sábado, 30 de março de 2002

O sepultamento de Jesus

Descreveremos hoje os acontecimentos do sepultamento de Jesus.

Condenados – De acordo com o direito romano, era proibido dar uma sepultura aos corpos dos condenados à pena de morte. No caso de Jesus, havia dois grupos interessados: os judeus, que queriam a imediata retirada dos corpos das cruzes, pois a permanência de corpos crucificados podia comprometer a santidade do sábado (Páscoa) (veja Jo 19,31-37); e os amigos de Jesus, que queriam dar-lhe sepultamento digno.

Os judeus – As autoridades judaicas foram até Pilatos e pediram para que a morte dos condenados fosse acelerada e que os corpos fossem retirados dos patíbulos.  A crucificação havia ocorrido perto do meio-dia daquela sexta-feira e um crucificado podia permanecer vivo por até três dias.  Para apressar a morte, adotava-se um método cruel: quebrava-se as pernas dos crucificados com uma marreta: sem apoio das pernas, todo o peso do corpo do condenado recaía sobre os braços, acontecendo a morte por sufocação.  Pilatos atendeu ao pedido dos judeus: os soldados quebraram as pernas dos dois ladrões, mas encontraram Jesus já morto. Para certificar-se de sua morte, o soldado rasgou o peito de Jesus com uma lança.

José de Arimatéia – A segunda solicitação recebida por Pilatos foi de um membro do Sinédrio de Jerusalém chamado José, proveniente da cidade de Arimatéia, que pedia o corpo de Jesus para sepulta-lo. José (com a ajuda de Nicodemos) retirou o corpo de Jesus da cruz e o prepararam para ser enterrado.

Preparação do corpo – Os Evangelhos fornecem poucas informações sobre como o corpo de Jesus foi preparado para o enterro. A tradição judaica indica que o corpo do falecido deve ser lavado e ungido com óleo; o cabelo e a barba devem ser cortados; os olhos são fechados e as mandíbulas atadas.  Por fim, o corpo deve ser envolvido no sudário e o rosto coberto.  Após essa preparação, o corpo deve ser transportado para o local da sepultura com os pés e mãos atadas com cordas, sobre um ataúde descoberto (não dentro de um caixão, mas, normalmente, na própria cama em morreu). A preparação do corpo era realizada por amigos ou parentes próximos.  Não era permitido se enterrar o morto despido. Embora não existam detalhes sobre a preparação do corpo de Jesus, estas normas devem ter sido seguidas (Jo 19,40).

O enterro – O enterro dos judeus ocorria sempre no mesmo dia da morte.  No caso de Jesus, isso era obrigatório pois era véspera da Páscoa, que exigia repouso absoluto (Lc 23,56).  O sepulcro era um local, normalmente esculpido em rocha, onde podiam entrar várias pessoas.  Ligado a este ambiente, havia a câmara mortuária, fechada por uma grande pedra (Jo 20,5).  O corpo de Jesus foi depositado num banco (ou mesa) escavado na rocha (Jo 20,12).  O último ato do enterro é o fechamento da câmara mortuária, colocando-se uma grande pedra na entrada.

O sábado – O sábado foi marcado pela desconfiança dos judeus quanto ao sepulcro de Jesus.  Pilatos lhes dá permissão para que coloquem guardas junto ao local e, para maior segurança, marca-se a pedra da entrada para que se possa perceber qualquer tentativa de violação.  Nesse clima de tensão termina o relato do sepultamento de Jesus.  Pouco mais de 24 horas depois, ocorreriam os fatos que determinariam claramente qual era a verdade sobre Jesus.

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sábado, 23 de março de 2002

Os últimos dias de Jesus

Descreveremos hoje os acontecimentos da Paixão de Cristo.

