Os Evangelhos não apresentam Jesus como um leitor, nem como um estudioso dos textos, mas sim como aquele que anuncia e ensina “com autoridade” (Marcos 1. 22-27).
A sinagoga – A sinagoga era o centro da vida religiosa, a casa onde se ouvia a palavra de Deus e onde se rezava. Em uma antiga inscrição numa sinagoga, lê-se que a casa fora construída “para a leitura da Lei e para o ensinamento dos preceitos”. Segundo a tradição, só podia ser usada para a leitura da Lei escrita (a Torah), para a transmissão da lei oral (as tradições e as interpretações efetuadas pelos rabinos) e para a pesquisa (para o desenvolvimento da Lei e sua aplicação na vida prática). Por isso é chamada também bêt hammidrash, a “casa da pesquisa”.
Leituras – Na sinagoga era lido o texto sagrado (a Lei, os 5 primeiros livros da Bíblia). Na época de Jesus, não havia leituras fixas. O livro da Lei (em forma de rolo) era tirado da arca santa, levado a um palco e colocado sobre o suporte de leitura (facistol); um dos presentes lia, então, em voz alta, um capítulo da Lei. Aquele que cometesse um erro na leitura era substituído por outro. Depois era lido o livro de um dos Profetas (Josué, Juizes, Samuel e Reis). Cabia ao leitor a escolha do trecho.
Traduções e explicações – A Torah (a Lei) era lida no idioma sagrado, o hebraico, mas traduzida para o aramaico, pois muitas pessoas só conheciam o aramaico. O tradutor deveria traduzir e explicar cada trecho, não sendo permitido fazer uma tradução ao pé da letra ou ler um texto pré-traduzido. Normalmente leitor e tradutor não eram a mesma pessoa. Vários trechos dos Evangelhos indicam que Jesus lia a Lei (em hebraico), traduzia para o aramaico e fazia a pregação.
Em Nazaré (Lc 4,16-30) – Num dia de sábado, como era o costume, Jesus entrou numa sinagoga em Nazaré, levantou-se para fazer a leitura do livro do profeta Isaías. Tomou o livro, desenrolou-o e leu: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me conferiu a unção para anunciar a boa nova aos pobres ...”. Em seguida, enrolou o livro, entregou-o ao servente e se sentou. Todos estavam de olhos fixos nele, aguardando a tradução para o aramaico e as explicações sobre o trecho lido. Então ele disse: “Hoje se cumpriu essa passagem da escritura que acabam de ouvir”.
O que Ele lia? – Se Jesus conheceu e manuseou escritos, estes foram, sem dúvida, os textos das sinagogas: a Torah, os livros dos Profetas, os Salmos (cf. Lucas 24,27-44), as traduções em aramaico dos livros sagrados, as diversas orações. O que mais poderia Jesus ter lido? Impossível saber. É provável que, nas sinagogas que freqüentava, em particular a de Cafarnaum (Mc 1,21), Jesus tenha tido acesso a comentários e pregações de rabinos sobre os textos sagrados.
Portanto ... – Podemos dizer que Jesus lia os livros sagrados e orações nas sinagogas da Palestina. Traduzia do hebraico para o aramaico e fazia as pregações dos trechos lidos.
QUER LER MAIS?
Se você quer saber mais sobre as línguas faladas por Jesus e o que ele lia, nós podemos lhe enviar um texto mais detalhado. Solicite por carta ou E-mail.
PESQUISA BÍBLICA
O evangelista Lucas, ao descrever a cura do paralítico (Lc 5, 17-20), diz: “Como não encontravam um jeito de introduzi-lo, por causa da multidão, subiram ao terraço e, através das telhas, desceram-no com a maca no meio dos assistentes, diante de Jesus”. Como isto pode ter acontecido, se nas casas da Palestina não existem telhas? Onde será que Lucas viu telhas? Faça uma pesquisa em sua Bíblia ou em livros bíblicos; pergunte para o padre ou catequista de sua paróquia. Se você não encontrar uma resposta satisfatória, solicite por carta ou E-mail que lhe enviaremos um texto explicativo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário