltada pelo Senhor como Rainha do universo.
Maria assunta ao Céu – Em 1950 o Papa Pio XII proclamou como dogma da Igreja Católica a Assunção da bem-aventurada Virgem Maria. A assunção de Maria é uma participação singular na Ressurreição de seu Filho e uma antecipação da ressurreição dos outros cristãos.
Mãe dos Cristãos – Todos os cristãos do mundo, de toda época e de todo lugar, a amaram, veneraram e recorreram a ela como verdadeira Mãe e poderosa intercessora. Inúmeras cidades e povos a escolheram como Padroeira. Arquitetos erigiram-lhe grandes catedrais e lançaram-na nos obeliscos mais altos. Poemas e artistas cantaram-na em seus poemas. O mundo inteiro está encantado diante da beleza dessa mulher. Ela é a Mãe de Jesus, Mãe da Igreja e nossa Mãe.
sábado, 11 de agosto de 2001
O Governo da Igreja e o Primado de Pedro
Coluna "Ser Católico" - Jornal da Cidade – Bauru – 11/08/2001
Como vimos a semana passada, ao constituir sua Igreja, Jesus delegou a ela poderes especiais e nomeou um chefe para conduzi-la: Pedro. O Primado foi dado a Pedro não como um privilégio pessoal, mas para o bem e para a unidade da Igreja, já que ela durará até o fim dos tempos. Dessa forma, também o Primado deverá durar enquanto durar a Igreja.
"Tu é Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja". A Igreja é o rebanho de Cristo e Pedro o seu pastor.
Como se vê, Jesus deu a Pedro autoridade sobre todo o seu rebanho. Historicamente sabemos que Pedro mais de uma vez usou dessa autoridade entre os Apóstolos para decidir questões referentes à Igreja Universal: tanto na escolha de Matias, que substituiu Judas Iscariotes (At 1, 15-17), como para defender o comportamento dos colegas no Pentecostes (At 2, 14s), ou ainda no Concílio de Jerusalém, no ano 49 (At 15, 7s).
O último lugar onde esteve foi Roma, onde foi martirizado no ano 67, sob o governo de Nero. Por isso o Bispo de Roma é o sucessor de Pedro e se diz "Papa", isto é, pai da cristandade. Desde os tempos dos apóstolos até hoje, o Papa preside a reunião dos bispos como "cabeça visível" da Igreja.
Infalibilidade
Pelo fato de muitos não-católicos confundirem, em relação ao Papa, infalibilidade com impecabilidade e assistência do Espírito Santo com inspiração, vejamos em que se apoia essa questão para que haja uma melhor compreensão da infalibilidade do Papa.
Infalibilidade do Papa, significa que ele é infalível, isto é, não pode errar quando ensina uma verdade de fé e de moral na sua missão de sucessor de Pedro. O Papa pode pecar como qualquer outro mortal, mas quando define uma verdade de fé, não inventa uma nova doutrina, mas simplesmente confirma aquela doutrina como já revelada na Bíblia e na Tradição.
Quando o Papa é infalível
Todo Papa, legitimamente eleito, é infalível quando:
a) fala "ex cathedra", isto é, quando fala como pastor e mestre para toda a Igreja; b) quando decide ou define uma doutrina de fé ou de moral para todos os fiéis. (Quando, por exemplo, fala de ciência, política etc. não é infalível).
A razão pela qual o Papa é infalível reside na assistência direta do Espírito Santo.
As confirmações bíblicas da infalibilidade do Papa encontramos em:
1. Mt 16, 14-19, quando Jesus constitui Pedro como fundamento de sua Igreja. Ora, se a pedra fundamental puder ensinar o erro, é claro que todo o "edifício" da Igreja vai desabar. Como a Igreja durará até o fim dos tempo (Mt 28, 20), então é claro que o Papa não pode ensinar o erro, logo, é infalível. 2. Mt 16, 18, quando Jesus deu a Pedro (e seus sucessores) amplos poderes de "ligar e desligar". Dessa forma, Deus aprovará tudo o que Pedro e seus sucessores aprovar e ensinar sobre a terra. É claro que eles não podem ensinar o erro, pois Deus não aprovaria nenhum erro de ninguém. Se assim não fosse, as palavras "tudo o que ligares na terra será ligado no céu" seriam mentirosas. E Deus não pode mentir, então o Papa é infalível.