Sábado, 1º de abril do ano 30 – Alguns dias antes, Jesus havia ressuscitado Lázaro (Jo 11,1s), tinha curado os cegos de Jericó (Mt 20,20s), e feito a unção em Betânia (Mt 26,6). Os Evangelhos descrevem que Jesus era perseguido pelos judeus nesta região (Jo 11,8).  Neste sábado, estando no vilarejo de Betânia, Jesus faz sua entrada solene em Jerusalém (Mt 21,1s), sendo aclamado pelo povo e desafiando os fariseus e saduceus. Visitou o templo, onde curou cegos e coxos e discutiu com os sacerdotes (Mt 21,14). No fim do dia, retornou para Betânia, onde passou a noite (Mt 21,17).  A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém é comemorada pela Igreja no Domingo de Ramos.

2 de abril de 30, domingo – No domingo anterior a sua Paixão, Jesus se reúne com os apóstolos.  Neste dia ocorre o episódio da figueira amaldiçoada (Mt 21,18), ocasião em que, não encontrando frutos numa figueira, Jesus ordena que não nasça mais frutos dela, secando-a imediatamente.

3 e 4 de abril de 30, segunda e terça-feira – Nestes dias Jesus pernoita fora de Jerusalém, se reunindo com os apóstolos e mostrando a eficiência da oração (Mt 20,22), conta-lhes as parábolas dos dois filhos (Mt 21,28), dos vinhateiros infiéis (Mt 21,33) e das dez virgens (Mt 25,1).  Jesus é interrogado pelos sacerdotes sobre sua missão (Mt 21,23), os fariseus tentam surpreendê-lo com a questão do tributo a César (Mt 22,15), discute com os saduceus sobre a ressurreição, faz uma veemente repreensão aos fariseus e escribas e profetiza a destruição do templo (Mt 24,1).  Ocorre a primeira tentativa de prisão de Jesus (Mt 21,45).  Neste dia os anciãos e sacerdotes se reuniram na casa do sumo sacerdote (Caifás) e combinaram prender Jesus por traição e o matar.

5 de abril de 30, quarta-feira – O fato mais marcante desta quarta-feira foi a traição de Judas Iscariotes (Mt 26,14).  Os sacerdotes pagaram a Judas trinta moedas de prata para que indicasse onde Jesus estaria e pudessem prendê-lo.

6 de abril de 30, quinta-feira – A véspera da Paixão começa com a preparação para a Páscoa (Mt 26,17). Os Evangelhos não descrevem o que aconteceu durante o dia, mas passam diretamente para a Última Ceia (Mt 20,29).  Nesta refeição aconteceu o Lava-pés (Jo 13,1), Judas é denunciado e deixa o Cenáculo (Mt 26,21) e Jesus institui a Eucaristia e o Sacerdócio (Mt 26,26).  Todos cantam um hino e partem para o Monte das Oliveiras onde Jesus lhes apresenta o Mandamento Novo (Jo 13,33), prediz as três negações de Pedro (Mt 26,34) e sofre a agonia do horto (Mt 26, 36). É também neste dia que faz a oração pela unidade de todos os que O haveriam de seguir, pronunciando a belíssima Oração Sacerdotal. Não deixe de ler todo o capítulo 17 de João.

7 de abril de 30 – sexta-feira – De madrugada, Jesus recebe o beijo de traição de Judas e é preso (Mt 26,47), é levado à casa de Anás e depois para o julgamento do sumo sacerdote Caifás (Jo 18,13) e Pedro nega conhecer Jesus.  De manhã, Jesus é julgado pelo Sinédrio e condenado à morte, mas é levado perante Pilatos (Mt 27,1).  Judas se desespera e suicida-se (Mt 27,3).  Acontece o interrogatório de Pilatos (Mt 27,11) e, diante de sua indecisão (Mt 27,12), Jesus é levado a Herodes Antipas (Lc 23,6), voltando novamente a Pilatos. Este quer libertar Jesus (Lc 23,13), porém é dada liberdade a Barrabás (Mt 27,15), mesmo com a intervenção da esposa de Pilatos (Mt 27,19).  Jesus é condenado à crucificação (Mt 27,31) e percorre o caminho do calvário.  Ao meio-dia é crucificado (Mt 27,33) junto com dois ladrões (Mt 27, 38).  Às três horas da tarde Jesus morre.  Ao cair da tarde José de Arimatéia vai até Pilatos para pedir o corpo de Jesus (Mt 27,57); um soldado fura o corpo de Jesus com uma lança (Jo 19,34) e Jesus é sepultado (Mt 27,60).

