sábado, 28 de setembro de 2002

Os Apóstolos de Cristo - 3ª parte: João, Simão, Bartolomeu e Mateus

Nas semanas anteriores iniciamos uma série de textos sobre os apóstolos que acompanharam Jesus durante os 30 meses de sua pregação na Terra.  Vimos quem eram os apóstolos, a missão deles e os mais próximos de Jesus.  Hoje continuaremos estudando os demais apóstolos.

João, o amado – Era irmão de Tiago, filho de Zebedeu e Salomé, seu apelido era Boanerges. Era pescador, natural de Jerusalém, e discípulo de João Batista, sendo convidado pessoalmente por Jesus para ser discípulo. Foi companheiro inseparável de Pedro. Foi chamado de “discípulo amado”, sendo o único apóstolo que permaneceu junto a Cristo durante a Paixão; Jesus, ao morrer, confiou-lhe a mãe (Maria), da qual cuidou até morrer.

Ainda João – É também chamado de João Evangelista por ter escrito o 4º Evangelho e três Cartas Apostólicas.  Também é atribuída a João a autoria do Apocalipse.  Ficou exilado na ilha de Patmos, durante a perseguição de Domiciano.  Diz a tradição que morreu quase centenário, possivelmente em Éfeso, de morte natural.  É patrono a Ásia e comemorado em 27 de dezembro.

Simão, o zelote – Não deve ser confundido com Simão Pedro, o líder dos apóstolos. Simão Zelote era natural da Galiléia, tinha o apelido de Cananeu, transcrição de um termo aramaico que significa o zeloso e designava os zelotes, cujo nacionalismo religioso opunha-se com violência à ocupação romana. Talvez Simão tenha participado de um desses grupos, antes de ser encontrado por Jesus.  Era rígido seguidor da Lei Judaica.  Com Felipe, Marcos e discípulos de Pedro, Simão ajudou a estabelecer os ensinamentos de Jesus no Egito. Sua pregação era bem parecida com a dos outros quatro Apóstolos que foram para o Oriente, ascética e judaica, como aquela preservada na Epistola canônica de Judas.  Viajou com Judas pela Mesopotâmia e Síria, onde ambos sofreram o martírio.  Simão zelote é comemorado no dia 28 de outubro.

Bartolomeu – Tudo o que se conhece do apóstolo Bartolomeu é a sua citação na lista dos 12 nos Evangelhos de Marcos, Mateus e Lucas e no Atos dos Apóstolos.  Bartolomeu não aparece sendo convidado para ser apóstolo, nem é mencionado em qualquer ocasião da vida pública de Jesus. Seu nome significa “filho de Tolomai”.  Alguns estudiosos identificam Bartolomeu como a mesma pessoa que Nataniel, citado em Jo 1,45, mas esta identificação é infundada (conferir Jo 21,2).  A Tradição da Igreja indica que Bartolomeu pregou na Índia, Armênia, Mesopotâmia, Pérsia e Egito.  Existe um Evangelho atribuído a Bartolomeu, considerado apócrifo pela Igreja.  É festejado no dia 24 de agosto.

Mateus, o cobrador de impostos – Foi um dos 12 apóstolos e autor do primeiro Evangelho.  Também chamado de Levi, era um publicano filho de Alfeu, que foi chamado para ser apóstolo por Jesus quando estava sentado na coletoria de impostos na cidade de Cafarnaum.  Após o convite, ofereceu uma refeição a Jesus.  Mateus não é citado em nenhuma outra passagem dos Evangelhos, mas apenas aparece nas listas dos apóstolos.  A Tradição da Igreja indica que Mateus pregou na Palestina, Etiópia, Parthia e Pérsia.  Morreu martirizado na Etiópia.  É patrono dos bancários e comemorado no dia 21 de setembro.

E os outros Apóstolos?