3. Jo 21, 15-17, quando Cristo estabelece Pedro (e seus sucessores) como pastores de seu rebanho, a Igreja. "Apascenta as minhas ovelhas", significa que Pedro deve ensinar a verdade e proteger os fiéis do erro. Ora, se Pedro e seus sucessores tivessem a possibilidade de ensinar o erro, é claro que não poderiam proteger os fiéis do erro. Assim sendo, pela força das palavras de Cristo, "Apascenta as minhas ovelhas", os Papas devem ser infalíveis.
4. Lc 23, 31-32, quando Cristo reza por Pedro para que sua fé fosse sempre firme e forte: "Mas eu roguei por ti, para que tua fé não falte. E uma vez convertido, confirma os teus irmãos". Jesus pede que Pedro dê segurança, firmeza à fé dos irmãos. E o Papa continua confirmando na fé, guardando a Igreja de erros e heresias. Essa missão, confiada a Pedro, continua infinitamente pelos tempos, até o seu final, através de seus sucessores.
Como vimos a semana passada, ao constituir sua Igreja, Jesus delegou a ela poderes especiais e nomeou um chefe para conduzi-la: Pedro. O Primado foi dado a Pedro não como um privilégio pessoal, mas para o bem e para a unidade da Igreja, já que ela durará até o fim dos tempos. Dessa forma, também o Primado deverá durar enquanto durar a Igreja.
"Tu é Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja". A Igreja é o rebanho de Cristo e Pedro o seu pastor.
Como se vê, Jesus deu a Pedro autoridade sobre todo o seu rebanho. Historicamente sabemos que Pedro mais de uma vez usou dessa autoridade entre os Apóstolos para decidir questões referentes à Igreja Universal: tanto na escolha de Matias, que substituiu Judas Iscariotes (At 1, 15-17), como para defender o comportamento dos colegas no Pentecostes (At 2, 14s), ou ainda no Concílio de Jerusalém, no ano 49 (At 15, 7s).
O último lugar onde esteve foi Roma, onde foi martirizado no ano 67, sob o governo de Nero. Por isso o Bispo de Roma é o sucessor de Pedro e se diz "Papa", isto é, pai da cristandade. Desde os tempos dos apóstolos até hoje, o Papa preside a reunião dos bispos como "cabeça visível" da Igreja.
Infalibilidade
Pelo fato de muitos não-católicos confundirem, em relação ao Papa, infalibilidade com impecabilidade e assistência do Espírito Santo com inspiração, vejamos em que se apoia essa questão para que haja uma melhor compreensão da infalibilidade do Papa.
Infalibilidade do Papa, significa que ele é infalível, isto é, não pode errar quando ensina uma verdade de fé e de moral na sua missão de sucessor de Pedro. O Papa pode pecar como qualquer outro mortal, mas quando define uma verdade de fé, não inventa uma nova doutrina, mas simplesmente confirma aquela doutrina como já revelada na Bíblia e na Tradição.
Quando o Papa é infalível
Todo Papa, legitimamente eleito, é infalível quando:
As confirmações bíblicas da infalibilidade do Papa encontramos em:
3. Jo 21, 15-17, quando Cristo estabelece Pedro (e seus sucessores) como pastores de seu rebanho, a Igreja. "Apascenta as minhas ovelhas", significa que Pedro deve ensinar a verdade e proteger os fiéis do erro. Ora, se Pedro e seus sucessores tivessem a possibilidade de ensinar o erro, é claro que não poderiam proteger os fiéis do erro. Assim sendo, pela força das palavras de Cristo, "Apascenta as minhas ovelhas", os Papas devem ser infalíveis.