8 de abril de 30, sábado – Era a Páscoa dos Judeus, com repouso absoluto (Lc 23,56).

9 de abril de 30, domingo – De madrugada, Maria Madalena e outras mulheres vão ao sepulcro, constatando a ressurreição (Mt 28,1) e a comunicam a Pedro e João (Jo 20,2). Durante o dia, Jesus aparece a Madalena (Mt 28,9), aos discípulos de Emaús (Lc 24,33) e aos apóstolos (Lc 24,36).

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sábado, 16 de março de 2002

Como morreu Judas?

A morte de Judas é narrada duas vezes no Novo Testamento. O evangelista Mateus descreve um suicídio por enforcamento, enquanto Lucas cita que o traidor sofreu uma queda, sem especificar se foi suicídio ou acidente.

Descrição de Mateus (Mt 27,3–8) – O evangelista Mateus assim descreve a morte de Judas: “Então Judas, que o tinha entregado, vendo que Jesus fora condenado, tocado de arrependimento, tornou a levar as trinta moedas de prata aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos, dizendo: Pequei, entregando o sangue inocente. Mas eles disseram: Que nos importa? Isso é contigo! E, tendo atirado as moedas de prata para o templo, retirou-se e foi pendurar-se de um laço. Os príncipes dos sacerdotes, tomando as moedas de prata, disseram: Não é lícito deitá-las na arca das esmolas, porque são preço de sangue. E, tendo consultado entre si, compraram com elas o campo do oleiro, para sepultura dos estrangeiros. Por esta razão aquele campo foi chamado campo de sangue, até ao dia de hoje”.

Descrição de Lucas (At 1,18–19) – Lucas menciona a morte de Judas, no inicio do Livro dos Atos dos Apóstolos, com estas palavras: “[Judas] adquiriu um campo com o salário da sua iniqüidade. Tendo-se pendurado, rebentou pelo meio e todas as suas entranhas se derramaram. Esse fato tornou-se tão notório a todos os habitantes de Jerusalém, que se ficou chamando aquele campo, na língua deles, Hacéldama, isto é, Campo de Sangue”.

Discordâncias – As narrativas divergem nos detalhes. Segundo Mateus, Judas enforcou-se e foram os chefes do povo que compraram um campo, ligado ao sangue inocente de Jesus. Lucas, por sua vez, não diz que Judas suicidou-se por enforcamento, mas que o traidor sofre uma queda, sem especificar se foi suicídio ou acidente. De acordo com seu relato, o campo não foi comprado pelos chefes de Israel, mas pelo próprio Judas, e seu nome refere-se ao sangue de Judas e ao de Jesus.

Objetivos diferentes – Os textos foram escritos com objetivos diferentes.  Enquanto Mateus faz menção à morte de Judas no relato da Paixão de Jesus com o objetivo de enfatizar a inocência do Senhor (reconhecida até mesmo por seu traidor que confessou seu erro e tentou remediá-lo), Lucas narra o fim de Judas para reiterar a eleição de Matias como membro do apostolado correspondia ao plano de Deus, bem como para apresentar os apóstolos como testemunhas da vida, morte e ressurreição de Jesus.

Tradições – Mateus e Lucas se utilizam de tradições populares que circulavam em Jerusalém de maneira vaga para historiar a morte de Judas. Essas tradições objetivavam estimular os cristãos a refletir sobre a sorte de Judas e a interpretá-la com a ajuda das Sagradas Escrituras. Mateus observa o fim de Judas à luz da morte de Aquitofel, narrada em II Samuel 17,23: amigo íntimo do rei Davi, ele traíra seu senhor, pondo-se ao lado do rebelde Absalão; depois se enforcara, pois não pudera colher os frutos de sua traição. Lucas identifica a morte de Judas com a que o Livro da Sabedoria (4,19) reserva aos ímpios, que perseguiram o justo e o condenaram a uma morte infame.