            Hoje escrevemos sobre João, Simão, Bartolomeu e Mateus. Ainda faltam seis. Continuaremos na próxima semana.

sábado, 21 de setembro de 2002

Os Apóstolos de Cristo - 2ª parte: Pedro e André

Os mais próximos

Na semana passada nós iniciamos uma série de textos sobre os apóstolos que acompanharam Jesus durante os 30 meses de sua pregação na Terra.  Vimos quem eram os apóstolos e os discípulos e a missão deles.

Os quatro primeiros – Entre os 12 apóstolos de Jesus, havia quatro que estavam sempre junto com o mestre.  Eram eles Pedro, Tiago, João e, às vezes, André.  O evangelista Marcos, diferentemente dos outros evangelistas, sempre reafirma que Jesus chama esses quatro apóstolos à parte ou primeiro. Tal referência dá margem para que alguns exegetas entendam que todo ensinamento de Cristo era ministrado privadamente a esses quatro apóstolos privilegiados que, depois, transmitiam aos outros. Confira em Mc 1,16 que estes apóstolos foram os primeiros a serem chamados.

Os mais próximos – Vejamos alguns episódios da vida pública de Cristo em que os 4 apóstolos estavam presentes: No anúncio da ruína do templo, os 4 discípulos “à parte, perguntavam-lhe” (Mc 13, 3); ou “os discípulos adiantaram-se a ele, à parte, e lhe disseram” (Mt 24, 3).  No Getsêmani “ele leva consigo Pedro, Tiago e João” como testemunhas (Mc 14, 33); na transfiguração “Jesus toma consigo Pedro, Tiago e João, e os leva a sós, à parte, ao cimo de uma alta montanha” (Mc 9, 2); na cura da filha de Jairo (Mc 5,37) Jesus toma os apóstolos como testemunhas.

O Príncipe dos Apóstolos – Nascido em Betsaida, Cafarnaum, chamava-se Simão. Era filho de Jonas e Maria e tinha André como irmão mais novo. Pescava um dia às margens do rio Jordão quando Jesus o chamou. Daí por diante passou a seguir o Mestre (como chamava Cristo). Petulante, chegou a negar a Jesus, a quem amava demais, e após sua morte foi perdoado. Possuía uma fé intensa, mas às vezes se mostrava fraco, incrédulo e até mesmo um covarde. Presenciou a transfiguração, mas não apareceu no Calvário.

Simão Pedro, Pedra – Jesus o incumbiu de confirmar os irmãos na fé e deu-lhe as chaves do seu reino. Fortalecido pelo Espírito Santo no dia de Pentecostes, passou a pregar o Evangelho aos judeus e gentios. Presidiu a eleição de Matias, escolhido para suceder a Judas, bem como o Concílio de Jerusalém. Levado perante o Sinédrio (Supremo Conselho dos Judeus), afirmou sua fé em Cristo. Pedro fundou as comunidades cristãs de Antioquia e Síria antes de ir para Roma. Foi preso por ordem do rei Agripa I e encaminhado a Roma, durante o reinado de Nero, onde presidiu a comunidade cristã, vindo a ser crucificado de cabeça para baixo, como mártir em 67 d.C.

André, o divulgador – Filho de Jonas e irmão de Pedro, também era pescador. Antes de conhecer o Mestre, era discípulo de João Batista. Após a dispersão dos Apóstolos, evangelizou na Ásia Menor, na Capadócia e possivelmente na Rússia, onde é venerado.  Com Bartolomeu, pregou em Epiro, Trácia, Galácia, Bitnia, Cítia, Danúbio e Acaía, países do Oriente Médio ou Europa Oriental. Diz a tradição que André foi pregado numa cruz em forma de X, e mesmo pregado, continuou ensinando o Evangelho até morrer. Mais tarde, esse tipo de cruz, ficou conhecida como Cruz de Santo André.

 


E os outros Apóstolos?


            Hoje escrevemos sobre os irmãos Pedro e André. Ainda faltam dez. Contaremos a vida deles na próxima semana.

sábado, 14 de setembro de 2002

Os Apóstolos de Cristo – Introdução

Iniciaremos hoje uma série de textos sobre os apóstolos que acompanharam Jesus durante os 30 meses de sua pregação na terra.  Eles foram os homens que sentiram de perto todas as emoções de conviver com Deus.  Tocaram em Jesus, testemunharam curas e milagres, ouviram ensinamentos e parábolas, viram Jesus rir, chorar, emocionar-se, repreender, gritar, responder aos incrédulos, sofrer injúrias, morrer e ressuscitar.


