sábado, 20 de outubro de 2001

O CÂNON DA IGREJA CATÓLICA - Parte 4 – Cânon Católico e Protestante

Coluna "Ser Católico" – Jornal da Cidade – Bauru – 20/10/2001

Nas semanas anteriores vimos que cânon bíblico é o catálogo de livros sagrados e que o cânon da Igreja Católica é formado por 72 (ou 73) livros inspirados por Deus. Estudamos que os judeus tinham dois cânones – um restrito (da Palestina) e outro mais amplo (de Alexandria) – e que os cristãos adotaram o catálogo completo.

Lutero – No século XVI, Martinho Lutero (1483-1546), querendo contestar a Igreja, resolveu adotar o cânon dos judeus da Palestina, deixando de lado sete livros inteiros e parte de outros dois livros. É esta a razão pela qual a Bíblia dos protestantes não tem os livros deuterocanônicos (sete livros, mais os fragmentos de outros dois) que estão incluídos na Bíblia Católica. Na verdade, Lutero traduziu para a língua alemã (edição de 1534) o catálogo completo (católico), mas não adotou os 7 livros; até o final do século XIX, as bíblias impressas pelas Sociedades Bíblicas protestantes incluíam os livros deuterocanônicos.

Diferenças – A principal diferença entre as Bíblias Católicas e de outras religiões está no conteúdo. O Novo Testamento de ambas as Bíblias é o mesmo. O Antigo Testamento da Bíblia Católica inclui os 7 livros deuterocanônicos: Judite, Tobias, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc, 1º Macabeus e 2º Macabeus. Também possui os Livros de Daniel e Ester completos, sem a exclusão de vários capítulos ou versículos, como ocorre nas demais Bíblias. Além disso, a numeração dos Salmos é diferente. Portanto, a Bíblia Católica é completa, pois contém todos os livros inspirados por Deus.

Como reconhecer uma Bíblia Católica ? – São três as formas de reconhecer uma Bíblia Católica: Ela contém os 72 livros (45 do A.T. e 27 do N.T.) inspirados por Deus; ela traz sempre notas explicativas no rodapé de cada página, instruindo o leitor sobre a interpretação correta do texto (no protestantismo não há instruções, pois a interpretação é livre); ela apresenta, nas páginas iniciais, a autorização para impressão (imprimatur) de um Bispo da Igreja Católica.

Edições atuais – Os textos com traduções mais atuais de Bíblias Católicas são a "A Bíblia de Jerusalém" (1985, com imprimatur de Dom Paulo Evaristo Arns) e a "Bíblia – Edição Pastoral" (1991, com imprimatur de Dom Luciano de Almeida). Os cristãos que buscam um estudo mais aprofundado da Palavra de Deus não podem deixar de ter a "Bíblia – Tradução Ecumênica" (1994), um texto composto por biblistas das diversas confissões cristãs (católicos, protestantes, ortodoxos) e da religião judaica.

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