SÃO LONGUINHO

            Você já deve ter ouvido falar em São Longuinho (ou Longuinhos ou Longinus). Longinus foi o soldado romano que feriu lado de Jesus crucificado com sua lança (Jo 19,34) e reconheceu Cristo como sendo o “filho de Deus” (Mt 27,54).  Diz a tradição que a água que saiu do lado ferido de Jesus respingou em seu rosto e ele imediatamente sarou de um problema de visão, converteu-se e tornou-se um monge. É um santo bastante popular no Brasil sendo lembrado quando se procura um objeto perdido: a pessoa pede ajuda a São Longuinho e promete dar três pulinhos. É comemorado dia 15 de março. Se você quer saber mais sobre São Longuinho, podemos lhe enviar um texto mais detalhado.  Solicite por E-mail.

sábado, 9 de março de 2002

Jesus sabia escrever?

            Para nós, ler e escrever são duas habilidades que andam de mãos dadas: quem lê, escreve. Mas nem sempre foi assim.

No primeiro século – Na época de Cristo, a atividade de escrever não era tão simples como hoje, quando encontramos, com facilidade, papel e caneta. Na antiguidade, era necessário ter-se alguns materiais apropriados: um local próprio para a escrita, com papiro, pergaminho ou tábulas (placas de argila ou madeira, revestidas de cera), tinta e caneta — e todo esse material não era acessível a todos.

A sinagoga – Como acontecia no aprendizado da leitura, a sinagoga era o lugar mais indicado para aprender a escrever, pois nela se encontrava o material necessário à transcrição dos textos sagrados lidos nos ofícios religiosos. Jesus, ao freqüentar o templo judeu, aprendeu não só a ler, mas também a escrever.

Na Bíblia – O Evangelho de João (Jo 8,6-8) atesta o fato de Jesus saber escrever: no episódio da adúltera, ele, em vez de responder à provocação dos acusadores, inclinou-se e “pôs-se a escrever com o dedo na areia”. E depois de ter contestado com as palavras: “O que de vós está sem pecado, seja o primeiro que lhe atire a pedra”, “tornando a inclinar-se, escrevia na terra”.

O que escrevia? – Embora não afirme textualmente que escrevesse palavras, o Evangelho nos dá algumas pistas nesse sentido. Desde a Antiguidade, os exegetas (estudiosos dos textos bíblicos) vêm levantando diversas suposições. A passagem da Bíblia mais indicada é Jeremias 17,13, onde se lê: “os que se apartam de ti serão inscritos sobre a terra; porque deixaram o Senhor, que é a fonte das águas vivas”. Ao transcrever esse versículo de Jeremias, Jesus teria convidado os acusadores a refletir sobre eles próprios e seus pecados.

Ou ainda ... – Quanto às palavras “tornando a inclinar-se, escrevia na terra”, alguns estudiosos indicam o livro do Êxodo 23,7: “Fugirás à mentira. Não farás morrer o inocente nem o justo“. São apenas suposições; mas é possível que Jesus tenha escrito alguma coisa referente à Lei e aos Profetas.

Qual era a cultura de Jesus? – Examinados os indícios que os Evangelhos nos dão, e também o ambiente histórico em que Jesus viveu, podemos responder, não com absoluta certeza, mas certamente com boa probabilidade de acerto.  Jesus falava aramaico como língua materna; entendia e lia o hebraico clássico, a língua do texto sagrado, e também era capaz de traduzi-lo para o aramaico; sabia grego e, sempre que necessário, falava essa língua, quer com hebreus da diáspora, quer com pessoas de origem grega ou latina.  Jesus conhecia e lia os textos lidos nas sinagogas: o texto bíblico da Lei, dos Profetas, dos Salmos; textos com as orações cotidianas e festivas; textos que formavam a incipiente literatura rabínica escrita. Jesus sabia escrever, mas não era escriba de profissão: era o anunciador do Reino de Deus, portador da palavra definitiva do Pai.

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sábado, 2 de março de 2002

Jesus sabia ler? O que ele lia?

       Os Evangelhos não apresentam Jesus como um leitor, nem como um estudioso dos textos, mas sim como aquele que anuncia e ensina “com autoridade” (Marcos 1. 22-27).

A sinagoga – A sinagoga era o centro da vida religiosa, a casa onde se ouvia a palavra de Deus e onde se rezava. Em uma antiga inscrição numa sinagoga, lê-se que a casa fora construída “para a leitura da Lei e para o ensinamento dos preceitos”. Segundo a tradição, só podia ser usada para a leitura da Lei escrita (a Torah), para a transmissão da lei oral (as tradições e as interpretações efetuadas pelos rabinos) e para a pesquisa (para o desenvolvimento da Lei e sua aplicação na vida prática). Por isso é chamada também bêt hammidrash, a “casa da pesquisa”.

Leituras – Na sinagoga era lido o texto sagrado (a Lei, os 5 primeiros livros da Bíblia). Na época de Jesus, não havia leituras fixas.  O livro da Lei (em forma de rolo) era tirado da arca santa, levado a um palco e colocado sobre o suporte de leitura (facistol); um dos presentes lia, então, em voz alta, um capítulo da Lei. Aquele que cometesse um erro na leitura era substituído por outro.  Depois era lido o livro de um dos Profetas (Josué, Juizes, Samuel e Reis).  Cabia ao leitor a escolha do trecho.

Traduções e explicações – A Torah (a Lei) era lida no idioma sagrado, o hebraico, mas traduzida para o aramaico, pois muitas pessoas só conheciam o aramaico.  O tradutor deveria traduzir e explicar cada trecho, não sendo permitido fazer uma tradução ao pé da letra ou ler um texto pré-traduzido. Normalmente leitor e tradutor não eram a mesma pessoa.  Vários trechos dos Evangelhos indicam que Jesus lia a Lei (em hebraico), traduzia para o aramaico e fazia a pregação.

Em Nazaré (Lc 4,16-30) – Num dia de sábado, como era o costume, Jesus entrou numa sinagoga em Nazaré, levantou-se para fazer a leitura do livro do profeta Isaías.  Tomou o livro, desenrolou-o e leu: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me conferiu a unção para anunciar a boa nova aos pobres ...”. Em seguida, enrolou o livro, entregou-o ao servente e se sentou. Todos estavam de olhos fixos nele, aguardando a tradução para o aramaico e as explicações sobre o trecho lido.  Então ele disse: “Hoje se cumpriu essa passagem da escritura que acabam de ouvir”.

O que Ele lia? – Se Jesus conheceu e manuseou escritos, estes foram, sem dúvida, os textos das sinagogas: a Torah, os livros dos Profetas, os Salmos (cf. Lucas 24,27-44), as traduções em aramaico dos livros sagrados, as diversas orações. O que mais poderia Jesus ter lido? Impossível saber. É provável que, nas sinagogas que freqüentava, em particular a de Cafarnaum (Mc 1,21), Jesus tenha tido acesso a comentários e pregações de rabinos sobre os textos sagrados.

Portanto ... – Podemos dizer que Jesus lia os livros sagrados e orações nas sinagogas da Palestina.  Traduzia do hebraico para o aramaico e fazia as pregações dos trechos lidos.

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PESQUISA BÍBLICA

            O evangelista Lucas, ao descrever a cura do paralítico (Lc 5, 17-20), diz: “Como não encontravam um jeito de introduzi-lo, por causa da multidão, subiram ao terraço e, através das telhas, desceram-no com a maca no meio dos assistentes, diante de Jesus”. Como isto pode ter acontecido, se nas casas da Palestina não existem telhas?  Onde será que Lucas viu telhas? Faça uma pesquisa em sua Bíblia ou em livros bíblicos; pergunte para o padre ou catequista de sua paróquia.  Se você não encontrar uma resposta satisfatória, solicite por carta ou E-mail que lhe enviaremos um texto explicativo.