No primeiro século – Na época de Cristo, a atividade de escrever não era tão simples como hoje, quando encontramos, com facilidade, papel e caneta. Na antiguidade, era necessário ter-se alguns materiais apropriados: um local próprio para a escrita, com papiro, pergaminho ou tábulas (placas de argila ou madeira, revestidas de cera), tinta e caneta — e todo esse material não era acessível a todos.
A sinagoga – Como acontecia no aprendizado da leitura, a sinagoga era o lugar mais indicado para aprender a escrever, pois nela se encontrava o material necessário à transcrição dos textos sagrados lidos nos ofícios religiosos. Jesus, ao freqüentar o templo judeu, aprendeu não só a ler, mas também a escrever.
Na Bíblia – O Evangelho de João (Jo 8,6-8) atesta o fato de Jesus saber escrever: no episódio da adúltera, ele, em vez de responder à provocação dos acusadores, inclinou-se e “pôs-se a escrever com o dedo na areia”. E depois de ter contestado com as palavras: “O que de vós está sem pecado, seja o primeiro que lhe atire a pedra”, “tornando a inclinar-se, escrevia na terra”.
O que escrevia? – Embora não afirme textualmente que escrevesse palavras, o Evangelho nos dá algumas pistas nesse sentido. Desde a Antiguidade, os exegetas (estudiosos dos textos bíblicos) vêm levantando diversas suposições. A passagem da Bíblia mais indicada é Jeremias 17,13, onde se lê: “os que se apartam de ti serão inscritos sobre a terra; porque deixaram o Senhor, que é a fonte das águas vivas”. Ao transcrever esse versículo de Jeremias, Jesus teria convidado os acusadores a refletir sobre eles próprios e seus pecados.
Ou ainda ... – Quanto às palavras “tornando a inclinar-se, escrevia na terra”, alguns estudiosos indicam o livro do Êxodo 23,7: “Fugirás à mentira. Não farás morrer o inocente nem o justo“. São apenas suposições; mas é possível que Jesus tenha escrito alguma coisa referente à Lei e aos Profetas.
Qual era a cultura de Jesus? – Examinados os indícios que os Evangelhos nos dão, e também o ambiente histórico em que Jesus viveu, podemos responder, não com absoluta certeza, mas certamente com boa probabilidade de acerto. Jesus falava aramaico como língua materna; entendia e lia o hebraico clássico, a língua do texto sagrado, e também era capaz de traduzi-lo para o aramaico; sabia grego e, sempre que necessário, falava essa língua, quer com hebreus da diáspora, quer com pessoas de origem grega ou latina. Jesus conhecia e lia os textos lidos nas sinagogas: o texto bíblico da Lei, dos Profetas, dos Salmos; textos com as orações cotidianas e festivas; textos que formavam a incipiente literatura rabínica escrita. Jesus sabia escrever, mas não era escriba de profissão: era o anunciador do Reino de Deus, portador da palavra definitiva do Pai.
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