4. Lc 23, 31-32, quando Cristo reza por Pedro para que sua fé fosse sempre firme e forte: "Mas eu roguei por ti, para que tua fé não falte. E uma vez convertido, confirma os teus irmãos". Jesus pede que Pedro dê segurança, firmeza à fé dos irmãos. E o Papa continua confirmando na fé, guardando a Igreja de erros e heresias. Essa missão, confiada a Pedro, continua infinitamente pelos tempos, até o seu final, através de seus sucessores.
sábado, 4 de agosto de 2001
Fundação da Igreja de Jesus: o novo povo de Deus
Coluna "Ser Católico" – Jornal da Cidade – Bauru – 04/08/2001
Quando começou o seu ministério público, Jesus reuniu um grupo de amigos e os chamou para ensinar-lhes as coisas de seu Pai. Chamou a cada um pessoalmente, pelo nome: Pedro, João, Tiago, André, Judas... (Mc 1, 16-20; Mc 2, 13-14). Formou um grupinho bem entrosado... Começou chamando-os de amigos e depois de irmãos, iniciando um novo estilo de vida: a vida em comunidade (Lc 8, 1-3). É a Igreja que começava, em que todos se entendem, se amam, se ajudam, rezam juntos (Mc 3, 13-15; Mt 10, 1-4; Lc 6, 12-16). É o novo Povo de Deus, reunido pelo Pastor. Dentro desse grupo, Jesus escolheu um chefe, Pedro, ao qual deu poderes e autoridade especial sobre os outros (Mt 16, 13-19).
Os grandes poderes que Jesus possuía, também conferiu aos apóstolos:
1. Transformar o pão e o vinho em seu Corpo e Sangue, que é o Santo Sacrifício da Missa (Lc 22, 19-20; Mt 28, 19). 2. Perdoar os pecados (Jo 20, 19-23).
3. Ensinar a sua doutrina, que é o Evangelho (Mt 28, 16-20; Mc 16, 14-20).
Antes de enviar os apóstolos ao mundo, Jesus lhes promete o Espírito Santo para confirmá-los na sua missão: "Eu pedirei ao Pai e Ele vos dará o outro Confortador, o Espírito Santo e vos recordará tudo o que vos disse" (Jo 14, 16-17). E o Espírito Santo desce sobre os apóstolos (Veja At 2, 2-4).
Preparados, instruídos e munidos dos poderes e cheios do Espírito Santo, os apóstolos foram pelo mundo pregando, batizando, ensinando, perdoando os pecados e celebrando os "mistérios" (a Santa Missa), construindo a Igreja, o novo Povo de Deus. Hoje esta Igreja está presente em todo recanto da Terra. Os poderes de celebrar a missa, perdoar os pecados e pregar o Evangelho continuam sempre na Igreja fundada por Jesus.
São Pedro é eleito chefe supremo da Igreja
Pedro recebeu de Jesus o poder supremo de jurisdição sobre toda a Igreja. A este poder chamamos Primado de Pedro, que abrange não só o poder de jurisdição nas verdades de fé e de moral, mas também na disciplina e no governo da Igreja toda.
Jesus muda o nome de Pedro (Jo, 1, 42): "Tu és Simão, filho de João. Tu serás chamado Kefas, isto é, Pedro" (Kefas em grego significa pedra dura, rochedo).
Jesus promete o Primado a Pedro para dirigir a Igreja (Veja Mt 16, 13-19), dirigindo suas palavras apenas a ele, que seria o detentor das chaves, isto é, o chefe supremo do Reino dos céus aqui na Terra, que é a Igreja.
Jesus confere a Pedro o primado sobre toda a Igreja quando lhe pede para apascentar suas ovelhas (Veja Jo 21, 15-17).
Depois que Jesus subiu aos céus, Pedro dirige e governa a Igreja:
- presidiu e dirigiu a escolha de Matias para o lugar de Judas (At 1, 1-25)
- é o primeiro a anunciar o Evangelho no dia de Pentecostes (At 2, 14)
- testemunha diante do Sinédrio a mensagem de Cristo (At 4, 8)
- acolhe na Igreja o primeiro pagão, Cornélio (At 10, 1)
- fala primeiro no Concílio dos Apóstolos de Jerusalém e decide sobre a questão da circuncisão: "Então toda a assembléia silenciou" (At 15, 7-12).