Apóstolo – A palavra apóstolo significa enviado ou, segundo a tradição judaica, o que tem a mesma missão de quem o envia (Mt 10,40). O Novo Testamento relaciona por quatro vezes os nomes dos 12 Apóstolos: no Evangelho de Mateus (Mt 10,2-4), de Marcos (Mc 3,16-19), de Lucas (Lc 6,14-16) e no livro dos Atos dos Apóstolos (At 1,13).  O número 12 corresponde ao das doze tribos de Israel (Mt 19,28).


Os doze – Eis os nomes dos doze apóstolos: o primeiro, Simão, a quem chamavam Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o coletor de impostos; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; Simão, o zelote, e Judas Iscariotes, o traidor (Mt 10,2).


A ordem dos nomes – As quatro listas de nomes de apóstolos diferem, sobretudo, na ordem dos três nomes que seguem o de Pedro. Mt e Lc referem, sem dúvida, a ordem primitiva; Mc antepõe a André os filhos de Zebedeu, que formam com Pedro um trio privilegiado. O livro dos Atos dos Apóstolos coloca João à frente de Tiago, imediatamente depois de Pedro, decerto por causa da sua posição importante na Igreja primitiva.


Objetivos dos Apóstolos – A mensagem dos Apóstolos era o Evangelho ou Boa Nova. Eles levavam a notícia da crucificação e da ressurreição de Jesus a todos os seus ouvintes e discípulos. Os Apóstolos originais viajaram de Jerusalém para toda a Palestina, e muitos de seus ouvintes se tornaram discípulos. Depois disto muitos Apóstolos seguiram rumo a outras sinagogas para transmitir a mensagem divina de Jesus a todos de Israel e aos gentios.  Eles escolhiam, em todas as comunidades, alguns discípulos para assumirem o papel de líderes de congregações (sucessores dos Apóstolos).

 


O mais próximos de Jesus – Havia três (ou quatro) discípulos mais próximos de Jesus (Pedro, Tiago, João e, às vezes, André) que recebiam primeiramente os ensinamentos.  No anúncio da ruína do templo, os quatro discípulos “à parte, perguntavam-lhe” (Mc 13, 3), ou “os discípulos adiantaram-se a ele, à parte, e lhe disseram” (Mt 24, 3).  No Getsêmani “ele leva consigo Pedro, Tiago e João” (Mc 14, 33); na transfiguração “Jesus toma consigo Pedro, Tiago e João, e os leva a sós, à parte, ao cimo de uma alta montanha” (Mc 9, 2).  O mesmo ocorre na cura da filha de Jairo (Mc 5,37). A Bíblia Tradução Ecumênica chega a afirmar que todo ensinamento era ministrado privadamente a esses quatro discípulos privilegiados, que retransmitiam aos outros.


Discípulos – Os discípulos eram os escolhidos pelos Apóstolos como coordenadores (líderes) das comunidades cristãs.  Confira em At 1,21-26 e At 6,2-7 a escolhe desses líderes.  Os discípulos mais conhecidos são: Barnabé (escolhido por Paulo), Estevão (da comunidade de Jerusalém), Timóteo (Paulo), Felipe (Samaria), o centurião Cornélio (Cesaréia), Silas, Matias e os evangelistas Marcos e Lucas.

 


E a história dos Apóstolos?


            Na próxima semana nós vamos começar a contar detalhes sobre a vida de cada um dos Apóstolos de Cristo.

sábado, 7 de setembro de 2002

São Pedro em Roma

Algumas vezes os Católicos são surpreendidos por afirmações que negam o Primado de Pedro, dizendo que Pedro nunca esteve em Roma e, por conseguinte, a Igreja de Roma não poderia ser a verdadeira Igreja de Cristo.  Vamos analisar estes fatos.


