sábado, 16 de março de 2002

Como morreu Judas?

A morte de Judas é narrada duas vezes no Novo Testamento. O evangelista Mateus descreve um suicídio por enforcamento, enquanto Lucas cita que o traidor sofreu uma queda, sem especificar se foi suicídio ou acidente.

Descrição de Mateus (Mt 27,3–8) – O evangelista Mateus assim descreve a morte de Judas: “Então Judas, que o tinha entregado, vendo que Jesus fora condenado, tocado de arrependimento, tornou a levar as trinta moedas de prata aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos, dizendo: Pequei, entregando o sangue inocente. Mas eles disseram: Que nos importa? Isso é contigo! E, tendo atirado as moedas de prata para o templo, retirou-se e foi pendurar-se de um laço. Os príncipes dos sacerdotes, tomando as moedas de prata, disseram: Não é lícito deitá-las na arca das esmolas, porque são preço de sangue. E, tendo consultado entre si, compraram com elas o campo do oleiro, para sepultura dos estrangeiros. Por esta razão aquele campo foi chamado campo de sangue, até ao dia de hoje”.

Descrição de Lucas (At 1,18–19) – Lucas menciona a morte de Judas, no inicio do Livro dos Atos dos Apóstolos, com estas palavras: “[Judas] adquiriu um campo com o salário da sua iniqüidade. Tendo-se pendurado, rebentou pelo meio e todas as suas entranhas se derramaram. Esse fato tornou-se tão notório a todos os habitantes de Jerusalém, que se ficou chamando aquele campo, na língua deles, Hacéldama, isto é, Campo de Sangue”.

Discordâncias – As narrativas divergem nos detalhes. Segundo Mateus, Judas enforcou-se e foram os chefes do povo que compraram um campo, ligado ao sangue inocente de Jesus. Lucas, por sua vez, não diz que Judas suicidou-se por enforcamento, mas que o traidor sofre uma queda, sem especificar se foi suicídio ou acidente. De acordo com seu relato, o campo não foi comprado pelos chefes de Israel, mas pelo próprio Judas, e seu nome refere-se ao sangue de Judas e ao de Jesus.

Objetivos diferentes – Os textos foram escritos com objetivos diferentes.  Enquanto Mateus faz menção à morte de Judas no relato da Paixão de Jesus com o objetivo de enfatizar a inocência do Senhor (reconhecida até mesmo por seu traidor que confessou seu erro e tentou remediá-lo), Lucas narra o fim de Judas para reiterar a eleição de Matias como membro do apostolado correspondia ao plano de Deus, bem como para apresentar os apóstolos como testemunhas da vida, morte e ressurreição de Jesus.

Tradições – Mateus e Lucas se utilizam de tradições populares que circulavam em Jerusalém de maneira vaga para historiar a morte de Judas. Essas tradições objetivavam estimular os cristãos a refletir sobre a sorte de Judas e a interpretá-la com a ajuda das Sagradas Escrituras. Mateus observa o fim de Judas à luz da morte de Aquitofel, narrada em II Samuel 17,23: amigo íntimo do rei Davi, ele traíra seu senhor, pondo-se ao lado do rebelde Absalão; depois se enforcara, pois não pudera colher os frutos de sua traição. Lucas identifica a morte de Judas com a que o Livro da Sabedoria (4,19) reserva aos ímpios, que perseguiram o justo e o condenaram a uma morte infame.

SÃO LONGUINHO

            Você já deve ter ouvido falar em São Longuinho (ou Longuinhos ou Longinus). Longinus foi o soldado romano que feriu lado de Jesus crucificado com sua lança (Jo 19,34) e reconheceu Cristo como sendo o “filho de Deus” (Mt 27,54).  Diz a tradição que a água que saiu do lado ferido de Jesus respingou em seu rosto e ele imediatamente sarou de um problema de visão, converteu-se e tornou-se um monge. É um santo bastante popular no Brasil sendo lembrado quando se procura um objeto perdido: a pessoa pede ajuda a São Longuinho e promete dar três pulinhos. É comemorado dia 15 de março. Se você quer saber mais sobre São Longuinho, podemos lhe enviar um texto mais detalhado.  Solicite por E-mail.

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