Os sucessores de Pedro atestam claramente o seu primado e o de seus sucessores: "A Igreja foi construída sobre Pedro" (Tertuliano); "Sobre um só foi construída a Igreja: Pedro" (São Cipriano); "Onde há Pedro, aí há a Igreja de Jesus Cristo" (S. Ambrósio)
Quando começou o seu ministério público, Jesus reuniu um grupo de amigos e os chamou para ensinar-lhes as coisas de seu Pai. Chamou a cada um pessoalmente, pelo nome: Pedro, João, Tiago, André, Judas... (Mc 1, 16-20; Mc 2, 13-14). Formou um grupinho bem entrosado... Começou chamando-os de amigos e depois de irmãos, iniciando um novo estilo de vida: a vida em comunidade (Lc 8, 1-3). É a Igreja que começava, em que todos se entendem, se amam, se ajudam, rezam juntos (Mc 3, 13-15; Mt 10, 1-4; Lc 6, 12-16). É o novo Povo de Deus, reunido pelo Pastor. Dentro desse grupo, Jesus escolheu um chefe, Pedro, ao qual deu poderes e autoridade especial sobre os outros (Mt 16, 13-19).
Os grandes poderes que Jesus possuía, também conferiu aos apóstolos:
3. Ensinar a sua doutrina, que é o Evangelho (Mt 28, 16-20; Mc 16, 14-20).
Antes de enviar os apóstolos ao mundo, Jesus lhes promete o Espírito Santo para confirmá-los na sua missão: "Eu pedirei ao Pai e Ele vos dará o outro Confortador, o Espírito Santo e vos recordará tudo o que vos disse" (Jo 14, 16-17). E o Espírito Santo desce sobre os apóstolos (Veja At 2, 2-4).
Preparados, instruídos e munidos dos poderes e cheios do Espírito Santo, os apóstolos foram pelo mundo pregando, batizando, ensinando, perdoando os pecados e celebrando os "mistérios" (a Santa Missa), construindo a Igreja, o novo Povo de Deus. Hoje esta Igreja está presente em todo recanto da Terra. Os poderes de celebrar a missa, perdoar os pecados e pregar o Evangelho continuam sempre na Igreja fundada por Jesus.
São Pedro é eleito chefe supremo da Igreja
Pedro recebeu de Jesus o poder supremo de jurisdição sobre toda a Igreja. A este poder chamamos Primado de Pedro, que abrange não só o poder de jurisdição nas verdades de fé e de moral, mas também na disciplina e no governo da Igreja toda.
Jesus muda o nome de Pedro (Jo, 1, 42): "Tu és Simão, filho de João. Tu serás chamado Kefas, isto é, Pedro" (Kefas em grego significa pedra dura, rochedo).
Jesus promete o Primado a Pedro para dirigir a Igreja (Veja Mt 16, 13-19), dirigindo suas palavras apenas a ele, que seria o detentor das chaves, isto é, o chefe supremo do Reino dos céus aqui na Terra, que é a Igreja.
Jesus confere a Pedro o primado sobre toda a Igreja quando lhe pede para apascentar suas ovelhas (Veja Jo 21, 15-17).
Depois que Jesus subiu aos céus, Pedro dirige e governa a Igreja:
- presidiu e dirigiu a escolha de Matias para o lugar de Judas (At 1, 1-25)
- é o primeiro a anunciar o Evangelho no dia de Pentecostes (At 2, 14)
- testemunha diante do Sinédrio a mensagem de Cristo (At 4, 8)
- acolhe na Igreja o primeiro pagão, Cornélio (At 10, 1)
- fala primeiro no Concílio dos Apóstolos de Jerusalém e decide sobre a questão da circuncisão: "Então toda a assembléia silenciou" (At 15, 7-12).
Os sucessores de Pedro atestam claramente o seu primado e o de seus sucessores: "A Igreja foi construída sobre Pedro" (Tertuliano); "Sobre um só foi construída a Igreja: Pedro" (São Cipriano); "Onde há Pedro, aí há a Igreja de Jesus Cristo" (S. Ambrósio)
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