Clemente de Roma – Clemente Romano era um cristão residente em Roma, com alguma ligação com a família imperial.  No ano de 96, ele escreveu uma carta à comunidade de Corinto, na qual se dirige a Pedro e Paulo nos seguintes termos: “A esses homens [...] juntou-se grande multidão de eleitos que, em conseqüência da inveja, padeceram muitos ultrajes e torturas, deixando entre nós magnífico exemplo”.


Inácio de Antioquia – Ignatius foi o segundo bispo da cidade de Antioquia, a terceira cidade do Império Romano com mais de 500 mil habitantes (hoje, Antakya, na Turquia).  No ano de 107, Inácio foi condenado pelo imperador Trajano a ser jogado às feras.  Neste ano, enviou uma carta aos cristãos de Roma onde cita: “Não é como Pedro e Paulo que eu vos dou ordens; eles foram apóstolos, eu não sou senão um condenado".


Ireneu e Orígenes – Santo Ireneu, bispo de Lion, no ano de 180 escreveu um livro intitulado “Contra as Heresias”. Eis um trecho do livro: "Assim, Mateus publicou entre os hebreus, na língua deles, o escrito dos Evangelhos, quando Pedro e Paulo evangelizavam em Roma e aí fundavam a Igreja”.  Orígenes, o principal teólogo da Igreja Grega, assim escreveu no ano de 253: "Pedro, finalmente tendo ido para Roma, lá foi crucificado de cabeça para baixo".


Dionísio – Dionísio de Corinto, no ano 170, escreveu uma carta aos cristãos de Roma.  Um trecho da carta diz: "Tendo vindo ambos a Corinto, os dois apóstolos Pedro e Paulo nos formaram na doutrina evangélica. A seguir, indo para a Itália, eles vos transmitiram os mesmos ensinamentos e, por fim, sofreram o martírio simultaneamente".


Pedro foi Bispo de Roma – O principal livro sobre a história da Igreja nos primeiros séculos é “História Eclesiástica”, escrito por Eusébio de Cesaréia no ano de 317. Eusébio, narrando sobre a primeira sucessão Apostólica em Roma escreve: "Depois do martírio de Pedro e Paulo, o primeiro a obter o episcopado na Igreja de Roma foi Lino”. "... quanto a Lino, cuja presença junto dele [do Apóstolo Paulo] em Roma foi registrada na 2ª carta a Timóteo [2Tm 4,21], depois de Pedro foi o primeiro a obter ali o episcopado, conforme mencionamos mais acima".  "Alexandre recebeu o episcopado em Roma, sendo o quinto na sucessão de Pedro e Paulo".


Conclusão – Como podemos ver, na grande maioria das vezes, é a falta de conhecimento sobre a História do Cristianismo o grande nascedouro das heresias cristãs. Pedro não só esteve em Roma, como foi Bispo daquela cidade e lá juntamente com São Paulo recebe a coroa do martírio. E é de Roma que ele escreve sua primeira epístola, onde chama a cidade de Roma de Babilônia (1Pr 5,13), devido à grande semelhança entre as duas cidades quanto à idolatria e perversão.
           

PESQUISA BÍBLICA – Qual o dia da morte de Cristo?


            Segundo os Evangelhos de Mateus (Mt 26,17-20), Lucas (Lc 22,7-12) e Marcos (Mc 14,12-17) a crucificação e morte de Jesus ocorreu no dia da Páscoa dos judeus (15 nisã); segundo João (Jo 19,14-31), a crucificação e morte de Jesus ocorreu na véspera da Páscoa dos judeus (14 nisã).  Alguém estava com o calendário errado! Quem está certo? Faça uma pesquisa em sua Bíblia ou em livros bíblicos; pergunte para o padre ou catequista de sua paróquia. Se você não encontrar uma resposta satisfatória, solicite E-mail que lhe enviaremos um texto explicativo.


sábado, 31 de agosto de 2002

O Primado de Pedro

A doutrina católica do Papado está baseada na Bíblia e é derivada da evidente primazia de São Pedro entre os Apóstolos de Cristo.  No Novo Testamento existem 50 passagens que atestam Pedro como o chefe da Igreja. Neste artigo descreveremos as principais citações.

