Descreveremos hoje os acontecimentos do sepultamento de Jesus.
Condenados – De acordo com o direito romano, era proibido dar uma sepultura aos corpos dos condenados à pena de morte. No caso de Jesus, havia dois grupos interessados: os judeus, que queriam a imediata retirada dos corpos das cruzes, pois a permanência de corpos crucificados podia comprometer a santidade do sábado (Páscoa) (veja Jo 19,31-37); e os amigos de Jesus, que queriam dar-lhe sepultamento digno.
Os judeus – As autoridades judaicas foram até Pilatos e pediram para que a morte dos condenados fosse acelerada e que os corpos fossem retirados dos patíbulos. A crucificação havia ocorrido perto do meio-dia daquela sexta-feira e um crucificado podia permanecer vivo por até três dias. Para apressar a morte, adotava-se um método cruel: quebrava-se as pernas dos crucificados com uma marreta: sem apoio das pernas, todo o peso do corpo do condenado recaía sobre os braços, acontecendo a morte por sufocação. Pilatos atendeu ao pedido dos judeus: os soldados quebraram as pernas dos dois ladrões, mas encontraram Jesus já morto. Para certificar-se de sua morte, o soldado rasgou o peito de Jesus com uma lança.
José de Arimatéia – A segunda solicitação recebida por Pilatos foi de um membro do Sinédrio de Jerusalém chamado José, proveniente da cidade de Arimatéia, que pedia o corpo de Jesus para sepulta-lo. José (com a ajuda de Nicodemos) retirou o corpo de Jesus da cruz e o prepararam para ser enterrado.
Preparação do corpo – Os Evangelhos fornecem poucas informações sobre como o corpo de Jesus foi preparado para o enterro. A tradição judaica indica que o corpo do falecido deve ser lavado e ungido com óleo; o cabelo e a barba devem ser cortados; os olhos são fechados e as mandíbulas atadas. Por fim, o corpo deve ser envolvido no sudário e o rosto coberto. Após essa preparação, o corpo deve ser transportado para o local da sepultura com os pés e mãos atadas com cordas, sobre um ataúde descoberto (não dentro de um caixão, mas, normalmente, na própria cama em morreu). A preparação do corpo era realizada por amigos ou parentes próximos. Não era permitido se enterrar o morto despido. Embora não existam detalhes sobre a preparação do corpo de Jesus, estas normas devem ter sido seguidas (Jo 19,40).
O enterro – O enterro dos judeus ocorria sempre no mesmo dia da morte. No caso de Jesus, isso era obrigatório pois era véspera da Páscoa, que exigia repouso absoluto (Lc 23,56). O sepulcro era um local, normalmente esculpido em rocha, onde podiam entrar várias pessoas. Ligado a este ambiente, havia a câmara mortuária, fechada por uma grande pedra (Jo 20,5). O corpo de Jesus foi depositado num banco (ou mesa) escavado na rocha (Jo 20,12). O último ato do enterro é o fechamento da câmara mortuária, colocando-se uma grande pedra na entrada.
O sábado – O sábado foi marcado pela desconfiança dos judeus quanto ao sepulcro de Jesus. Pilatos lhes dá permissão para que coloquem guardas junto ao local e, para maior segurança, marca-se a pedra da entrada para que se possa perceber qualquer tentativa de violação. Nesse clima de tensão termina o relato do sepultamento de Jesus. Pouco mais de 24 horas depois, ocorreriam os fatos que determinariam claramente qual era a verdade sobre Jesus.
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