Tu és Rocha – Mt 16,18: "Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno nunca prevalecerão contra ela". A pedra ("petra", em grego) aqui se refere ao próprio São Pedro e não à sua fé ou a Jesus Cristo. Cristo aparece aqui não como o fundamento, mas como o arquiteto que "edifica". Hoje, o consenso comum da grande maioria dos pesquisadores e comentaristas bíblicos favorece esta dedução católica tradicional. Aqui se diz que São Pedro é a pedra-fundamental da Igreja tornando-o cabeça e chefe da família de Deus (a semente da doutrina do papado).
O Poder das Chaves – Mt 16,19: "Eu te darei as chaves do Reino dos Céus...". O "poder das chaves" expressa a autoridade administrativa e disciplina eclesiástica com relação às necessidades da fé, como em Is 22,22 (Is 9,6; Jó 12,14; Ap 3,7). É deste poder que surge o uso de censuras, excomunhão, absolvição, disciplina batismal, imposição de penas e poderes legislativos.

Ligar e Desligar – Mt 16,19: "...e o que ligares na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado no céu". "Ligar" e "desligar" são termos técnicos usados pelos rabinos e que têm o significado de "permitir" e "proibir" com relação à interpretação da lei e, secundariamente, "condenar", ou "liberar". Assim, a São Pedro e aos papas é dada a autoridade para determinar as regras de doutrina e vida, por virtude da revelação e orientado pelo Espírito Santo (Jo 16,13), e para exigir obediência por parte da Igreja.

Primeiro Apóstolo – O nome de Pedro aparece em primeiro lugar em todas as listas que enumeram os apóstolos (Mt 10,2; Mc 3,16; Lc 6,14; At 1,13). É ele o único entre os Apóstolos que recebe um novo nome, Pedra, solenemente conferido (Jo 1,42, Mt 16,18). É também o único apóstolo mencionado pelo nome quando Jesus Cristo orou para que "a sua fé (de Pedro) não desfalecesse" (Lc 22,32).  Pedro foi o primeiro a confessar a divindade de Cristo (Mt 16,16)  e o primeiro apóstolo a correr e entrar no túmulo vazio de Jesus (Lc 24,12; Jo 20,16).

Líder da Igreja – Pedro é reconhecido pelo anjo como o líder e representante dos apóstolos (Mc 16,7); é respeitado pelos judeus (At 4,1-13) como líder e porta-voz dos cristãos, e pelas pessoas comuns da mesma maneira (At 2,37-41; 5,15).  As palavras de Pedro são as primeiras a serem registradas, bem como são as mais importantes no discurso anterior ao Pentecostes (At 1,15-22).  Pedro toma a liderança na escolha do substituto para o lugar de Judas Iscariotes (At 1,22) e é a primeira pessoa a falar após Pentecostes, tendo sido ele, portanto o primeiro cristão a "pregar o Evangelho" na Era da Igreja (At 2,14-36). 

Administrador da Igreja – Pedro lança a primeira excomunhão (anátema sobre Ananias e Safira) enfaticamente confirmada por Deus (At 5,2-11); preside e abre o primeiro Concílio da Cristandade e estabelece princípios que serão posteriormente aceitos (At 15,7-11). Cornélio é orientado por um anjo a procurar Pedro para ser instruído no cristianismo (At 10,1-6).  Foi ele o primeiro a pregar o arrependimento cristão e o batismo (At 2,38).  Pedro (presumivelmente) tomou a liderança no primeiro batismo em massa (At 2,41) e comandou o batismo dos primeiros cristãos gentios (At 10,44-48).  Pedro age (fortemente indicado) como o bispo/pastor chefe da Igreja (1Pd 5,1), exortando todos os outros bispos ou "anciãos".

Milagres de Pedro – Pedro realiza o primeiro milagre da Era da Igreja, curando um aleijado (At 3,6-12). Até a sombra de Pedro realiza milagres (At 5,15) e é ele a primeira pessoa após Cristo a ressuscitar uma pessoa (At 9,40).

sábado, 24 de agosto de 2002

A aparição de Nossa Senhora de Guadalupe - Parte II

Na semana passada falamos das aparições de Nossa Senhora de Guadalupe. Vimos que ela apareceu várias vezes ao índio Juan Diego pedindo a construção de um templo.  Este foi até o bispo da cidade, que não acreditava na sua história.  Depois da quarta aparição de Nossa Senhora, o índio levou ao bispo flores milagrosas; ao abrir sua tilma (manto) com as flores, estava estampado com a imagem da Virgem.

O Tecido – A imagem da Virgem de Guadalupe foi impressa em uma tela grosseira do manto de um índio asteca, no dia 9 de dezembro de 1531, num sábado, e apresenta detalhes maravilhosos e sobrenaturais.  O tecido de cacto é perecível, por ser de vegetal grosseiro tão frouxo e irregular como estopa.  É tão ralo que, através dele, se pode ver o povo e a igreja.  Não deveria durar mais do que 20 anos .... mas continua até hoje. 

Conservação – O manto está exposto, durante séculos, sem maiores cuidados, aos rigores do calor, da poeira e da umidade, e mesmo assim seu tecido não se desfibrou, nem tampouco perdeu as cores da figura.  A igreja de Guadalupe fica próxima a um lago salgado, de onde exala gases corrosivos que corroem até ouro, prata e bronze; mas até hoje não causaram qualquer dano à pintura.

Ácido – Foi derramado ácido nítrico sobre o manto, não lhe causando qualquer mancha ou corrosão.  Num atentado, foi colocada uma bomba junto ao manto (aos pés da imagem), destruindo parte da igreja e tudo que estava próximo; nada aconteceu ao manto.

Testes Científicos – O prof. Richard Kuhn, prêmio Nobel de química concluiu que as tintas usadas na pintura “não pertencem ao reino vegetal, animal ou mineral”. Dois estudiosos norte-americanos (doutor Calagan, da NASA, e o prof. Jody B. Smith, catedrático de Filosofia da Ciência no Pensacolla College) submeteram a imagem à análise fotográfica com raios infravermelhos. As suas conclusões foram as seguintes: a tela não possui preparação alguma, o que torna inexplicável, à luz dos conhecimentos humanos, que os corantes impregnem uma fibra tão inadequada e nela se conservem; não há esboços prévios, ou seja, a imagem foi pintada diretamente, tal qual a vemos, sem esboços nem retificações; não há pinceladas; a técnica empregada é desconhecida na história da pintura.

Fotografia? – A Kodak do México afirmou que a imagem se parecia com uma fotografia impressa no tecido.  Impossível, pois em 1531 não havia nem câmeras, nem fotografias.

Os Olhos – O mais impressionante é a imagem dos olhos da Virgem.  Como numa imagem real, existe na pupila de Nossa Senhora, o reflexo do instante em que Juan Diego abre o manto e deixa cair as rosas; na cena é possível ver um índio perante um franciscano, que chora, e várias pessoas ao seu redor.  Diversos cientistas estudaram o mistério da figura dos olhos da Virgem: os resultados certificam a presença de uma tripla reflexão (efeito Samson-Purkinje), característica de todo olho humano vivo; as imagens estão localizadas exatamente onde elas deveriam estar de acordo com tal efeito, e também a distorção das imagens combina com a curvatura da córnea. Mais recentemente procedeu-se a digitalização da imagem dos olhos: a imagem da pupila foi dividida em 27.778 partes, cada uma ampliada 10.000 vezes.  Confirmaram-se os resultados anteriores.

sábado, 17 de agosto de 2002

A aparição de Nossa Senhora de Guadalupe - Parte I

Um pouco de História – Era o ano de 1531. Dez anos depois da tomada da Cidade do México, a guerra chegara ao fim e houve paz entre os povos. Desta maneira, começou a brotar a fé, o conhecimento do Deus Verdadeiro.


Primeira aparição – Neste tempo, um índio chamado Juan Diego (inicialmente conhecido pelo nome nativo de Cuautitlan), num sábado de madrugada, pouco antes do amanhecer, estava a caminho do Tlatilolco para ser instruído em coisas divinas. Ao chegar na montanha conhecida como Tepeyacac, ouviu uma voz que vinha do alto, chamando-o: "Juanito, Juan Dieguito". Tomando coragem, subiu a montanha para ver quem o chamava. Quando alcançou o topo, viu uma Senhora parada que disse-lhe para se aproximar. Ela se identificou como a Virgem Maria, Mãe do Deus Vivo, pedindo-lhe que fosse até o Bispo do México e lhe falasse sobre o Seu desejo de que naquele lugar fosse construída uma Igreja. Juan Diego foi até o Bispo, descrevendo-lhe tudo o que havia visto e conversado com a Senhora.  O bispo (Juan de Zumarraga, um frei franciscano), porém, não acreditou na história, dispensando o índio.


Segunda aparição – Juan Diego retornou no mesmo dia ao topo da montanha e encontrou-se com a Senhora do Céu, que o esperava no mesmo local.  Explicou que o Bispo não havia acreditado na sua história e suplicou que enviasse uma pessoa mais importante para convencer o Bispo.  A Virgem, entretanto, lhe instruiu que voltasse ao Bispo no dia seguinte e insistisse na construção do templo.


Terceira aparição – No domingo, após a missa, Diego encontrou-se novamente com o bispo e, chorando, repetiu toda a aparição.  O bispo novamente não acreditou, pedindo um sinal da aparição. Na segunda-feira, Juanito não procurou pela Senhora, visto que um tio doente precisava do seu auxílio.


Quarta aparição – Na terça-feira, quando procurava auxílio para o tio que estava à morte, a Virgem novamente apareceu a Juan Diego, garantindo-lhe a cura do seu querido tio e pedindo-lhe que novamente procurasse o Bispo. Indicou que levasse como sinal de sua aparição, algumas flores que haviam nascido no topo da montanha.  Indo até o local apontado, Juan Diego espantou-se com a variedade de esquisitas rosas de Castilha que haviam brotado bem antes do tempo, porque, estando fora da época, deveriam estar congeladas. Colheu as rosas e envolveu-as com o manto que usava para se proteger do frio, levando-as em seguida ao Bispo.


O Bispo – Ao chegar à igreja, depois de esperar por várias horas, entrou na sala do Bispo, dizendo que aquele era o sinal.  Desenrolou o manto onde estavam as flores frescas e perfumadas e quando elas caíram ao chão, subitamente apareceu no tecido de sua capa, o desenho da preciosa imagem de Nossa Senhora, como ela é vista até hoje no templo de Tepeyacac, chamada Nossa Senhora de Guadalupe.  Ao ver a imagem, o Bispo e todos os presentes na sala, caíram de joelhos. Em profundo arrependimento Frei Zumarraga rezava e pedia perdão por não ter acreditado e atendido ao desejo da Virgem. Ao se pôr de pé, desamarrou do pescoço de Juan Diego o manto em que aparecia a imagem da Senhora do Céu, levando-a para ser colocada em sua capela particular. Juan Diego permaneceu por mais um dia na casa do Bispo, a seu pedido.


O Templo – No dia seguinte o Bispo pediu-lhe: "Bem! Mostre-nos onde a Senhora do Céu desejava ser erguido o Seu templo". Após indicar o lugar, Juan Diego dirigiu-se à casa do tio, encontrando-o curado. No local apontado por Juanito, no Tepeyacac, foi erguido o templo da Rainha.  O senhor Bispo transferiu, então, a sagrada imagem da amada Senhora do Céu para a Igreja principal. Toda a cidade se comoveu: vinham ver e admirar sua devota imagem e fazer suas orações. Muitos se maravilharam, por ter acontecido tal milagre divino, porque nenhuma pessoa deste mundo pintou sua preciosa imagem.  

Na próxima semana vamos descrever os mistérios da imagem que apareceu no manto.